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Noruega pode enfrentar escassez de pneus de inverno devido às sanções contra Rússia

© Sputnik / Pavel LvovBandeiras da Rússia e da Noruega durante cerimônia de deposição de uma coroa de flores no monumento do Soldado Russo por parte da delegação norueguesa, representada por veteranos do serviço militar, povoado Mezhdurechie, região de Murmansk, Rússia, 21 de outubro de 2019
Bandeiras da Rússia e da Noruega durante cerimônia de deposição de uma coroa de flores no monumento do Soldado Russo por parte da delegação norueguesa, representada por veteranos do serviço militar, povoado Mezhdurechie, região de Murmansk, Rússia, 21 de outubro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 27.07.2022
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A escassez de pneus de inverno é provável no inverno do Hemisfério Norte que vem por causa do conflito na Ucrânia, que ainda está em pleno andamento, alertou a indústria de pneus norueguesa. Quase um terço dos pneus representados no mercado norueguês é produzido na Rússia.
A indústria de pneus é só uma das indústrias que têm sofrido com as sanções bruscas impostas pelo Ocidente contra a Rússia devido à sua operação militar na Ucrânia, tendo a saída das empresas ocidentais do mercado russo sido explicada por razões éticas. Contudo, as medidas ocidentais provocaram uma reação dramática, demonstrada pelo aumento de preços, grandes déficits na produção e dificuldades de entregas por toda a Europa.
Quase um terço dos pneus representados no mercado norueguês é produzido na Rússia, e no âmbito da campanha de sanções antirrussas a Noruega fechou a sua produção no país.

"Há muito tempo a Rússia tem sido a maior produtora de pneus de inverno para os países do Norte. Isso se explica pelo fato de a Rússia ser um mercado enorme com uma grande procura e recursos abundantes. Mas eles tinham o direito de importação que afetou as fornecedoras norueguesas de forma negativa. Desta maneira, as fornecedoras perceberam que podiam criar já [na Rússia] fábricas, assim fazendo as importações para os países nórdicos mais baratas", disse ao jornal Nettavisen Paul Oord, diretor-geral da Starco Norge, uma das maiores fornecedoras de pneus da Noruega.

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Oord salientou que a sua empresa jamais recebe "nenhum pneu" da Rússia, acrescentando que a Starco Norge está transferindo as suas fábricas do país. Apesar dos grandes problemas de capacidade, as fornecedoras de pneus estão agora tentando receber pneus dos países asiáticos, tais como a China, Coreia do Sul ou Japão. Oord também disse que a falta do tipo específico de aço, que antes era importado da Ucrânia, não facilitou nada a situação.
Geir Yngve Lyrstad, diretor-geral da empresa fornecedora de pneus DekkTeam Arnes, afirmou que a sua empresa já enfrentou um pico imediato da procura de pneus de inverno.

"Não há dúvida nenhuma que no outono [do Hemisfério Norte] vamos testemunhar uma escassez de pneus", disse. "Anteriormente, o cliente podia escolher entre vários tipos de pneus, mas agora todos recebem pneus de acordo com o princípio 'primeiro a chegar, primeiro a ser servido'. Não se pode titubear mais. Nesse caso, corre o risco de deixar o carro na garagem por todo o inverno."

A Federação de Automóveis Norueguesa (NAF, na sigla em norueguês) aconselhou os motoristas a "cerrarem os dentes" e comprar novos pneus com antecedência a fim de depois não pôr em perigo a segurança no trânsito.
Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, durante briefing em Moscou, Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 27.07.2022
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Mais cedo neste ano, as seis maiores produtoras de pneus, inclusive a Michelin, Nokian e Bridgestone, fecharam as suas produções na Rússia em meio ao conflito militar na Ucrânia. Entre outras coisas, a empresa finlandesa Nokian declarou que continuar funcionando na Rússia tinha deixado de ser "praticável e sustentável". Em vez disso, a empresa anunciou os seus planos de construir uma fábrica na Europa que deve substituir a russa, tendo comprometido 117 milhões de dólares (R$ 634 milhões) para a nova produção.
Após o início da operação militar especial de desnazificação e desmilitarização da Ucrânia o Ocidente fortaleceu a pressão de sanções contra a Rússia. O rompimento das cadeias logísticas levou ao aumento de preços de combustível e alimentos na Europa e nos EUA, o que afetou milhões de famílias europeias. A recusa da Europa de se sentar à mesa das negociações com a Rússia só fez com que a situação econômica na União Europeia piorasse.
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