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Mundo e América Latina sentem falta do Brasil, diz alta comissária da ONU para direitos humanos
Mundo e América Latina sentem falta do Brasil, diz alta comissária da ONU para direitos humanos
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No apagar das luzes do seu mandato de quatro anos, a ex-presidente do Chile e atual alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet... 27.08.2022, Sputnik Brasil
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Em entrevista exclusiva concedida ao colunista Jamil Chade, do UOL, ela fez um balanço das situações pelas quais a nação brasileira vem passando nos últimos anos. O mandato de Bachelet se encerra na semana que vem. Ela comentou as eleições presidenciais brasileiras e criticou o questionamento a respeito das urnas eletrônicas. Evitou, contudo, mencionar o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), adversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é líder na disputa. Em seguida, sem citar Bolsonaro, teceu críticas à postura do atual presidente, cujo primeiro mandato se encerra no final deste ano. Ela também fez alguns apelos para os brasileiros no contexto das eleições de 2022.
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Mundo e América Latina sentem falta do Brasil, diz alta comissária da ONU para direitos humanos
15:34 27.08.2022 (atualizado: 21:00 27.08.2022) No apagar das luzes do seu mandato de quatro anos, a ex-presidente do Chile e atual alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, comentou a atual situação do Brasil perante os vizinhos da América Latina e o restante do mundo.
Em
entrevista exclusiva concedida ao colunista Jamil Chade, do UOL, ela fez um balanço das
situações pelas quais a nação brasileira vem passando nos últimos anos.
O mandato de Bachelet se encerra na semana que vem.
"O Brasil é um país muito importante no mundo. Historicamente, ele tinha desempenhado um papel importante para ser uma voz forte para apoiar a voz de todo o resto da América Latina. E essa voz fez falta. Esse guia que, no mundo, tinha sido uma postura muito importante do Brasil, tratando de incidir para que os países em desenvolvimento pudessem ter melhores oportunidades e que fossem escutados. E não vimos isso nos últimos anos", observou a alta comissária da ONU para direitos humanos.
Ela
comentou as eleições presidenciais brasileiras e
criticou o questionamento a respeito das urnas eletrônicas.
Evitou, contudo, mencionar o
nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), adversário do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é líder na disputa.
"Do ponto de vista do mundo e da região, [o desejo] é que Brasil possa ter um futuro governo — obviamente democrático — que não apenas atenda às aspirações do conjunto dos brasileiros para que tenham seus direitos incentivados e protegidos. Mas que possa jogar um papel internacional muito necessário e sentimos falta", declarou.
Em seguida, sem citar Bolsonaro, teceu críticas à postura do atual presidente, cujo primeiro mandato se encerra no final deste ano.
É muito grave quando um chefe de Estado, com um discurso violento, incentiva aos seus apoiadores a manifestar contra o Judiciário, contra o sistema eleitoral. O Brasil é um país que, em geral, deu mostras que é um país que respeita, que tem eleições limpas e transparentes. Nunca foi questionado fundamentalmente por isso. Não se justifica esse tipo de crítica. Mas incentivar a marchar contra outro poder de Estado? Você pode discordar de um outro poder. Mas fazer isso não faz bem à democracia. Pode aumentar a violência, como já vimos em outras partes do mundo. Não se trata apenas de um discurso de uma pessoa. Depois há o meio social, os ataques contra indivíduos que podem ser físicos. E que gera um clima de violência que pode ser muito grave", condenou Bachelet.
Ela também fez alguns apelos para os brasileiros no contexto das eleições de 2022.
"O que tampouco pode ocorrer é que um discurso de violência possa instigar a alguns atores, como a polícia, para que atuem de uma certa forma contra um candidato opositor. Isso não pode ocorrer. Eu faria um apelo para que todas as pessoas responsáveis, no governo ou não, todos os candidatos e partidos, possam realizar um processo eleitoral legítimo, de uma maneira serena. Mas fazendo todo o possível para evitar o discurso de ódio, evitando incitar a violência e evitando incitação aos outros problemas, como racismo e discriminação contra os mais pobres. Tratar de ser campanha democrática. E democrática quer dizer tudo isso junto", finalizou.