Analista: França e Alemanha podem ceder à Polônia liderança na UE por desejo de parceria com Rússia
06:07 22.06.2022 (atualizado: 06:08 22.06.2022)
© AFP 2023 / JOHN MACDOUGALLPresidente da França, Emmanuel Macron, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, durante cerimônia de boas-vindas na chancelaria em Berlim, 9 de maio de 2022
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O desejo do presidente francês, Emmanuel Macron, e do chanceler alemão, Olaf Scholz, de reatar as parcerias com a Rússia pode causar o fortalecimento do papel na UE dos países do Leste Europeu com a Polônia na frente, escreve Eoin Drea para a revista Foreign Policy.
O analista ressalta que o posicionamento de Paris e Berlim causou desconfiança significativa nelas por parte dos membros do Leste Europeu, o que fez Varsóvia assumir a liderança na tarefa de apoiar a Ucrânia.
"A ausência das entregas de armas substanciais e operativas à Ucrânia por Alemanha e França, as tentativas fúteis de chegar a acordo com o presidente Vladimir Putin e as longas hesitações quanto ao que elas [Alemanha e França] querem para que a Ucrânia vença demonstram o desejo delas de reatar as relações normais de parceria com a Rússia", acredita o analista.
De acordo com suas palavras, os líderes dos países do Leste Europeu podem seguir o exemplo da Hungria, que muitas vezes bloqueou decisões-chave da União Europeia. Ressalta-se que a mudança do equilíbrio de poderes para o Leste é capaz de reduzir as capacidades da UE na chegada a consenso durante a tomada de decisões.
"Para a UE – em particular, para Paris e Berlim – isso pode causar grandes problemas [...]. Está se formando um novo equilíbrio de poderes, e seus contornos estão aparecendo gradualmente. A Polônia, a maior economia no Leste Europeu e a sexta economia na UE, desempenha o papel principal na expansão das capacidades da Europa Central e do Leste Europeu", diz a matéria.
Drea ressaltou ainda que se os países do Leste não conseguirem ultrapassar a inatividade de França e Alemanha, eles passarão para uma cooperação mais próxima com os membros da OTAN não integrantes da UE: Reino Unido e EUA.