https://noticiabrasil.net.br/20220905/o-que-falta-para-o-brasil-apresentar-seu-submarino-de-propulsao-nuclear-24561260.html
O que falta para o Brasil apresentar seu submarino de propulsão nuclear?
O que falta para o Brasil apresentar seu submarino de propulsão nuclear?
Sputnik Brasil
Embora muito se fale sobre o assunto, o que falta exatamente para o Brasil apresentar o seu submarino de propulsão nuclear? Em entrevista à Sputnik Brasil, o... 05.09.2022, Sputnik Brasil
2022-09-05T14:30-0300
2022-09-05T14:30-0300
2022-09-05T14:57-0300
notícias do brasil
exclusiva
américas
brasil
marinha do brasil
defesa
nuclear
submarino nuclear
usina nuclear
reator nuclear
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e6/09/04/24570913_0:160:3073:1888_1920x0_80_0_0_6adc182741d50891a281205537ccb124.jpg
Trabalhar com tecnologia nuclear não é uma tarefa fácil, e alguns poucos países no mundo são capazes de dominar os ciclos tecnológicos que envolvem o uso de energia atômica. O Brasil planeja finalizar, nos próximos anos, o seu submarino convencional com propulsão nuclear (SCPN), do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), mas ainda há desafios que precisam ser vencidos.Em entrevista à Sputnik Brasil, Newton de Almeida Costa Neto, diretor-presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), falou sobre o trabalho da estatal e garantiu que a principal missão da empresa neste momento é apoiar a construção do SCPN, "cuja finalidade é garantir a segurança nacional e a soberania brasileira no território marítimo".A Amazul é uma empresa pública criada pelo governo brasileiro com a atribuição de desenvolver tecnologias ao Programa Nuclear Brasileiro (PNB) e ao setor nuclear da Marinha. O nome da estatal faz referência à extensão marítima brasileira, que a própria Marinha do Brasil convencionou denominar Amazônia Azul. Ante a necessidade de finalizar o projeto do SCPN, acumulam-se problemas, como as dificuldades para comprar urânio enriquecido e as barreiras impostas para o uso da tecnologia por potências estrangeiras, em especial EUA e União Europeia.Sobre esse assunto, Newton de Almeida Costa Neto explicou que os programas em que a empresa atua são estratégicos, complexos e de longo prazo, sendo que "os empreendimentos nucleares geralmente têm um período mais longo de maturação e desenvolvimento". Ele apontou que o país já conseguiu dominar o ciclo do combustível nuclear, além de desenvolver e construir uma planta nuclear de geração de energia elétrica. Ainda assim, é preciso mais tempo até que o SCPN esteja pronto e em atuação.Ele apontou que, no ano passado, a estatal assinou contratos com empresas francesas para a prestação de serviços técnicos especializados para os projetos do prédio e sistemas pertencentes ao Labgene. Com isso, iniciou-se a fase de gestão compartilhada dos contratos com a Diretoria de Desenvolvimento Nuclear da Marinha.Além disso, a Amazul tem contratos com a Nuclebras Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), para a fabricação e montagem de estruturas que abrigarão o reator nuclear no Labgene, e com a Itaguaí Construções Navais (ICN), para a montagem de sistemas eletromecânicos. Com a Marinha, a Amazul fabrica ultracentrífugas destinadas ao enriquecimento de urânio, que é transformado em combustível nuclear pela Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB) e enviado às usinas de Angra dos Reis.Uma empresa com atuação além do ProsubSegundo o diretor-presidente da estatal, apesar do destaque dado ao desenvolvimento dos submarinos, a atuação da Amazul vai muito além desses projetos.Os projetos e empreendimentos de que participa têm no escopo final a construção do SCPN, a geração de energia elétrica, a produção de radiofármacos, o desenvolvimento de um dispositivo de assistência ventricular e a conservação e proteção de alimentos, entre outros objetivos.Questionado sobre a importância de se continuar investindo no segmento de energia nuclear, o entrevistado relatou que o Brasil precisa "investir ainda mais na diversificação de sua matriz energética e na produção de energia limpa para enfrentar os grandes desafios do momento e do futuro".Segundo ele, diante do atual conflito na Ucrânia, que está provocando forte impacto no abastecimento de combustíveis na Europa e em outros países, ficou exposto o potencial da tecnologia nuclear como matriz de energia limpa e segura, "a custos competitivos e capaz de aumentar a independência energética dos países, inclusive do Brasil".Em seguida, ele explicou que a empresa está capacitada para participar de várias fases de empreendimentos nucleares: desenvolvimento de projetos de engenharia, gestão de pessoas e do conhecimento; gerenciamento de contratos e de aquisições de produtos e serviços; e licenciamento, comissionamento e operação de instalações nucleares, entre outras.Dessa forma, existe a expectativa de que a empresa participará ativamente do desenvolvimento do Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (Centena), que é uma solução sustentável para o armazenamento definitivo dos rejeitos de baixo e médio nível de radiação gerados em território nacional, e da instalação de centros de irradiação de alimentos, empreendimento que está sendo tratado com o Ministério da Agricultura, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e a iniciativa privada, entre outros parceiros.
