DNA (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil, 1920
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Astrônomos trazem à tona IMAGEM mais detalhada da Via Láctea, com milhares de 'sismos' estelares

CC BY-SA 3.0 IGO / ESA/Gaia/DPAC / Mapa da poeira interestelar da Via Láctea, baseado nos dados do telescópio Gaia
Mapa da poeira interestelar da Via Láctea, baseado nos dados do telescópio Gaia - Sputnik Brasil, 1920, 14.06.2022
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O telescópio espacial Gaia ajudou a revelar a história da evolução de nossa galáxia e conseguiu até identificar as regiões potencialmente habitáveis da Via Láctea.
As observações do Gaia cobrem quase dois bilhões de estrelas - cerca de 1% do número total na galáxia - e estão permitindo aos astrônomos reconstruir a estrutura da Via Láctea e descobrir como ela evoluiu ao longo de bilhões de anos.
Pesquisas anteriores do Gaia, uma nave espacial robótica lançada em 2013 pela Agência Espacial Europeia, identificaram o movimento das estrelas em nossa galáxia natal com grande detalhe. Ao repetir estes movimentos, os astrônomos podem modelar como a galáxia onde vivemos se transformou ao longo do tempo. As últimas observações permitem obter dados sobre a composição química, temperatura, cor, massa e idade das estrelas com base na espectroscopia, que divide a luz dos corpos celestes em diferentes comprimentos de onda.
Surpreendentemente, suas observações encontraram milhares de sismos estelares, eventos cataclísmicos semelhantes a tsunamis na superfície de estrelas.
CC BY-SA 3.0 IGO / Agência Espacial Europeia / Mapa da Via Láctea, baseado nos dados do telescópio Gaia
Mapa da Via Láctea, baseado nos dados do telescópio Gaia - Sputnik Brasil, 1920, 14.06.2022
Mapa da Via Láctea, baseado nos dados do telescópio Gaia

"Os sismos estelares nos ensinam muito sobre as estrelas: em particular, seu funcionamento interno", disse um dos membros do projeto Gaia, Conny Aerts, da Universidade em Leuven, na Bélgica. "O Gaia está abrindo uma mina de ouro para a sismologia de estrelas massivas", acrescentou.

O dr. George Seabroke, pesquisador no laboratório de Ciência Espacial Mullard na Universidade de Londres, explica:

"Se você pode ver essas estrelas mudando de brilho no meio do caminho através da Via Láctea, se você estivesse em algum lugar perto delas, seria como o Sol mudando de forma na frente de seus olhos".

Os elementos na composição das estrelas podem nos dizer sobre seu local de nascimento e seu posterior desenvolvimento, ajudar a desvendar a história da Via Láctea. As primeiras estrelas primordiais, formadas logo após o Big Bang, só tinham elementos leves - hidrogênio e hélio. Estas produziram as primeiras supernovas que enriqueceram as galáxias com metais e elementos como o carbono e o oxigênio e, com sucessivas gerações de estrelas, os elementos mais pesados se tornaram disponíveis. A composição química de uma estrela é um pouco como o seu ADN, nos dando informação crucial sobre a sua origem, escreve o The Guardian sobre a recente pesquisa.
O Gaia revelou que algumas estrelas na nossa galáxia são feitas de material primordial, enquanto outras, como o nosso Sol, são feitas de matéria enriquecida por gerações anteriores de estrelas. As estrelas mais próximas do centro e do plano da nossa galáxia são mais ricas em metais do que as estrelas a distâncias maiores. O telescópio também identificou estrelas que originalmente vieram de galáxias diferentes da nossa, com base na sua composição química.

"A nossa galáxia é um belo caldeirão de estrelas", disse Alejandra Recio-Blanco do Observatório de Nice, na França. "Esta diversidade é extremamente importante, porque nos conta a história de como nossa galáxia foi formada", resumiu.

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