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Principais candidatos à presidência do Brasil ignoram China em planos lançados para política externa
Principais candidatos à presidência do Brasil ignoram China em planos lançados para política externa
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Maior parceiro comercial do Brasil, gigante asiático não foi mencionado nos programas protocolados por Bolsonaro, Lula, Simone Tebet e Ciro Gomes no TSE... 20.08.2022, Sputnik Brasil
2022-08-20T11:47-0300
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De acordo com uma análise feita pela Folha de São Paulo, a China não foi citada em nenhum dos programas apresentados pelos quatro principais candidatos à presidência da República deste ano.Ao examinar dois dos principais, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista, no tópico de política externa, fala em trabalhar pela construção de uma nova ordem global. Já o mandatário menciona a Ásia ao afirmar que o enriquecimento da população do continente tem pressionado o crescimento econômico dos países do Ocidente, mas não fala sobre Pequim diretamente.A única candidata que cita o gigante asiático é Sofia Manzano (PCB), que, na última pesquisa Datafolha, não pontuou o suficiente para ser incluída no quadro de porcentagem de intenções de votos.A China é o maior parceiro comercial do Brasil e desponta, cada vez mais, como uma superpotência mundial. Na visão da professora da Universidade Federal do ABC, Tatiana Berringer, a não presença de Pequim nos planos dos presidenciáveis "é um equívoco".O jornal aponta que, nos quatro programas analisados – incluindo o de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) – há pontos em comum que propõem reforçar a participação do Brasil em fóruns mundiais e organizações multilaterais.Entretanto, a maior divergência, e talvez o posicionamento que melhor revele os contrastes entre os modelos econômicos que eles propõem, parece ser a entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).Jair Bolsonaro dedica uma seção inteira em seu plano ao ingresso na entidade, que neste ano deu um sinal verde para a candidatura do Brasil.O plano de governo do presidente argumenta que a entrada na organização funcionaria como uma espécie de selo de boas práticas e estimularia acordos com nações desenvolvidas, posição ecoada pelo programa de Simone Tebet, segundo a mídia.Ciro Gomes defende priorizar relações com os países desenvolvidos, mas considera algumas condições para o ingresso brasileiro na organização.Já Lula não cita a entidade no seu plano de governo. Além disso, Celso Amorim, ex-chanceler e principal conselheiro do petista para assuntos internacionais, já afirmou em entrevistas que fazer parte da OCDE não traria grandes benefícios para o Brasil, conforme noticiado.Os analistas ouvidos pelo jornal veem as propostas dos principais candidatos como mais afinadas com as emergências atuais — enquanto outros planos, em especial os dos partidos mais à esquerda, como PCB e PSTU, soam desconexos em relação à conjuntura, ainda que abordem temas ignorados pelos demais.
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Principais candidatos à presidência do Brasil ignoram China em planos lançados para política externa
11:47 20.08.2022 (atualizado: 17:27 20.08.2022) Maior parceiro comercial do Brasil, gigante asiático não foi mencionado nos programas protocolados por Bolsonaro, Lula, Simone Tebet e Ciro Gomes no TSE. Candidatos alinham em alguns aspectos para diplomacia brasileira, mas divergem em um ponto central: OCDE.
De
acordo com uma análise feita pela Folha de São Paulo, a
China não foi citada em nenhum dos programas apresentados pelos quatro principais candidatos à presidência da República deste ano.
Ao examinar dois dos principais, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista, no tópico de política externa, fala em trabalhar pela construção de uma nova ordem global. Já o mandatário menciona a Ásia ao afirmar que o enriquecimento da população do continente tem pressionado o crescimento econômico dos países do Ocidente, mas não fala sobre Pequim diretamente.
A única candidata que cita o gigante asiático é
Sofia Manzano (PCB), que, na
última pesquisa Datafolha, não pontuou o suficiente para ser incluída no quadro de porcentagem de intenções de votos.
A China
é o maior parceiro comercial do Brasil e desponta, cada vez mais, como uma superpotência mundial. Na visão da professora da Universidade Federal do ABC,
Tatiana Berringer, a não presença de Pequim nos planos dos presidenciáveis "
é um equívoco".
"Não tem como não falar de China. Talvez os candidatos tenham feito isso para não entrar na disputa ideológica da sinofobia. Mas o tema carece de debate, e acho que ele aparecerá na mídia e nos próprios embates entre eles", disse Berringer citada pela mídia, complementando que uma boa política externa parte de uma avaliação realista da conjuntura internacional e das capacidades de um país para se inserir nela.
O jornal aponta que, nos quatro programas analisados – incluindo o de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) – há pontos em comum que propõem reforçar a participação do Brasil em fóruns mundiais e organizações multilaterais.
Entretanto,
a maior divergência, e talvez o posicionamento que melhor revele os contrastes entre os modelos econômicos que eles propõem,
parece ser a entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Jair Bolsonaro dedica uma seção inteira em seu plano ao ingresso na entidade, que neste ano deu um sinal verde para a candidatura do Brasil.
O plano de governo do presidente argumenta que
a entrada na organização funcionaria como uma espécie de selo de boas práticas e estimularia acordos com nações desenvolvidas, posição
ecoada pelo programa de Simone Tebet, segundo a mídia.
Ciro Gomes defende priorizar relações com os países desenvolvidos, mas considera algumas condições para o ingresso brasileiro na organização.
Já Lula não cita a entidade no seu plano de governo. Além disso,
Celso Amorim, ex-chanceler e principal conselheiro do petista para assuntos internacionais, já afirmou em entrevistas que fazer parte da OCDE não traria grandes benefícios para o Brasil,
conforme noticiado.
Os analistas ouvidos pelo jornal veem as propostas dos principais candidatos como mais afinadas com as emergências atuais — enquanto outros planos, em especial os dos partidos mais à esquerda, como PCB e PSTU, soam desconexos em relação à conjuntura, ainda que abordem temas ignorados pelos demais.