Lavrov explica por que acredita que Kiev não retornará às negociações com a Rússia
17:19 23.06.2022 (atualizado: 19:44 23.06.2022)
© SputnikSergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, falando com seu homólogo do Catar, Mohammed al-Thani (fora da foto), em Moscou, Rússia, 14 de março de 2022
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Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov disse nesta quinta-feira (23) que Moscou não vê a possibilidade de a Ucrânia retornar às negociações com a Rússia.
Em entrevista à Companhia Nacional de Televisão e Rádio de Belarus, o ministro falou sobre uma série de assuntos, incluindo as negociações entre Moscou e Kiev, exportação de grãos e a política de sanções do Ocidente.
"Assim que Kiev quiser retomar as negociações com a Rússia, Moscou sairá da situação 'no terreno' e levará em conta a relutância de várias regiões libertadas em retornar ao controle das autoridades de Kiev", disse.
"Moscou não vê a possibilidade de que a Ucrânia retorne às negociações com a Rússia", completou Lavrov, culpando a pressão do Reino Unido sobre o governo ucraniano.
Falando sobre o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o ministro russo disse que a organização quer primeiro concordar com a exportação de grãos ucranianos para depois resolver o problema com a exportação de grãos da Rússia.
© Sputnik / Aleksei FilippovMinistro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov (à direita), e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, durante reunião em Moscou
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov (à direita), e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, durante reunião em Moscou. Foto de arquivo
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Enquanto isso, "Guterres está prolongando a crise alimentar", declarou. "Ao mesmo tempo, Guterres está tentando resolver questões de retirada de grãos dos portos ucranianos sem levar em conta os corredores que anunciamos diariamente", comentou Lavrov.
Segundo ele, "essa situação pode criar problemas para muitos países em desenvolvimento", principalmente crises alimentares.
Em sua entrevista, o ministro explicou que o Ocidente não quer permitir que os países em desenvolvimento "tomem suas próprias decisões" e, para isso, está recorrendo "a chantagens diretas e ultimatos".
Ele explicou que embora os alimentos não estejam chegando às prateleiras dos supermercados, "todas as ações necessárias para garantir que eles cheguem ao comprador estão sob sanções".
Nesse sentido, ele lembrou que "os americanos rapidamente voltaram a si e levantaram as sanções sobre os fertilizantes. Agora há alguns fluxos de commodities", relembrou.