Talibã bloqueia 23 milhões de sites por conteúdo 'imoral' desde a chegada ao poder
© AP Photo / Ebrahim NorooziTalibã está de guarda enquanto mulher entra no escritório de passaportes do governo em Cabul, Afeganistão, 27 de abril de 2022
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Nesta quinta-feira (25), o governo interino afegão anunciou o bloqueio de mais de 23 milhões de sites por exibir o que considera conteúdo imoral ao longo do ano desde que o Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) assumiu o poder no país.
Conforme publicou a emissora afegã TOLOnews, citando declaração do ministro das Comunicações da administração Talibã, Najibullah Haqqani, foram bloqueados 23,4 milhões de sites. A publicação não explica o que seria o conteúdo "imoral" apontado pelo regime Talibã.
Haqqani também salientou que o bloqueio em massa se dá em um cenário em que essas páginas estariam sendo mudadas com frequência. "Quando você bloqueia um site, outro estará ativo", disse.
© AP Photo / Ebrahim NorooziTalibãs fazem a guarda de uma zona de explosão em Cabul, em 18 de junho de 2022. Várias explosões e tiros ocorreram em um templo sikh na capital afegã
Talibãs fazem a guarda de uma zona de explosão em Cabul, em 18 de junho de 2022. Várias explosões e tiros ocorreram em um templo sikh na capital afegã
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Ainda segundo a publicação, Ahmad Masoud Latif Rai, vice-ministro das Comunicações do governo afegão, também teceu críticas ao Facebook (plataforma pertencente à empresa extremista Meta, banida no território da Rússia) por sua relutância em cooperar com as autoridades talibãs na moderação de conteúdo.
"Eles trazem à tona a questão do reconhecimento [do governo] [...] e então não cooperam muito bem conosco", disse Latif Rai.
O governo afegão interino liderado pelo Talibã chegou ao poder no ano passado, após a retirada das tropas dos Estados Unidos do país e o colapso do governo local apoiado por Washington.
A chegada do Talibã ao poder provocou desordem econômica e escassez de alimentos que levaram o país à beira de uma crise humanitária. Milhares de afegãos fugiram do país desde então, temendo violações generalizadas dos direitos humanos e a privação da liberdade de mulheres e meninas no país.