Guterres aponta risco de fome em diversas regiões neste ano e alerta: '2023 será ainda pior'
18:48 24.06.2022 (atualizado: 19:12 24.06.2022)
© AFP 2023 / Alex HaladaO secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fala durante coletiva de imprensa em Viena, Áustria, 11 de maio de 2022
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Nesta sexta-feira (24), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, salientou o risco crescente de fome em vários lugares do mundo neste ano. O alerta ocorreu durante participação virtual em conferência sobre segurança alimentar.
A conferência teve sede em Berlim e reuniu autoridades internacionais para tratar da situação global de acesso a alimentos.
"Há um claro risco de múltiplos quadros de fome declarados em 2022, e 2023 será ainda pior", disse Guterres.
O secretário-geral da ONU afirmou que todas as colheitas serão impactadas em diversas regiões do continente africano, assim como da Ásia e América.
"O apoio humanitário é essencial, mas não é suficiente. Não é apenas uma crise de alimentos, isso requer uma abordagem coordenada e multilateral com múltiplas soluções", ressaltou a liderança das Nações Unidas.
© AP Photo / Efrem LukatskyGuindastes portuários na costa sul do mar de Azov, em Mariupol, na Ucrânia, em 2 de dezembro de 2018
Guindastes portuários na costa sul do mar de Azov, em Mariupol, na Ucrânia, em 2 de dezembro de 2018. Foto de arquivo
© AP Photo / Efrem Lukatsky
Os líderes mundiais, ao lado de organizações internacionais, têm alertado sobre a preocupação acerca de uma iminente escassez de alimentos de larga escala. As preocupações cresceram após o início da operação militar russa na Ucrânia, devido às interrupções de suprimentos, alta de preços e colheitas interrompidas em dois dos principais produtores de grãos do mundo. A Ucrânia e a Rússia representam cerca de 30% das exportações globais de trigo, 20% de milho e 76% de óleo de girassol.
Países ocidentais acusam a Rússia de bloquear carregamentos ucranianos de grãos nos portos do mar Negro, o que Moscou nega. O Kremlin, por sua vez, afirma que as águas portuárias da região foram minadas pela Ucrânia, o que tornou a navegação impossível.