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Bloomberg: energia alemã bate recorde de preços e não demonstra sinais de desaceleração

© AFP 2023 / INA FASSBENDERTurbina eólica é vista em frente a uma usina a carvão operada pela fornecedora de energia alemã RWE em Niederaussem, oeste da Alemanha, 13 de julho de 2022
Turbina eólica é vista em frente a uma usina a carvão operada pela fornecedora de energia alemã RWE em Niederaussem, oeste da Alemanha, 13 de julho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 16.08.2022
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Preço do gás atingiu maior nível desde o início de março, pressionando o governo a considerar racionamento e fechamento de empresas não prioritárias.
De acordo com a Bloomberg, o preço de referência da energia na Europa subiu acima de € 500 (cerca de R$ 2.620) por megawatt-hora pela primeira vez, aumentando a pressão sobre residências e empresas, já que a pior crise de energia em décadas deve persistir até 2023.
Segundo a agência European Energy Exchange, a eletricidade alemã subiu 6,4%, chegando a € 508 (aproximadamente R$ 2.664), um ganho de aproximadamente 500% em relação ao ano passado, impulsionado predominantemente pelo reflexo das sanções ocidentais ao gás russo como resposta à operação militar especial de Moscou na Ucrânia.
Enquanto os custos de energia continuam a subir, indústrias desde fabricantes de vidro a produtores de metal estão sentindo o aperto nas contas e muitas já ameaçam fechar as portas. A Nyrstar NV se tornou a mais recente grande empresa alemã a anunciar cortes nesta terça-feira (16).
"Quanto mais tempo esses aumentos de preços subirem, mais isso será sentido em toda a economia", disse o economista sênior da consultoria Oxford Economics Daniel Kral. "A magnitude do aumento e a magnitude da crise não são comparáveis a nada nas últimas décadas."
Logotipo da empresa estatal russa Gazprom em São Petersburgo, Rússia, em 26 de outubro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 16.08.2022
Panorama internacional
Preços do gás na Europa podem subir mais de 60% no inverno, diz Gazprom
Países de toda a Europa estão se preparando para uma possível escassez de energia no próximo inverno. A Alemanha já considera racionar o fornecimento de certas indústrias para garantir que a demanda essencial possa ser atendida.
Com a forte preocupação com a oferta de gás diante da possível escassez no fornecimento, a União Europeia (UE) lançou um programa de redução de consumo, inicialmente voluntário, na casa de 15%. A medida busca abastecer os reservatórios ainda durante o verão, já visando a forte demanda e a alta de preços no inverno.
A produção das usinas nucleares da França, por exemplo, tradicionalmente a espinha dorsal do sistema de energia da região, deve ser a mais baixa em décadas. Isso transformou o país em um importador de eletricidade, deixando os países vizinhos mais dependentes do gás para manter as luzes acesas.
Ao mesmo tempo, secas e calor extremo em toda a Europa secaram rios e reservatórios que são cruciais para o fornecimento de energia hidrelétrica em alguns países, privando o continente de outra alternativa aos combustíveis fósseis. A geração eólica também está abaixo das normas sazonais, elevando os custos da energia de curto prazo.
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