Economista afirma que EUA precisam de 'milagre' para evitar recessão
© AP Photo / John MinchilloVista de rua em Nova York
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Para o especialista, desaceleração econômica de uma das maiores economias do mundo deve durar mais um ano.
O crescimento econômico negativo que ocorreu nos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano deve continuar, segundo o economista Stephen Roach.
O chefe do Morgan Stanley Asia disse à CNBC, nesta terça-feira (30), que uma crise econômica muito mais profunda pode durar até 2024, observando que os EUA precisam de um "milagre" para evitar uma recessão.
"Definitivamente, teremos uma recessão à medida que os impactos defasados desse grande aperto monetário começarem a aparecer", alertou Roach, acrescentando que "todos eles ainda não entraram em ação até agora".
Ex-economista do Federal Reserve (Fed), Roach sugeriu que o presidente do Fed, Jerome Powell, não tinha escolha a não ser adotar uma abordagem de aperto como a utilizada pelo ex-presidente do órgão Paul Volcker.
"Volte ao tipo de dor que Paul Volcker teve que impor à economia dos EUA para conter a inflação. Ele teve que levar a taxa de desemprego acima de 10%", explicou Roach. "A única maneira de não chegarmos lá é se o Fed sob Jerome Powell cumprir sua palavra, permanecer focado na disciplina e colocar essa taxa real de fundos federais na zona restritiva. E a zona restritiva está muito longe de onde estamos agora."
Segundo o economista, a taxa de desemprego nos EUA, que atualmente é de 3,5%, começará a subir em breve. "O fato de não ter acontecido e o Fed ter feito um aperto monetário significativo até o momento mostra quanto trabalho eles têm que fazer", observou ele. "A taxa de desemprego vai ter que subir de um a dois pontos percentuais no mínimo. Isso seria uma provável recessão."
Roach também previu que os Estados Unidos experimentariam "uma queda cumulativa na economia [PIB] em torno de 1,5% a 2%".