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América Latina não apoiará limite de preços ao petróleo russo, diz professor de fundação brasileira

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Globo terrestre com América Latina em destaque - Sputnik Brasil, 1920, 29.06.2022
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A América Latina não apoiará a iniciativa do G7 sobre a limitação dos preços do petróleo russo, já que a medida aumentará a inflação e provocará instabilidade no suprimento de alimentos, afirmou à Sputnik o economista paraguaio Víctor Raúl Benítez González, professor da Fundação Getúlio Vargas em Curitiba.
"Não acredito que a iniciativa funcione, não importa quantas chamadas de alto nível faça a Casa Branca. Eles [as autoridades norte-americanas] estão consultando com os governos e o setor privado. Acho que não vão ter uma resposta positiva, porque isso mina os esforços de redução da inflação, um desejo dos países latino-americanos, bem como o combate pela segurança alimentar", constatou o professor.
Na terça-feira (28), os países do G7 anunciaram ter concordado em considerar a possibilidade de proibir o transporte de petróleo e produtos derivados russos por via marítima em todo o mundo, se a matéria-prima não for comprada ao preço acordado nas consultas com os parceiros internacionais ou mais baixo.

"O G7 tenta agir como antes: queimar pontes. Ou seja, enquanto eles estão se desenvolvendo, tentam proibir o crescimento dos países em desenvolvimento através do uso deste tipo de ferramentas. Neste caso, é o combustível acessível e barato que a Rússia produz", acredita o especialista.

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Os problemas graves na região no âmbito de segurança alimentar estão associados, conforme as palavras do economista, com o combustível necessário, inclusive para as safras.
"Na América Latina já existem problemas com o acesso aos alimentos, então ninguém prestará atenção ao Grupo dos Sete, isso [a proposta sobre o limite dos preços] resultará na alta dos preços nos produtos alimentícios e da energia, sendo a principal preocupação de nossos governantes", disse Benítez.
Do seu ponto de vista, os países desenvolvidos estão exigindo aos emergentes que façam o que eles mesmos são incapazes de fazer – se tornar independentes dos recursos energéticos da Rússia.
De acordo com o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe divulgado no início de junho, devido à inflação e desaceleração do crescimento econômico, o acesso de 86,4 milhões de pessoas aos produtos alimentícios se reduziu, com mais 7,8 milhões correndo o risco de enfrentar o problema.
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