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Johnson dizimou laços britânicos com China e Rússia, sua renúncia favorece todos, diz analista

© Sputnik / Justin Griffiths-WilliamsPrimeiro-ministro britânico Boris Johnson caminha por Downing street, depois de o Partido Conservador vencer as eleições antecipadas para a Câmara dos Comuns, 13 de dezembro de 2019
Primeiro-ministro britânico Boris Johnson caminha por Downing street, depois de o Partido Conservador vencer as eleições antecipadas para a Câmara dos Comuns, 13 de dezembro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 08.07.2022
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O premiê britânico Boris Johnson, que ontem (7) anunciou sua renúncia, serviu os interesses dos EUA, muitas vezes em detrimento dos interesses de seu próprio povo, tendo destruído as relações de Londres com China e Rússia, afirmou à Sputnik Gao Сhzhikai, professor da Universidade de Suzhou, referindo que a saída de Johnson é "favorável para todos".
Boris Johnson, que substituiu Theresa May no cargo de primeiro-ministro britânico em 2019, afirmou na quinta-feira (7) que renunciava ao cargo de premiê e líder do Partido Conservador. Johnson vai seguir cumprindo seus deveres até que um novo chefe do gabinete seja nomeado. No entanto, de todos os lados soam apelos para Johnson deixar seu cargo agora mesmo.

"Ao longo dos últimos mais de dois anos Johnson desprezou os interesses nacionais do Reino Unido, ao ter acabado completamente com a política externa independente, e estava pronto para se tornar voluntariamente um criado dos Estados Unidos, sacrificando [...] a capacidade de tomar decisões de maneira autônoma. Deste ponto de vista, isso [a renúncia ao cargo do primeiro-ministro] é bom para o próprio Reino Unido, para a China, Rússia e União Europeia, é bom para a paz em todo o mundo", afirmou na sexta-feira (8) o especialista chinês.

Ele salientou que, por exemplo, após o início da operação militar especial na Ucrânia, Johnson seguiu consecutivamente uma retórica bruta antirrussa, gritou que era preciso prolongar as hostilidades e provocar uma escalada ininterrupta do conflito, bem como apelou à destruição e divisão da Rússia.
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"Todas essas declarações não são o que em uma situação normal deve dizer um político responsável britânico", indicou.
O analista acrescentou que há pouco Johnson visitou a Ucrânia duas vezes e naquela época estava enfrentando vários problemas internos, com a crise dentro do Reino Unido já sendo bastante grave. Contudo, o ex-primeiro-ministro "tentava se aproveitar do conflito na Ucrânia para se converter em um defensor da Ucrânia, para desviar a atenção dos problemas em seu próprio país".
"Ou seja, na verdade [Johnson] está preocupado não com vidas ou mortes da população ucraniana, não com a estabilidade da Ucrânia, nem com os métodos de resolução do conflito por meios pacíficos. Está preocupado com seus próprios interesses", acrescentou Gao Chzhikai.
Ao falar sobre o papel que Johnson desempenhou no desenvolvimento das relações entre o Reino Unido e a China, Gao Chzhikai afirmou que "Johnson vendeu sua alma e seu corpo aos Estados Unidos, estava pronto para servir como 'capanga' de Washington e provocar ao extremo a China em muitas questões, especialmente na questão de Taiwan, o que resultou em que as relações entre Pequim e Londres alcançaram o ponto de congelamento".
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O analista acrescentou que Johnson destruiu de fato as relações diplomáticas do Reino Unido com a Rússia e a China, e todas suas ações contradiziam completamente os interesses fundamentais do povo britânico.
No futuro, supõe o analista, tudo depende de se o novo primeiro-ministro britânico conseguir colocar em primeiro lugar os interesses do povo britânico em vez de defender os interesses norte-americanos, seguir Washington e ser seu capanga.
"O próximo primeiro-ministro britânico vai estar perante uma tarefa extremamente difícil, porque agora o país está passando por inflação, escassez de energia e uma grave crise financeira. Deste ponto de vista, eles precisam começar a agir o mais rápido possível, e o que é o mais importante – eles devem recuperar suas relações com a Rússia. Porque sem a Rússia não pode haver uma paz douradora nem na Europa, nem no mundo", acredita.
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