Governo tenta barrar CPI do MEC antes das eleições, diz mídia: 'Virou prioridade'
10:44 05.07.2022 (atualizado: 16:00 05.07.2022)
© Folhapress / Claudio ReisO presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), acompanhado do então ministro da Educação, Milton Ribeiro, durante cerimônia de assinatura da portaria do piso salarial para os professores no país, em 22 de fevereiro de 2022 (foto de arquivo)
© Folhapress / Claudio Reis
Nos siga no
O governo Bolsonaro articula nos bastidores com os líderes partidários para impedir que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC seja criada antes das eleições, segundo apuração do portal G1.
De acordo com a publicação, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe temem novo desgaste em sua imagem às vésperas do pleito, em que tentará a reeleição.
Segundo assessores presidenciais, o governo considera a criação da CPI "inevitável", mas já teria recebido o compromisso da maioria dos líderes para retardar o funcionamento da comissão no Senado Federal.
O portal informou ainda que, nos últimos dias, líderes partidários foram procurados por interlocutores do Palácio do Planalto com o pedido para que concordem com a CPI do MEC, mas depois protelem o início dos trabalhos.
Algumas estratégias seriam demorar a indicar os integrantes da comissão e evitar conceder o quórum para o andamento da comissão, de acordo com o G1.
Um dos assessores disse ao portal que impedir a comissão antes das eleições "virou prioridade" para o Palácio do Planalto. A equipe aponta que o pior momento de avaliação do governo foi justamente durante o funcionamento da CPI da Covid, em 2021.
© Foto / Pedro FranзaRequerimento de criação da CPI do Ministério da Educação, destinada a investigar denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC), é protocolado na Secretaria-Geral da Mesa do Senado, em 28 de junho de 2022
Requerimento de criação da CPI do Ministério da Educação, destinada a investigar denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC), é protocolado na Secretaria-Geral da Mesa do Senado, em 28 de junho de 2022. Foto de arquivo
© Foto / Pedro Franзa
Na última terça-feira (28), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou o pedido para criação da CPI, destinada a investigar denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC).
Entretanto, para que a ação tenha continuidade, é preciso que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), faça a leitura do documento em plenário. As comissões parlamentares de inquérito só podem ser validadas com o apoio de ao menos 27 senadores. Até o momento, 31 parlamentares assinaram o documento.
Em março, um áudio vazado revelou declaração do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro sobre um pedido de Bolsonaro para que o governo federal desse prioridade na liberação de verbas do MEC a prefeituras cuja negociação fosse feita por dois pastores evangélicos sem cargo no Executivo, Gilmar Santos e Arilton Moura.