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Especialista: não há registro de presidente reeleito em condições similares às do governo Bolsonaro

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Neste domingo (24), no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro lançará sua candidatura à presidência de olho na reeleição. À Sputnik Brasil, parlamentares governistas falaram sobre os desafios desta eleição, e o que será preciso fazer para vencer Luiz Inácio Lula da Silva.
As atuais pesquisas de intenção de voto não são promissoras para o atual chefe de Estado brasileiro, que encontra-se atrás do candidato da oposição, do Partido dos Trabalhadores, e sob pressão de diversos setores da sociedade. Mas o pleito está longe de ter sido decidido. O fato é que até outubro, há muita água para correr sobre os rios da eleição presidencial no Brasil.
Os acordos com a Rússia, no âmbito da aquisição de diesel a preços, como garantiu o presidente, "o mais barato possível", devem arrefecer a inflação que assombra o Brasil. Além disso, o novo auxílio financeiro do Estado passará a chegar à conta dos brasileiros nos próximos meses, e seus efeitos devem ser sentidos na economia do país.
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A confiança de que o cenário contra Lula pode mudar até outubro é partilhada pelo deputado federal Filipe Barros. Conforme explicou à Sputnik Brasil, a estratégia do presidente, neste momento, deve ser a consolidação do "projeto de desenvolvimento e de apoio à população excepcional" que foi apresentado nos últimos quatro anos.
Para ele, "não se trata de apresentar uma estratégia no sentido eleitoreiro, mas, sim, de apresentar o trabalho que vem sendo feito em todas as regiões do país com obras e ações em todos os setores".
Filipe Barros define-se como um "soldado do presidente" que estará "ao lado dele nas missões pelo bem da nossa nação". Ao defender o governo, ele explicou que "a eleição deste ano, em outubro próximo, será histórica. O brasileiro tem dois caminhos à frente: ou segue o projeto de desenvolvimento que está acontecendo neste momento sob o comando do presidente Bolsonaro, ou o retorno do crime organizado e da corrupção".
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Essa opinião também é partilhada pela deputada Carla Zambelli, uma das parlamentares mais próximas do chefe de Estado brasileiro. Ela entende que a melhor estratégia, neste momento, "é a verdade", e defende que "as brumas da oposição" vão se dissipar até não conseguirem "mais encobrir a verdade". Ela citou, como exemplo, as recentes benesses do Estado brasileiro para mitigar os efeitos da crise econômica internacional.
Ela apontou que Jair Bolsonaro promoveu estratégia interessante ao rever o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "Ele dizia que impactava no preço dos combustíveis. A oposição apoiada pela grande mídia colocou sua fala em dúvida, e, uma vez aprovada a redução do ICMS, as pessoas viram o preço dos combustíveis baixar. A verdade vai reeleger o presidente Bolsonaro", afirmou.
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"A missão de todos nós que apoiamos o presidente é mostrar para a população o quanto avançamos. O Brasil é hoje um país muito melhor. A corrupção foi combatida e nossas estatais estão gerando receitas que agora podem ser partilhadas com os brasileiros. Temos um país com índices muito menores de criminalidade. Precisamos mostrar o quanto poderemos avançar com o Novo Marco do Saneamento, o 5G e outros investimentos em infraestrutura que colocarão nosso país na rota da prosperidade", disse Carla Zambelli à Sputnik Brasil.
Em meio à confiança de que é possível reverter o que dizem as pesquisas de intenção de voto, ela também falou sobre os desafios de 2022. Para ela, esta é uma eleição parecida com a de 2018, pois é preciso "vencer a mentira, a desfaçatez e a falta de compromisso com o Brasil".
O professor Agnaldo dos Santos, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), por outro lado, entende que o atual governo possui um desafio mais difícil de ser superado diante da possibilidade de reeleição: a crise econômica, com inflação alta e desemprego em taxas elevadas.
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"Não há registro na história das democracias modernas de um presidente reeleito ou apoiando um candidato vitorioso nestas condições. A isso soma-se o alto índice de rejeição, na casa dos 60%, que cria uma barreira difícil, especialmente no segundo turno. O que sobra a ele é manter sua base de apoio, que é alta (em torno dos 30%), dadas as condições acima expostas. É apostar também nos eventuais efeitos do Auxílio Brasil entre os mais pobres", disse Agnaldo dos Santos.
O cientista social explicou ainda outro ponto importante neste pleito, a chegada do general Braga Neto como vice na chapa de Jair Bolsonaro. Segundo ele, "isso reforça a ideia de que as Forças Armadas, ou parte expressiva dela, são os verdadeiros fiadores do governo, além de parte do mercado financeiro interessado na política econômica liberal. É uma chapa que atende aos citados 30% de apoiadores do presidente, mas não sinaliza para a ampliação de apoio que um candidato à reeleição necessita".
Para ele, ainda pairam muitas perguntas sobre o papel do general Braga Neto nesta chapa. O que se pode dizer, até o momento, é que o novo vice "possui um perfil mais discreto que o de [Hamilton] Mourão, o que deve agradar Bolsonaro. Mas reforça a imagem de que parte expressiva das Forças Armadas continua apoiando o projeto de Bolsonaro". Segundo ele, "não é um bom sinal para os que temem uma possível radicalização da campanha eleitoral, e mesmo o não reconhecimento de uma possível derrota".
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