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China diz que salvou Sri Lanka de 'armadilha de dívida ocidental' alugando porto do país por 99 anos

© AP Photo / Eranga JayawardenaTrabalhador da construção civil chinês em terra foi recuperada do oceano Índico para o projeto da cidade portuária de Colombo,, Sri Lanka, 2 de janeiro de 2018
Trabalhador da construção civil chinês em terra foi recuperada do oceano Índico para o projeto da cidade portuária de Colombo,, Sri Lanka, 2 de janeiro de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 27.06.2022
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A embaixada chinesa respondeu às afirmações de um analista indiano, que chamou as atividades de Pequim no Sri Lanka de "diplomacia de armadilha de dívida".
A embaixada chinesa em Colombo, Sri Lanka, disse no domingo (26) que a decisão de alugar o porto de Hambantota do governo cingalês em 2017 por 99 anos se destinava realmente a salvar o país insular da "armadilha de dívida ocidental".
O porto na costa meridional do Sri Lanka foi desenvolvido conjuntamente pelas empresas China Harbor Engineering Company (CHEC, na sigla em inglês) e Sino-Hydro Corporation.
Brahma Chellaney, analista estratégico da Índia, acusou no domingo (26) Pequim de praticar a "diplomacia de armadilha de dívida" ao assumir as operações do porto através da China Merchant Port Holdings (CMPort), apoiada pelo Estado chinês. A crítica aconteceu em meio à pior crise econômica no Sri Lanka desde a independência em 1948, causada pelo esgotamento das reservas cambiais, o que impediu Colombo de pagar pelo combustível, comida e outras importações essenciais.
Chellaney citou uma audiência no Parlamento do Sri Lanka, organizada na quarta-feira (22) pelo Comitê de Empresas Públicas (COPE, na sigla em inglês), na qual foi afirmado que a dívida contraída por Colombo para desenvolver o porto de Hambantota era de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,89 bilhões), com a Autoridade Portuária do Sri Lanka incorrendo em uma perda adicional de quase US$ 127 milhões (R$ 664,21 milhões) antes de decidir entregar a maioria das participações do porto à CMPort em 2017.
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Em uma série de tweets, a embaixada respondeu que o quase US$ 1,1 bilhão (R$ 5,78 bilhões) pago pela CMPort ao governo do Sri Lanka para alugar o porto de Hambantota por 99 anos foi usado para pagar os "empréstimos estrangeiros de alta taxa de juros" de Colombo, incluindo títulos soberanos internacionais (ISB, na sigla em inglês), e que nenhuma das receitas da compra do porto foi usada para pagar a dívida de Colombo para com Pequim.
A embaixada chinesa também argumentou que a CMPort só adquiriu participações majoritárias no porto de Hambantota por 99 anos depois que os outros governos estrangeiros se recusaram a aceitar a oferta de Colombo para assumir as operações do porto. Relatos na mídia indicam que Sri Lanka falou com os EUA e a Índia para esse efeito.
"74% do empréstimo do EXIM Bank da China é concessional, com uma taxa de juros de apenas 2%", disse a missão chinesa.
A embaixada da China acrescentou que o desenvolvimento do porto era inteiramente viável, ao contrário das declarações altamente difundidas sobre o projeto, e que os "estudos de viabilidade" bem-sucedidos do projeto foram realizados por empresas canadenses e dinamarquesas.
A representação chinesa referiu ainda que Hambantota teve um aumento de 59% em suas operações de carga a granel em 2021, movimentando mais de um milhão de toneladas métricas de granéis sólidos, e que o porto movimentou 2,3 milhões de toneladas métricas de carga total no ano passado.
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