Ciro Gomes defende plebiscitos e taxação de grandes fortunas durante entrevista
00:44 24.08.2022 (atualizado: 12:18 15.09.2022)
© Folhapress / Caio Rocha / Zimel PressEm Fortaleza, no Ceará, telespectador assiste à entrevista do presidenciável Ciro Gomes (PDT) ao Jornal Nacional, da TV Globo, em 23 de agosto de 2022
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Na terça-feira (23), o candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) concedeu entrevista à rede Globo durante o Jornal Nacional. Entre vários temas, o presidenciável defendeu o uso de consultas diretas à população, a taxação dos super-ricos e se comprometeu a não tentar reeleição caso vença o pleito eleitoral.
Durante a entrevista, ao ser questionado sobre a promessa de pagamento de auxílio de R$ 1 mil a famílias vulneráveis, Ciro Gomes afirmou que buscará financiar a proposta com a ampliação de tributos sobre grandes fortunas. A taxação de grandes riquezas ficaria restrita às fortunas superiores a R$ 20 milhões.
"Somente 58 mil brasileiros têm um patrimônio superior a R$ 20 milhões, o que quer dizer o seguinte: cada super-rico no Brasil vai ajudar a financiar, com R$ 0,50 apenas, de cada R$ 100 de sua fortuna, a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha da pobreza", disse o candidato do PDT, acrescentando que essas famílias são as de domicílios que ganham até R$ 417 por pessoa mensalmente.
Segundo Ciro Gomes, essa proposta seria parte de um novo modelo de Previdência para o país, que uniria o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria rural, o seguro-desemprego e programas de transferência de renda como o Auxílio Brasil. Ciro diz que vai unir as políticas e "transformar num direito previdenciário constitucional".
© Folhapress / Pedro LadeiraCiro Gomes durante lançamento de sua pré-candidatura pelo PDT, em 22 de janeiro de 2022
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Ciro Gomes durante lançamento de sua pré-candidatura pelo PDT, em 22 de janeiro de 2022
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Plebiscitos e reeleição
O candidato do PDT defendeu durante a entrevista a introdução de plebiscitos para driblar a necessidade de o presidente se submeter às lideranças do Congresso Nacional para avançar com propostas sensíveis. Ciro Gomes também criticou as alianças dos presidentes brasileiros, desde a redemocratização, com o centrão.
"É um modelo, uma tentativa de libertar o Brasil de uma crise que corrompeu organicamente a Presidência da República. Transformou a Presidência da República em uma espécie de esconderijo do pacto de corrupção e fisiologia do Brasil", disse.
O chamado centrão é um grupo do Congresso Nacional formado por congressistas do campo da direita que costumam se aliar ao Planalto em troca de cargos e recursos federais. Essa negociação faz parte do que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão.
Crítico do modelo, Ciro Gomes se comprometeu na entrevista a não tentar reeleição caso vença o pleito contra seus adversários em outubro. O candidato do PDT acredita que a busca pela reeleição amplia a corrupção ao atrelar a ambição pelo segundo mandato às escolhas e alianças do governo.
© Folhapress / Diego PadgurschiCiro Gomes participa do segundo debate televisivo das eleições de 2018
![Ciro Gomes (PDT) participa do segundo debate televisivo das eleições de 2018 (foto de arquivo) Ciro Gomes (PDT) participa do segundo debate televisivo das eleições de 2018 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 24.08.2022](https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e5/0b/02/18186697_0:0:2880:1920_1920x0_80_0_0_f0e9bb591e7d3ed60126f2e60ba3c8cc.jpg)
Ciro Gomes participa do segundo debate televisivo das eleições de 2018. Foto de arquivo
© Folhapress / Diego Padgurschi
Outros dois candidatos serão entrevistados nesta semana
Os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB) também serão entrevistados pela emissora nesta semana. O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi entrevistado na segunda-feira (22). A ordem das entrevistas foi decidida por meio de sorteio.
Lula participará da série de entrevistas na quinta-feira (25). Já Tebet estará no Jornal Nacional na sexta-feira (26).
Os convidados são os mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Na mais recente pesquisa Datafolha, Lula liderava, com 47%, seguido de Bolsonaro, com 32%, Ciro Gomes, com 7%, e Simone Tebet, com 2%.