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EUA tentam distanciar Alemanha da Rússia, mas Moscou não vai repetir erros da URSS, diz analista
EUA tentam distanciar Alemanha da Rússia, mas Moscou não vai repetir erros da URSS, diz analista
Sputnik Brasil
Um dos objetivos ocultos dos Estados Unidos no conflito na Ucrânia é piorar as relações entre a Rússia e a Alemanha, acredita o professor da Universidade... 13.07.2022, Sputnik Brasil
2022-07-13T08:57-0300
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Segundo o analista, nas condições de inevitável "transformação do mundo unipolar em multipolar" os EUA não vão se beneficiar das boas relações entre a Rússia e a Alemanha, estando a última em uma posição especial na Europa e a par de suas capacidades, incluindo as militares.Conforme o analista, a Alemanha na verdade representa uma ameaça para a Rússia, e "um dia será preciso fazer algo com isso", através de certo acordo com a parte alemã.Ao mesmo tempo, afirmou que a Rússia, em seu confronto com os Estados Unidos, não planeja repetir os erros da União Soviética e resistir aos EUA sozinha. Em vez disso, diz o analista, a Rússia vai manter ou até desenvolver ainda mais uma espécie de aliança com a China, bem como entrar em novos mercados, tais como da Índia, do Médio Oriente ou de países do Sudeste Asiático.O analista acredita que tanto a Rússia como a China são bem diferentes de cerca de 15 anos atrás. Segundo Lee He Yon, a União Soviética, e depois sua sucessora – a Rússia, não conseguiram resistir aos Estados Unidos, mas hoje em dia a Rússia consegue fazê-lo, embora a Ucrânia se encontre com muitos apoiadores no conflito, acrescentou.Nesse contexto, além da cooperação com a China, a Rússia, levando em consideração seus recursos naturais, pode entrar em novos mercados, tais como da Índia, do Médio Oriente, da Indonésia e de países do BRICS, salientou o analista.De acordo com o professor, o objetivo de Moscou é levar a cabo um grande golpe geopolítico, e o conflito [na Ucrânia] só terminará quando a Ucrânia deixar de representar uma ameaça no processo de alcançar esse objetivo. A longo prazo, diz o analista, o posicionamento russo em relação a uma nova arquitetura de segurança vai se basear no princípio de "com" (com a Europa), em vez de "em" (na Europa)."Não tentem nos envolver nessa arquitetura, somos de outra classe", assim se posiciona a Rússia, segundo Lee He Yon. A Rússia, acredita ele, quer participar da construção do novo sistema, e se uma "oferta" relacionada com esta construção não parecer confiável, a Rússia recusará.
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EUA tentam distanciar Alemanha da Rússia, mas Moscou não vai repetir erros da URSS, diz analista
Um dos objetivos ocultos dos Estados Unidos no conflito na Ucrânia é piorar as relações entre a Rússia e a Alemanha, acredita o professor da Universidade Hanshin sul-coreana, Lee He Yon.
Segundo o analista, nas condições de inevitável "transformação do mundo unipolar em multipolar"
os EUA não vão se beneficiar das boas relações entre a Rússia e a Alemanha, estando a última em uma posição especial na Europa e a par de suas capacidades, incluindo as militares.
"Os Estados Unidos têm de pensar o que fazer com a Alemanha, que tem noção de suas capacidades, incluindo as militares [...]. Semear divisão entre a Alemanha e a Rússia é um dos objetivos [dos EUA] ocultos no conflito na Ucrânia. Levando em consideração o posicionamento da Alemanha, seus recursos e seu rearmamento abrangente passam a ser muito mais alarmantes do que, por exemplo, os do Japão. Na Ásia, além de China e Rússia, existe mais uma ameaça [aos interesses norte-americanos], que é a Coreia do Norte, e se na Europa a Alemanha se rearmar, significaria muito para a Rússia. Os EUA têm forçado a Alemanha e o Japão a se rearmarem", explicou Lee He Yon à Sputnik.
Conforme o analista, a Alemanha na verdade representa uma ameaça para a Rússia, e "um dia será preciso fazer algo com isso", através de certo acordo com a parte alemã.
Ao mesmo tempo, afirmou que a Rússia, em seu confronto com os Estados Unidos, não planeja repetir os erros da União Soviética e resistir aos EUA sozinha. Em vez disso, diz o analista, a Rússia vai manter ou até desenvolver ainda mais uma espécie de aliança com a China, bem como entrar em novos mercados, tais como da Índia, do Médio Oriente ou de países do Sudeste Asiático.
"A Rússia tem um passado, em que a União Soviética, como uma grande potência, perdeu para os Estados Unidos sozinha, e por isso a Rússia agora não quer repetir os erros do passado, ao planejar seguir mantendo uma espécie de aliança com a China, e ainda mais. Isto é, trata-se de uma transformação do sistema unipolar para o bipolar, no sentido militar e político, e para o sistema multipolar no sentido econômico", supõe o professor da Universidade Hanshin.
O analista acredita que tanto a Rússia como a China são bem diferentes de cerca de 15 anos atrás. Segundo Lee He Yon, a União Soviética, e depois sua sucessora – a Rússia, não conseguiram resistir aos Estados Unidos, mas hoje em dia a Rússia consegue fazê-lo, embora a Ucrânia se encontre com muitos apoiadores no conflito, acrescentou.
Nesse contexto, além da cooperação com a China, a Rússia, levando em consideração seus recursos naturais, pode entrar em novos mercados, tais como da Índia, do Médio Oriente, da Indonésia e de países do BRICS, salientou o analista.
"A China e a Índia são a favor da Rússia. Há novos mercados. Ou seja, não se pode falar de isolamento [da Rússia], porque não se pode isolar um continente inteiro."
De acordo com o professor, o objetivo de Moscou é
levar a cabo um grande golpe geopolítico, e o conflito [na Ucrânia] só terminará quando a Ucrânia deixar de representar uma ameaça no processo de alcançar esse objetivo. A longo prazo, diz o analista, o posicionamento russo em relação a
uma nova arquitetura de segurança vai se basear no princípio de "com" (
com a Europa), em vez de "em" (na Europa).
"Não tentem nos envolver nessa arquitetura, somos de outra classe", assim se posiciona a Rússia, segundo Lee He Yon. A Rússia, acredita ele, quer participar da construção do novo sistema, e se uma "oferta" relacionada com esta construção não parecer confiável, a Rússia recusará.
"A Rússia em 2008, 2014 e 2021. Em cada caso, trata-se de uma Rússia diferente. É por isso que em Moscou resolveram mudar o paradigma agora. 'Hide and bide' [esconder e esperar] é uma estratégia [escolhida pela Rússia] que significa 'esconder sua força e esperar debaixo das asas'", concluiu o professor.