https://noticiabrasil.net.br/20220901/marinha-recebe-novo-submarino-1-do-projeto-de-propulsao-nuclear-24528133.html
https://noticiabrasil.net.br/20220903/marinha-do-brasil-resgata-argelinos-que-estavam-a-deriva-no-mar-perto-da-espanha-fotos-24561015.html
https://noticiabrasil.net.br/20220825/angra-3-e-projeto-prioritario-presidente-de-nova-estatal-explica-construcao-da-usina-nuclear-24380072.html
https://noticiabrasil.net.br/20220616/marinha-do-brasil-firma-acordo-para-construcao-de-novo-navio-de-apoio-antartico-23118575.html
brasil
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2022
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e6/09/04/24570913_170:0:2901:2048_1920x0_80_0_0_23e81ed0cecb991c7b245238c573ce02.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
exclusiva, américas, brasil, marinha do brasil, defesa, nuclear, submarino nuclear, usina nuclear, reator nuclear, acordo nuclear, programa de desenvolvimento de submarinos (prosub)
exclusiva, américas, brasil, marinha do brasil, defesa, nuclear, submarino nuclear, usina nuclear, reator nuclear, acordo nuclear, programa de desenvolvimento de submarinos (prosub)
O que falta para o Brasil apresentar seu submarino de propulsão nuclear?
14:30 05.09.2022 (atualizado: 14:57 05.09.2022) Especiais
Embora muito se fale sobre o assunto, o que falta exatamente para o Brasil apresentar o seu submarino de propulsão nuclear? Em entrevista à Sputnik Brasil, o diretor-presidente da Amazul explicou os detalhes e o andamento do projeto.
Trabalhar com tecnologia nuclear não é uma tarefa fácil, e alguns poucos países no mundo são capazes de dominar os ciclos tecnológicos que envolvem o uso de energia atômica. O Brasil planeja finalizar, nos próximos anos, o seu submarino convencional com propulsão nuclear (SCPN), do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), mas ainda há desafios que precisam ser vencidos.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Newton de Almeida Costa Neto, diretor-presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), falou sobre o trabalho da estatal e garantiu que a principal missão da empresa neste momento é apoiar a construção do SCPN, "cuja finalidade é garantir a segurança nacional e a soberania brasileira no território marítimo".
A
Amazul é uma empresa pública
criada pelo governo brasileiro com a atribuição de desenvolver tecnologias ao Programa Nuclear Brasileiro (PNB) e ao setor nuclear da Marinha. O nome da estatal faz referência à extensão marítima brasileira,
que a própria Marinha do Brasil convencionou denominar Amazônia Azul. Ante a necessidade de finalizar o projeto do SCPN, acumulam-se problemas, como as dificuldades para
comprar urânio enriquecido e as barreiras impostas para o uso da tecnologia por potências estrangeiras, em especial EUA e União Europeia.
