Esforços dos EUA para minar economia da Venezuela não terão sucesso, diz Lavrov
10:44 04.07.2022 (atualizado: 14:31 04.07.2022)
© Sputnik / Ministério das Relações Exteriores da Rússia / Acessar o banco de imagensO ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov (à direita), e seu equivalente venezuelano, Carlos Faría, durante coletiva de imprensa após encontro em Moscou, 4 de julho de 2022
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Nesta segunda-feira (4), o chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que a Rússia ajudará a proteger a economia da Venezuela das contínuas tentativas dos Estados Unidos de prejudicá-la, após ambos os países serem alvos de congelamento de ativos internacionais.
A declaração de Lavrov ocorreu durante coletiva de imprensa após encontro com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Carlos Rafael Faría Tortosa, em Moscou.
"Nós sabemos o quanto os norte-americanos e seus aliados estão determinados a minar a economia venezuelana. Nós já podemos ver que esses planos não darão certo. A economia venezuelana está demonstrando sua habilidade de resistir a essa pressão. É claro, nós ajudaremos [Caracas] de qualquer forma que estiver ao nosso alcance", disse Lavrov.
No encontro em Moscou, ambos os diplomatas concordaram que os esforços dos EUA para bloquear ativos internacionais de Estados soberanos não são "apenas um flagrante roubo [...], mas também uma grave violação dos direitos sociais e econômicos dos cidadãos desses países", relatou o chefe da diplomacia russa.
Venezuela e Rússia trabalham em acordo para contornar sanções ocidentais, diz Faría
Durante a coletiva, o chanceler venezuelano, Carlos Faría, afirmou que Rússia e Venezuela seguem com parceria no setor energético e analisam um acordo para contornar as sanções ocidentais sobre mecanismos financeiros. Faría garantiu que a cooperação energética com a Rússia nunca foi interrompida desde a aproximação entre os países.
"Nós estamos trabalhando em projetos específicos com companhias da Federação da Rússia e continuaremos aprofundando esse trabalho", disse Tortosa durante a coletiva.
© Sputnik / Mikhail Voskresensky / Acessar o banco de imagensO ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Carlos Faría, durante coletiva de imprensa após encontro com o chanceler russo, Sergei Lavrov, em Moscou, 4 de julho de 2022
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Carlos Faría, durante coletiva de imprensa após encontro com o chanceler russo, Sergei Lavrov, em Moscou, 4 de julho de 2022
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/ O tema das sanções econômicas também foi abordado pelo chefe da diplomacia venezuelana. Rússia e Venezuela estão sujeitas a diversas restrições impostas pelos EUA e seus aliados, principalmente países da União Europeia.
"Esperamos que possamos concordar em formas de contornar os obstáculos existentes para solucionar problemas relacionados aos mecanismos financeiros", apontou o chanceler venezuelano.
Alvos de sanções, Caracas e Moscou se aproximam
Desde o início da operação militar russa na Ucrânia, a Rússia é alvo de um volume sem precedentes de sanções ocidentais. As medidas restritivas incluem o setor de energia e também o setor financeiro, compreendendo neste, por exemplo, a exclusão de diversos bancos russos do sistema de transações interbancárias SWIFT.
Assim como a Rússia, a Venezuela também é impactada por sanções ocidentais, intensificadas após acusações de fraude nas eleições presidenciais de 2018 — que reelegeram o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Diferentemente de Washington, que não reconheceu o resultado do pleito, o Kremlin acolheu a vitória de Maduro nas urnas.
© AP Photo / Maxim ShemetovEm Moscou, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (à esquerda), cumprimenta o presidente russo, Vladimir Putin, em 5 de dezembro de 2018
Em Moscou, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (à esquerda), cumprimenta o presidente russo, Vladimir Putin, em 5 de dezembro de 2018
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Diante do desafio ocidental, Caracas e Moscou têm aprofundado relações bilaterais. Neste ano, os países ratificaram uma série de acordos militares e seguem ampliando laços comerciais. Em fevereiro, o vice-premiê russo Yuri Borisov afirmou que o intercâmbio comercial entre os países cresceu 50% em 2021.
No ano passado, os países também inauguraram uma rota aérea direta para ampliar o intercâmbio turístico e comercial. Ao longo da pandemia de COVID-19, a Rússia enviou diversas remessas à Venezuela de sua vacina contra a doença, a Sputnik V.