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Publicação revela como EUA conseguiram encontrar e matar líder da Al-Qaeda

© AP Photo / APTNMilitantes do grupo Tahrir al-Sham, ligado à Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), dispersam protesto em Bab al-Hawa, posto fronteiriço entre a Síria e a Turquia, em 20 de dezembro de 2019 (foto de arquivo)
Militantes do grupo Tahrir al-Sham, ligado à Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), dispersam protesto em Bab al-Hawa, posto fronteiriço entre a Síria e a Turquia, em 20 de dezembro de 2019 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 02.08.2022
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Publicação do Reino Unido explica as circunstâncias da morte de Ayman al-Zawahiri, o principal líder da Al-Qaeda.
Depois de uma caçada de décadas, o simples hábito de ficar sentado na varanda deu à Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês) a oportunidade de lançar um "ataque sob medida", escreve o The Guardian nesta terça-feira (2).
A publicação explica que o ataque de drone, na manhã de domingo (31), que causou a morte de Ayman al-Zawahiri, líder da Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), só foi possível porque "ele desenvolveu um hábito".
O co-planejador dos ataques de 11 de setembro tinha adquirido o gosto de ficar sentado na varanda de seu esconderijo em Sherpur, em Cabul. Ele gostava de sair para a varanda depois das orações da manhã para poder ver o sol nascer sobre a capital afegã.
O comportamento, escreve o jornal britânico, era tão regular que permitiu que os agentes de inteligência montassem o que chamaram de "um padrão de vida" do alvo. Isso permitiu que eles lançassem o que a Casa Branca chamou de "ataque aéreo sob medida", que envolveu dois mísseis Hellfire disparados de um drone Reaper.
O drone custa cerca de US$ 150 mil (R$ 725 mil), e o projétil disparado, embora não tenha ogiva, tem seis lâminas em sua ponta que giram em alta velocidade, o que pode dilacerar o alvo.
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Uma maquete da casa de Sherpur foi construída, mostrando a varanda onde o líder da Al-Qaeda gostava de se sentar. O presidente dos EUA, Joe Biden, "examinou de perto" o modelo da casa de Al-Zawahiri e deu autorização para o ataque.
Al-Zawahiri, de 71 anos, foi responsabilizado não apenas por sua participação como o segundo no comando dos ataques de 11 de setembro de 2001, com quase 3 mil mortos, mas também por vários outros ataques da Al-Qaeda, incluindo o atentado suicida contra o destróier USS Cole, no Iêmen, em outubro de 2000, que matou 17 marinheiros americanos.
Após o retorno do Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) ao poder no Afeganistão, em agosto passado, Al-Zawahiri e sua família mudaram-se para a casa de Sherpur.
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O destróier USS Cole. Foto de arquivo

Quem era Ayman al-Zawahiri?

O jornal The Guardian sustenta que Ayman al-Zawahiri era um líder discreto, sendo que a sua morte causará à organização terrorista alguma turbulência a curto prazo — mas é improvável que cause problemas a longo prazo.
"Uma década atrás, matar Al-Zawahiri teria feito uma grande diferença. Agora, embora a natureza de sua morte demonstre a capacidade contínua dos EUA de atacar inimigos individuais mesmo em ambientes hostis e levante questões sobre o relacionamento do Talibã com grupos extremistas, é improvável que enfraqueça significativamente a Al-Qaeda", diz a publicação.
Al-Zawahiri estava gravemente doente, e muitas tarefas importantes provavelmente foram realizadas por outras pessoas por vários anos. Um desses homens mais jovens assumirá agora o papel de liderança. Apesar do desgaste significativo, nos últimos anos, de potenciais sucessores, existem vários candidatos capazes.
O favorito para assumir é Mohammed Salah al-Din Zaidan, mais conhecido como Saif al-Adel, um veterano egípcio de 60 anos que há muito é considerado um organizador capaz pelos serviços de segurança ocidentais. Ele está atualmente no Irã.
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