Irã deixa de exigir remoção do IRGC de lista terrorista dos EUA nas negociações do acordo nuclear
13:01 20.08.2022 (atualizado: 13:35 20.08.2022)
© AP Photo / Vahid SalemiChefe do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), Gen. Hossein Salami fala em uma cerimônia exibindo pedaços do drone americano abatido pela Guarda no Estreito de Ormuz em junho, em Teerã (foto de arquivo)
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Abandono iraniano de condição "linha vermelha" para retorno ao acordo aproxima as tratativas de uma resolução. Ao saber da decisão, Israel expressou inquietação e disse esperar que "a situação seja reversível".
O Irã desistiu de pedir como uma de suas exigências para volta ao acordo nuclear que os EUA tirem o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) da lista de Organizações Terroristas Estrangeiras do Departamento de Estado norte-americano.
De acordo com o The Times of Israel, um alto funcionário do governo disse na sexta-feira (19) que Teerã abandonou a exigência "linha vermelha" em meio a relatos de que os lados estão, finalmente, se aproximando do retorno conjunto EUA-Irã ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).
"A versão atual do texto, e o que eles estão exigindo, a abandona [a retirada do IRGC da lista]", disse o funcionário, observando que os EUA rejeitaram repetida e consistentemente a exigência. "Então, se estamos mais perto de um acordo, é por isso", complementou.
Ao mesmo tempo, o país persa também abriu mão de exigências relacionadas à exclusão de várias empresas ligadas ao IRGC.
Embora um acordo esteja agora "mais próximo do que estava há duas semanas, o resultado permanece incerto, pois algumas lacunas permanecem. O presidente [Joe] Biden só aprovará um pacto que atenda aos nossos interesses de segurança nacional", afirmou.
Já para Israel, a notícia de que o retorno ao JCPOA está próximo é motivo de apreensão. De acordo com a mídia, Tel Aviv espera que progresso nas negociações nucleares com Irã "seja reversível".
"Os iranianos não trabalham muito rápido. Esperamos que a situação seja reversível. Se eles chegarem a um acordo, tentaremos maximizar as conquistas [para Israel] dentro do mesmo. Em última análise, vamos acabar com um negócio ainda pior", afirmou um alto funcionário do governo israelense citado pelo jornal.
Na próxima semana, o Conselheiro de Segurança Nacional israelense, Eyal Hulata, vai a Washington para realizar uma série de reuniões com autoridades norte-americanas sobre o programa nuclear do Irã.