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Ocidente encoraja povo de Hong Kong a questionar princípio 'um país, dois sistemas', diz analista

© AP Photo / Kin CheungPessoas caminham em frente à Exchange Square, um distrito comercial no centro de Hong Kong, 10 de junho de 2019
Pessoas caminham em frente à Exchange Square, um distrito comercial no centro de Hong Kong, 10 de junho de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 01.07.2022
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O Ocidente, ao declarar que Pequim tem privado Hong Kong do direito à ampla autonomia, distorce a história e tenta encorajar a população da região administrativa especial a questionar o princípio "um país, dois sistemas", afirmou à Sputnik na sexta-feira (1º) o analista do Instituto Taihe, Qian Feng.
Hoje (1º), Xi Jinping participou das celebrações dos 25 anos de retorno da cidade de Hong Kong à China. Em sua presença, foi realizada a cerimônia de tomada de posse da nova administração da região administrativa especial, liderada por John Lee.
"Desde o retorno de Hong Kong à China em 1º de julho de 1997, as condições do lado britânico, previstas na 'declaração conjunta sino-britânica' foram completamente cumpridas. A partir daí, nenhum Estado estrangeiro, incluindo o Reino Unido, não possui direitos soberanos, de governança ou supervisão em relação a Hong Kong, bem como não tem o direito de interferir nos assuntos internos de Hong Kong de forma alguma", disse.
O analista salientou que Hong Kong é governado e vive de acordo com a Constituição chinesa e a Lei Fundamental de Hong Kong e não segundo a "declaração conjunta sino-britânica".
"Ao longo dos últimos anos, sob o disfarce da democracia e sob o pretexto de 'supervisionar' a 'declaração conjunta sino-britânica' certas forças no Ocidente, inclusive os Estados Unidos, têm acusado a China de privar Hong Kong do chamado 'direito à autonomia'. Trata-se não só da violação dos princípios do direito internacional, mas também da distorção consciente da história e do direito", destacou Qian Feng, que é diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Estratégicas da Universidade Tsinghua.
De fato, acrescentou, "é uma tentativa de desviar os residentes de Hong Kong, fazer questionar a política 'um país, dois sistemas', bem como de usar uma ampla autonomia de Hong Kong para se opor ao governo central chinês".
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Qian Feng também afirma que o novo chefe da administração de Hong Kong, John Lee, entende bem o que é preciso fazer para um desenvolvimento harmônico da sociedade de Hong Kong e uma governança eficaz, mas salienta que o líder da região está enfrentando desafios sem precedentes, por certas forças no Ocidente ainda tentarem criar fatores de desestabilização em Hong Kong.
O ex-secretário de Segurança, John Lee, que tem 64 anos, foi eleito chefe da administração, o cargo mais alto da região administrativa especial, nas eleições sem alternativas (em que se apresentou como o único candidato), em 8 de maio. O político vai ocupar seu cargo durante o período de cinco anos.
"Lee Ka-chiu (John Lee), sendo o único candidato, foi eleito chefe do Executivo de Hong Kong por um número grande de votos, o que reflete um reconhecimento alto de sua candidatura por parte de todos os setores da sociedade e as aspirações comuns de todos os residentes de Hong Kong. O governo central chinês valoriza sua eleição e vai seguir os princípios 'um país, dois sistemas', ao apoiar firmemente John Lee e sua equipe, nos termos da lei", supõe o analista.
© AP Photo / Kin CheungPoliciais ficam de guarda enquanto ativistas pró-democracia marcham em Hong Kong, em 1º de outubro de 2020
Policiais ficam de guarda enquanto ativistas pró-democracia marcham em Hong Kong, em 1º de outubro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 01.07.2022
Policiais ficam de guarda enquanto ativistas pró-democracia marcham em Hong Kong, em 1º de outubro de 2020
A ilha de Hong Kong foi entregue por tempo indeterminado ao Reino Unido de acordo com o Tratado de Nanquim, assinado em 1842 depois de a Grã-Bretanha ter derrotado a China na primeira Guerra do Ópio. Em maio de 1898, os ingleses assumiram o controle sobre todo o território da península de Kowloon por um período de quase um século. Após isso, foram adicionados à ilha de Hong Kong e à parte adjacente da península de Kowloon os chamados "Novos Territórios". O controle britânico sobre os territórios foi temporário.
Em 1982, quando já se aproximava o fim do contrato sino-britânico, a primeira-ministra britânica da época Margaret Thatcher iniciou negociações com o líder da República Popular da China, Deng Xiaoping, sobre o futuro de Hong Kong. Londres planeava combinar em devolver à China só os Novos Territórios, que faziam parte da colônia temporariamente. Por sua vez, Deng Xiaoping insistiu na integração de todo Hong Kong à China e sugeriu assinar uma declaração conjunta de acordo com os princípios do "um país, dois sistemas", garantindo para a colônia a autonomia e o sistema governativo existente.
O documento foi assinado em 1984. Foi também previsto no documento que Hong Kong seria retornada ao "seio da pátria" em 1º de julho de 1997. Segundo a declaração, Hong Kong fica com ampla autonomia até o ano de 2047.
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Contudo, após a entrada em vigor da Lei de Segurança Nacional de Hong Kong em 30 de junho de 2020, o Ocidente passou a criticar brutalmente a China. Os Estados Unidos tomaram uma série de medidas para cancelar o regime preferencial de comércio com Hong Kong e impuseram sanções contra as autoridades da região administrativa especial. O Reino Unido declarou que Pequim tinha violado seus compromissos jurídicos, em particular, a autonomia ampla de Hong Kong, e usava a Lei de Segurança Nacional para limitar as liberdades da população da região. Pequim nega todas as acusações do Ocidente.
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