Chefe do Tesouro dos EUA afirma que economia não está encolhendo: 'Não recessão, mas desaceleração'
© AP Photo / Chung Sung-JunA secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, participa de uma reunião com o vice-primeiro-ministro sul-coreano e ministro da Economia e Finanças Choo Kyung-ho no Lotte Hotel, em Seul, Coreia do Sul, 19 de julho de 2022
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Atingido pela disparada da inflação desde novembro de 2021, os EUA estão com problemas econômicos ainda mais intensos em 2022 pelas sanções antirrussas do Ocidente.
A distorção das redes logísticas e o aumento de preços do petróleo e da energia resultantes das sanções aumentaram ainda mais os preços nos EUA, provocando temores de uma recessão. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, no entanto, descartou a ideia de que a economia dos EUA provavelmente venha a entrar em recessão em 2022, optando por descrever os problemas como "desaceleração do crescimento" em sua entrevista à NBC.
Yellen defendeu que a retração que a economia norte-americana vive atualmente, bem como o crescimento negativo projetado para o final do ano, são apenas naturais tendo em conta o crescimento explosivo que a economia norte-americana sofreu em 2021.
"A economia está desacelerando. No ano passado, cresceu muito rapidamente, cerca de 5,5%, e isso conseguiu colocar as pessoas de volta ao trabalho, que perderam seus empregos durante a pandemia [de COVID- 19]. O mercado de trabalho agora está extremamente forte. [...] Esta não é uma economia que está em recessão, mas estamos em um período de transição em que o crescimento está desacelerando e isso é necessário e adequado", disse.
A chefe do Tesouro continuou argumentando que a economia dos EUA precisa crescer "em um ritmo constante e sustentável" em vez do que foi testemunhado em 2021. Ela reiterou que a "desaceleração" econômica que as empresas americanas estão observando é "apropriada", e não pode ser considerada uma recessão, pois supostamente não afeta muitos setores.
Mais cedo, Yellen admitiu que estava errada sobre a natureza da inflação, que é considerada uma das razões por trás da recessão. Em março de 2021, ela afirmou que a inflação era temporária e não seria exacerbada por outra rodada de estímulos financeiros liderados pelos Democratas.
A inflação ultrapassou 7% em novembro daquele ano, antes de crescer ainda mais em 2022, especialmente depois que as nações ocidentais anunciaram suas sanções contra a Rússia, que aumentaram os preços globais de petróleo, gás, gasolina, fertilizantes e alimentos. Na tentativa de controlar a inflação, o Federal Reserve (Fed) começou a aumentar as taxas de juros pela primeira vez em anos, levando-as a patamares de 1,5% a 1,75%.
O presidente do Fed, Jorome Powell, deu a entender que as taxas de juros podem crescer ainda mais até o fim do ano, como parte dos esforços para desacelerar a economia norte-americana supostamente "superaquecida". No entanto, seus comentários provocaram temores de que a desaceleração pudesse resultar em recessão total.