Estamos em risco de armagedom, diz mídia polonesa sobre crise alimentícia
11:58 28.08.2022 (atualizado: 14:43 28.08.2022)
© Sputnik / Konstantin Chalabov / Acessar o banco de imagensSupermercado em Veliky Novgorod, na Rússia (foto de arquivo)
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A produção de alimentos pode ser interrompida na Polônia nos próximos dias devido à falta de fertilizantes, escreveu a colunista polonesa Joanna Solska do site Polityka.
Segundo ela, carnes, queijos e bebidas podem desaparecer das prateleiras das lojas em breve com a inação do governo.
"A interrupção da produção de fertilizantes nitrogenados atingirá os agricultores, mas também poderá paralisar toda a produção de alimentos no país em poucos dias", alertou ela, acrescentando: "Se o governo não acordar, corremos o risco de armagedom".
Segundo a colunista, a segurança alimentar do país é responsabilidade de políticos que não estão se mostrando preocupados com a questão.
Ela afirma que o primeiro-ministro do país, Mateusz Morawiecki, e dois vice-primeiros-ministros, o ministro da Agricultura, Henryk Kowalczyk, e o ministro dos Bens de Estado, Jacek Sasin, "parecem surpresos" com a situação e presos em uma espécie de "letargia".
"Aparentemente, ninguém pensou nos efeitos da suspensão da produção de fertilizantes antes", disse Solska.
Do ponto de vista dos fabricantes de fertilizantes, "pode parecer racional suspender a produção", escreve ela.
© AP Photo / Michal DyjukO primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, fala à mídia durante uma entrevista coletiva após se reunir com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em Varsóvia, na Polônia, em 27 de julho de 2022
O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, fala à mídia durante uma entrevista coletiva após se reunir com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em Varsóvia, na Polônia, em 27 de julho de 2022. Foto de arquivo
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A colunista aponta que o Grupo Azoty Puławy, empresa química polonesa especializada na produção de fertilizantes, de fato precisa minimizar as perdas, com a interrupção da produção, devido à escalada dos preços da energia.
Solska lembra que, em agosto de 2020, um megawatt-hora consumida custava oito euros (R$ , em valores presentes). Um ano depois, em 2021, o preço subiu para 40 euros e agora disparou para até 300 euros, escreveu.
Para piorar, segundo ela, já é esperado "outro salto no preço" após o anúncio da empresa russa Gazprom sobre a interrupção do fornecimento de gás pelo gasoduto Nord Stream.
"Infelizmente, ninguém pensou nos consumidores de alimentos. Os produtores de fertilizantes nem sequer avisaram que iriam suspender o fornecimento de subprodutos aos seus recipientes, resultantes da produção de fertilizantes, como nitrogênio líquido e amônia, usados para produzir dióxido de carbono e outros produtos necessários na produção de alimentos", afirmou.