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Mundo está desiludido com ordem norte-americana e embarcou em revisionismo, diz Foreign Affairs
Mundo está desiludido com ordem norte-americana e embarcou em revisionismo, diz Foreign Affairs
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O mundo jamais está satisfeito com a ordem ditada pelos Estados Unidos, acredita o ex-assessor de Segurança Nacional do primeiro-ministro indiano Manmohan... 03.08.2022, Sputnik Brasil
2022-08-03T12:36-0300
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Menon sublinhou a tendência, de acordo com a qual muitos países passam a rever as condições políticas estabelecidas. Além disso, segundo ele, foi a desconfiança na hegemonia de Washington que gerou o revisionismo.Em uma tentativa de fortalecer a sua influência, os EUA recusaram muitos instrumentos internacionais de regulamentação das relações entre Estados, afastando-se da ONU e OMC (Organização Mundial do Comércio), retirando-se de vários tratados e violando as suas próprias regras. Isso afastou dos EUA tanto grandes países, como China, Rússia e Alemanha, como pequenos.Segundo Shivshankar Menon, o verdadeiro mundo multipolar ainda está em formação, enquanto o processo está sendo complicado pela falta entre vários jogadores da percepção unida sobre em que princípios este mundo será construído.Ao mesmo tempo, Menon avaliou de forma positiva as uniões regionais com uma especialização estreita. Segundo o político, tais alianças estão longe das uniões "pesadas" do passado.Após o início da operação militar especial russa para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, o Ocidente fortaleceu a pressão sancionatória contra Moscou. Muitos países anunciaram o congelamento dos ativos russos e começaram a soar apelos para recusar da energia russa. Tais medidas resultaram em problemas para a própria Europa e os EUA, provocando o aumento dos preços dos alimentos e do combustível.
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Mundo está desiludido com ordem norte-americana e embarcou em revisionismo, diz Foreign Affairs
O mundo jamais está satisfeito com a ordem ditada pelos Estados Unidos, acredita o ex-assessor de Segurança Nacional do primeiro-ministro indiano Manmohan Singh, Shivshankar Menon, em artigo para a revista Foreign Affairs.
Menon
sublinhou a tendência, de acordo com a qual muitos países passam a rever as condições políticas estabelecidas. Além disso, segundo ele, foi
a desconfiança na hegemonia de Washington que gerou o revisionismo.
"Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA encabeçaram duas ordens: a keynesiana que não mostrou interesse algum em como os Estados gerem os seus assuntos internos no mundo bipolar da Guerra Fria, e, já depois da Guerra Fria, a ordem neoliberal no mundo unipolar, que ignora a soberania nacional e fronteiras onde for necessário. Ambas as ordens foram proclamadas como 'abertas, baseadas nas regras e liberais', manifestando os valores da democracia, do chamado mercado livre, de direitos humanos e da supremacia da lei. Na realidade, se baseavam na dominância e nos imperativos do poder militar, político e econômico dos EUA", lembrou Menon.
Em uma tentativa de fortalecer a sua influência, os EUA recusaram muitos instrumentos internacionais de regulamentação das relações entre Estados, afastando-se da ONU e OMC (Organização Mundial do Comércio), retirando-se de vários tratados e violando as suas próprias regras. Isso afastou dos EUA tanto grandes países, como China, Rússia e Alemanha, como pequenos.
"Todos viram como a ONU, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, a OMC, o G20 e outros não conseguiram tomar medidas sobre questões de desenvolvimento e, o que ainda é mais atual, sobre a crise da dívida, que afetou os países em desenvolvimento, agravada pela pandemia de COVID-19 e a inflação alimentar e energética. A recente experiência de fracassos econômicos está complicada com o fato de, apenas no século corrente, as grandes potências terem várias vezes realizado intervenções, tentando mudar regimes e efetuando a interferência secreta", acrescentou o colunista.
Segundo Shivshankar Menon, o verdadeiro mundo multipolar ainda está em formação, enquanto o processo está sendo complicado pela falta entre vários jogadores da percepção unida sobre em que princípios este mundo será construído.
"Uma espécie de anarquia está se infiltrando nas relações internacionais – não se trata da anarquia em um sentido mais estrito da palavra, mas da ausência da origem central organizadora ou do líder. Nenhuma potência pode impor condições para a ordem existente, enquanto as grandes potências não seguirem um conjunto firme de princípios e normas; é difícil estabelecer as regras de trânsito, quando tantos países optam por caminhos diferentes", afirmou o autor da publicação.
Ao mesmo tempo, Menon avaliou de forma positiva as uniões regionais com uma especialização estreita. Segundo o político, tais alianças estão longe das uniões "pesadas" do passado.
"A última década trouxe uma série interna de acordos multilaterais, inclusive o Quad [Diálogo de Segurança Quadrilateral, fórum estratégico entre EUA, Japão, Austrália e Índia], BRICS, OCX [Organização para Cooperação de Xangai] e I2U2 [formado por Índia, Israel, Emirados Árabes Unidos e EUA]. Parece que cada problema cria uma nova sigla. Estes acordos são apropriados e servem a propósitos concretos. Além disso, embora possam ajudar a fortalecer certas relações bilaterais, não têm nada a ver com as uniões pesadas ou blocos da Guerra Fria", salientou.
Após o início da operação militar especial russa para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, o Ocidente fortaleceu a pressão sancionatória contra Moscou. Muitos países anunciaram o congelamento dos ativos russos e começaram a soar apelos para recusar da energia russa. Tais medidas resultaram em problemas para a própria Europa e os EUA, provocando o aumento dos preços dos alimentos e do combustível.