EUA semeiam discórdia em todo o lado exceto em seu continente, diz ex-presidente russo
10:50 04.08.2022 (atualizado: 11:17 04.08.2022)
CC BY 2.0 / Marinha dos EUA / Erica Bechard, especialista em Comunicação de Massa de 2ª Classe / Handout / Grupo liderado por porta-aviões Ronald Reagan dos EUA, com participação do Japão e do Canadá, durante os exercícios navais Keen Sword 21, mar das Filipinas, 26 de outubro de 2020
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O ex-chefe de Estado e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, disse à Sputnik que os EUA desestabilizam a situação de seus aliados na Europa e semeiam a discórdia em todo o mundo, menos em seu continente.
"Os americanos já desestabilizaram a situação de seus aliados na Europa. Agora é a vez de outras partes do mundo, inclusive na Ásia. Observem: eles semeiam a discórdia em todo o lado exceto em seu próprio continente. Na Rússia, China, Europa, Ásia, África, América Latina. Só não o fazem perto deles próprios, embora fosse interessante ver os americanos encenar um golpe de Estado nos países vizinhos, por exemplo no Canadá", disse Medvedev.
O ex-presidente russo observou que os EUA verão sérias consequências globais, como a deterioração da situação de segurança na Ásia, após a visita da presidente da Câmara dos Representantes americana, Nancy Pelosi, a Taiwan.
"Isso é provavelmente o que os americanos queriam, aumentar a tensão regional. Em vão, haverá consequências muito mais graves à escala global. A segurança na Ásia irá deteriorar-se drasticamente. A desconfiança se tornará colossal. Os mercados continuarão a cair. A gasolina e os alimentos serão mais caros", afirmou Medvedev.
Ele também expressou seu ceticismo em relação às declarações da Casa Branca, segundo as quais a administração dos EUA não havia aprovado a viagem de Pelosi e avisou sobre possíveis riscos. Medvedev afirmou que isso não passa de uma encenação.
"Essas visitas são planejadas com antecedência. Os cenários são escritos para todos os participantes. Os papéis neles são distribuídos, as observações são rigorosamente coordenadas. Não há contradições internas entre o governo de Biden e o Congresso sobre essa questão", explicou o ex-presidente russo.
O avião com Pelosi aterrissou no aeroporto da capital da ilha, Taipé, na tarde de 2 de agosto, apesar dos fortes avisos de Pequim e das exigências de cancelar a visita. A China anunciou manobras em seis áreas marítimas em torno de Taiwan de 4 a 7 de agosto. As atividades de treinamento incluem exercícios com fogo real.