1 de setembro 2022, 15:55
Sobre esse assunto, Newton de Almeida Costa Neto explicou que os programas em que a empresa atua são estratégicos, complexos e de longo prazo, sendo que "os empreendimentos nucleares geralmente têm um período mais longo de maturação e desenvolvimento". Ele apontou que o país já conseguiu dominar o ciclo do combustível nuclear, além de desenvolver e construir uma planta nuclear de geração de energia elétrica. Ainda assim, é preciso mais tempo até que o SCPN esteja pronto e em atuação.
"No momento os esforços estão concentrados, principalmente, na construção do reator nuclear que vai equipar o submarino convencional com propulsão nuclear. A cada ano, a Amazul vem assumindo mais responsabilidades no Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgene), que é o protótipo, em terra, do sistema de propulsão do SCPN", afirmou.
Ele apontou que, no ano passado, a estatal assinou contratos com empresas francesas para a prestação de serviços técnicos especializados para os projetos do prédio e sistemas pertencentes ao Labgene. Com isso, iniciou-se a fase de gestão compartilhada dos contratos com a Diretoria de Desenvolvimento Nuclear da Marinha.
3 de setembro 2022, 15:06
Além disso, a Amazul tem contratos com a Nuclebras Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), para a fabricação e montagem de estruturas que abrigarão o reator nuclear no Labgene, e com a Itaguaí Construções Navais (ICN), para a
montagem de sistemas eletromecânicos. Com a Marinha, a
Amazul fabrica ultracentrífugas destinadas ao enriquecimento de urânio, que é transformado em combustível nuclear pela Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB) e enviado às usinas de Angra dos Reis.
Uma empresa com atuação além do Prosub
Segundo o diretor-presidente da estatal, apesar do destaque dado ao desenvolvimento dos submarinos, a atuação da Amazul vai muito além desses projetos.
"A empresa desenvolve tecnologias voltadas para garantir a soberania brasileira no território marítimo e proteger as imensas riquezas que ele abriga, melhorar a saúde e a qualidade de vida da população e proporcionar outros benefícios à sociedade."
Os projetos e empreendimentos de que participa têm no escopo final a construção do SCPN, a geração de energia elétrica, a produção de radiofármacos, o desenvolvimento de um dispositivo de assistência ventricular e a conservação e proteção de alimentos, entre outros objetivos.
"Temos também o compromisso com a divulgação dos benefícios da tecnologia nuclear, para orientar as pessoas, combater mitos, preconceitos e, sobretudo, o enorme desconhecimento sobre a tecnologia nuclear", disse Newton de Almeida Costa Neto.
Questionado sobre a importância de se continuar investindo no segmento de energia nuclear, o entrevistado relatou que o Brasil precisa "investir ainda mais na diversificação de sua matriz energética e na produção de energia limpa para enfrentar os grandes desafios do momento e do futuro".
Segundo ele, diante do atual conflito na Ucrânia, que está provocando forte impacto no abastecimento de combustíveis na Europa e em outros países,
ficou exposto o potencial da tecnologia nuclear como matriz de energia limpa e segura, "a custos competitivos e capaz de aumentar a independência energética dos países, inclusive do Brasil".
"Além disso, a energia nuclear está alinhada às iniciativas de descarbonização do planeta, pois é uma fonte energética que não emite gás de efeito estufa. Por esses e outros motivos o governo federal tem tomado iniciativas para aumentar a participação da energia nuclear em nossa matriz. Acreditamos que os investimentos na energia nuclear devam aumentar nos próximos anos", disse.
Em seguida, ele explicou que a empresa está capacitada para participar de várias fases de empreendimentos nucleares: desenvolvimento de projetos de engenharia, gestão de pessoas e do conhecimento; gerenciamento de contratos e de aquisições de produtos e serviços; e licenciamento, comissionamento e operação de instalações nucleares, entre outras.
Dessa forma, existe a expectativa de que a empresa participará ativamente do desenvolvimento do Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (Centena), que é uma solução sustentável para o armazenamento definitivo dos rejeitos de baixo e médio nível de radiação gerados em território nacional, e da instalação de centros de irradiação de alimentos, empreendimento que está sendo tratado com o Ministério da Agricultura, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e a iniciativa privada, entre outros parceiros.