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Órgão regulador alemão deve cortar uso de gás em 20% para evitar racionamento, diz Financial Times

© AFP 2023 / NATALIA KOLESNIKOVAUm trabalhador monitora válvulas no campo de gás Yuzhno-Russkoe da gigante russa de gás Gazprom, 18 de dezembro de 2007
Um trabalhador monitora válvulas no campo de gás Yuzhno-Russkoe da gigante russa de gás Gazprom, 18 de dezembro de 2007 - Sputnik Brasil, 1920, 14.08.2022
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Diante do cenário de crise energética, Alemanha vai reduzir ainda mais o uso de gás na tentativa de evitar racionamentos durante o inverno, período mais crítico de consumo.
Para evitar uma escassez incapacitante neste inverno, a Alemanha deve reduzir seu uso de gás em um quinto, afirmou o principal regulador de rede do país.
De acordo com o Financial Times, o chefe da Agência Federal de Redes (BNA, na sigla em alemão), Klaus Muller, vai ser o responsável pelo racionamento de gás caso a maior economia da Europa sofra com a crise de energia no inverno. "Se não atingirmos nossa meta [de 20% de economia de gás], existe um sério risco de não termos gás suficiente", disse ele ao portal de notícias.
Muller afirmou que a Alemanha também precisaria de cerca de 10 gigawatts de fornecimento extra de gás de outras fontes para compensar os volumes que faltam da Rússia – em grande parte gás natural liquefeito (GNL) de países como os EUA. Isso representa cerca de 9% do seu consumo atual de gás.
Segundo o chefe da agência, a Alemanha também vai ter de depender das importações de gás de outros países europeus, já que o custo de longo prazo para acabar com a dependência da Alemanha da Rússia seria um "preço muito alto do gás", o que poderia trazer grandes consequências para os setores produtivos do país.
"Alguma produção pode se afastar da Alemanha porque o gás se tornou caro demais", disse ele. "E isso é uma coisa difícil se acontecer."
Arquivo: imagem mostra um controlador em um duto para linhas de gás na Open Grid Europe (OGE), uma das maiores operadoras de sistemas de transmissão de gás da Europa, em Werne, oeste da Alemanha, 24 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 09.08.2022
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Desde que as sanções ocidentais impostas ao petróleo e gás russos, bem como às indústrias relacionadas ao setor de energia, afetaram o oleoduto Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1) da gigante russa Gazprom que o fornecimento foi estrangulado fortemente em meados de junho. Atualmente, o principal canal de entrega de gás russo para a Europa está operando com apenas 20% da capacidade em função de problemas técnicos envolvendo a manutenção de suas turbinas.
Com a escassez das entregas os preços do gás subiram de cerca de € 66 (aproximadamente R$ 344) por megawatt-hora no início do ano para € 206 (cerca de R$ 1.073) na tarde de sexta-feira (12).
A Alemanha chegou a acusar a Rússia de "usar a energia como arma" para reagir às sanções impostas devido à operação militar especial de Moscou na Ucrânia, algo que o Kremlin negou repetidas vezes. Neste fim de semana, o Ministério da Economia da Alemanha ordenou que todas as empresas e autoridades locais reduzissem a temperatura ambiente mínima em seus espaços de trabalho para 19 °C durante o inverno.
Já na segunda fase de seu plano nacional de emergência de gás, Berlim espera não ter de chegar à terceira e última fase, que implicaria no racionamento de gás aos clientes industriais, quando o órgão regulador teria de decidir quais empresas seriam ou não abastecidas.
"É como ter os Alpes nos meus ombros", disse Muller. "Mas é tudo uma questão de tirar o melhor proveito de uma situação ruim."
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