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Por que previsões ocidentais da última década sobre China não se tornaram realidade?

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Nota de 100 yuans - Sputnik Brasil, 1920, 18.07.2022
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Analisando os processos na China e em outros países não ocidentais, os países do Ocidente costumam se basear na experiência da sua própria história, ocidentalizando o futuro dos países em desenvolvimento, o que faz com que as suas previsões não se tornem realidade, acredita o colunista do Global Times Yang Sheng.
Ao comentar a China, alguns políticos ocidentais apenas veem um país que sempre se encontra à beira da crise, começando com falas sobre a "aterrissagem dura da China" ou "colapso da China" e terminando com "a COVID-19 é o Chernobyl chinês" ou "fim do poder do Partido Comunista da China (PCC)". Segundo o Global Times, ao longo da última década, cada vez que a China tem enfrentado dificuldades ou desafios, certos políticos ocidentais, junto com cientistas e especialistas em assuntos chineses, têm repetidamente feito previsões negativas sobre o destino da China e do seu Partido Comunista. Nem é preciso mencionar que nenhuma das previsões resultou sequer ser mais ou menos correta, diz a edição.
Ao falar sobre o impacto da pandemia nas políticas chinesas, o colunista, Yan Sheng, afirma que o Estado chinês mostrou métodos de luta contra a COVID-19 mais eficazes do que o Ocidente coletivo.
"Mesmo sob o impacto da pandemia da COVID-19, a China demonstrou desde o início muito melhor desempenho do que o Ocidente no que diz respeito ao salvamento de vidas e ao controle da pandemia, e seu crescimento econômico continua superando as taxas de crescimento da maioria das grandes economias", diz a publicação.
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Na opinião do colunista, nos últimos anos o Ocidente tem mudado a sua abordagem em relação à China, "com o seu sistema político único e uma cultura que difere muito da ocidental", da "teoria sobre o colapso chinês" para a "teoria sobre a ameaça chinesa".

Previsões erradas

Uma dessas previsões, de acordo com Yan Sheng, foi feita por Francis Fukuyama (famoso filósofo e economista político norte-americano, mais conhecido pelo livro "O Fim da História e o Último Homem"). Segundo Fukuyama, sob pressão da crescente classe média, empoderada por riqueza e redes sociais, o sistema político chinês, em um certo momento, deveria "explodir".
Francis Fukuyama afirmou à mídia que "a China tem sido sempre um país com um grande problema informacional, onde o imperador não pode entender o que está ocorrendo no terreno [entre a gente comum] [...] e em muitos aspetos esse é o problema do Partido Comunista. Como lhes falta mídia livre, como não têm eleições locais, eles não podem julgar verdadeiramente o que seu povo está pensando".
© Sputnik / STRINGER / Acessar o banco de imagensFilósofo e cientista político norte-americano Francis Fukuyama durante uma coletiva de imprensa em Lvov, Ucrânia, 23 de agosto de 2016
Filósofo e cientista político norte-americano Francis Fukuyama durante uma coletiva de imprensa em Lvov, Ucrânia, 23 de agosto de 2016 - Sputnik Brasil, 1920, 18.07.2022
Filósofo e cientista político norte-americano Francis Fukuyama durante uma coletiva de imprensa em Lvov, Ucrânia, 23 de agosto de 2016
Além de Fukuyama, o colunista lembra as falas da ex-secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, que em 2011 afirmou que "o sistema chinês está condenado".
Gordon Chang, que o Global Times descreve como "um notório fanático" da teoria sobre o colapso chinês, embora a história tenha mostrado acontecimentos que provam o contrário, segue crendo no colapso, simplesmente mudando de cada vez a data do "colapso" do Estado chinês.

Por que afinal as previsões não se tornaram realidade?

As previsões de Fukuyama foram feitas depois do acidente ferroviário de Wenzhou em 2011, que acentuou debates na sociedade chinesa sobre a segurança dos transportes públicos, colocando às vezes em dúvida a confiança no governo quanto à investigação da catástrofe.
"Mas será que o acidente provou a hipótese de Fukuyama de que o Partido Comunista não consegue entender de que o povo chinês está pensando? Será que o acesso crescente da classe média chinesa à Internet foi limitado pelo governo? Analistas dizem que a resposta é clara: Fukuyama não tinha razão."
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Para provar a sua argumentação, o colunista cita dados, de acordo com os quais na China hoje estão registrados mais de um bilhão de usuários da rede, comparando com 560 milhões em 2012.

"Porque o aumento do número de usuários da rede não enfraqueceu o sistema político chinês? É que a China elaborou com sucesso plataformas on-line de opinião pública, que permitem que as pessoas expressem a sua opinião, discutam sobre os problemas da sociedade chinesa e avisem o governo sobre a necessidade de os resolver de forma eficaz", cita o Global Times as palavras de Zhang Yiwu, professor da Universidade de Pequim.

Segundo Zhang Weiwei, diretor do Instituto da China da Universidade de Fudan, existem dois problemas principais relacionados com a incapacidade do Ocidente de fazer previsões corretas em relação à China.
"Antes de mais, eles têm preconceitos ideológicos, por acharem que a China ou qualquer outro país não ocidental ao final serão ocidentalizados por quererem se modernizar. Outro problema é que a ciência política ocidental se baseia na experiência da história ocidental, por isso, quando os cientistas ocidentais utilizam tal 'ciência' para analisar a China, um país com uma civilização completamente diferente, na maioria dos casos eles chegam a conclusões pouco fiáveis", conclui o analista chinês.
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