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Foreign Affairs: Ocidente corta apoio a nações mais pobres e permite à China tomar a dianteira
Foreign Affairs: Ocidente corta apoio a nações mais pobres e permite à China tomar a dianteira
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Os EUA e outros países ocidentais desenvolvidos argumentam que são parceiros mais honestos e transparentes do que a China. Eles afirmam que a liberdade e a... 14.09.2022, Sputnik Brasil
2022-09-14T09:06-0300
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Entretanto, de acordo com Ian Mitchell, codiretor da Cooperação para o Desenvolvimento na Europa, e Nancy Birdsall, presidente emérita e pesquisadora sênior do Centro para Desenvolvimento Global, os países ocidentais ricos nem sempre são honestos. Eles usam, nas ajudas ao desenvolvimento, mecanismos de contabilidade financeira criativa e duvidosa para fugir de seus deveres.Segundo Mitchhell e Birshall, quando o assunto é voltado a outros tipos de ajuda, como as mudanças climáticas, os países ricos ficam muito aquém do que prometeram, minimizando os recursos que os países em desenvolvimento precisam para avançar e enfrentar a crise climática.Essas discrepâncias de financiamento prejudicam a credibilidade dos países ocidentais, aumentando ainda mais a competição entre o Ocidente e a China pela influência global.Os autores adicionam que "para cumprir seus princípios e promessas, o Ocidente deve ser honesto e sério sobre a ajuda ao desenvolvimento e os recursos climáticos."Desde 1960, o Comitê de Assistência ao Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), define as metas para ajuda ao desenvolvimento, devendo os países mais ricos publicar estatísticas de auxílios usando critérios uniformes, a fim de promover o "crescimento econômico e o bem-estar dos países emergentes''.No entanto, de acordo com os pesquisadores, os governos europeus começaram a inflar a ajuda destinada ao desenvolvimento mundial ao calcular o dinheiro gasto com refugiados ucranianos na Europa, fazendo com que os orçamentos de ajuda financeira pareçam mais generosos do que realmente são.Este ano, ao hospedar refugiados ucranianos, a Europa desembolsou cerca de US$ 30 bilhões (cerca de R$ 155 bilhões) o que levou países europeus a cortarem financiamentos para países mais pobres. À medida que os países ocidentais cortam o apoio à infraestrutura pública em nações mais pobres, a China, um membro não-OCDE, toma a dianteira. "Os empréstimos chineses excederam a ajuda ocidental em certos países em desenvolvimento, proporcionando à China uma maior vantagem diplomática," disseram os autores ao Foreign Affairs.Para eles, o Ocidente mente ao contabilizar as doações de vacinas não usadas (às vezes acima de seu custo real), ou exageram em relação a empréstimos subsidiados oferecidos aos países de baixa renda.Samantha Power, administradora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, sigla em inglês), levantou essa preocupação no Centro de Estudos Estratégicos (CSIS, sigla em inglês) em julho.
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Foreign Affairs: Ocidente corta apoio a nações mais pobres e permite à China tomar a dianteira
Os EUA e outros países ocidentais desenvolvidos argumentam que são parceiros mais honestos e transparentes do que a China. Eles afirmam que a liberdade e a democracia ajudam os países de baixa renda a se desenvolverem e argumentam que os investimentos chineses na África subsaariana são opacos, exploradores e corruptos.
Entretanto, de acordo com Ian Mitchell, codiretor da Cooperação para o Desenvolvimento na Europa, e Nancy Birdsall, presidente emérita e pesquisadora sênior do Centro para Desenvolvimento Global, os
países ocidentais ricos nem sempre são honestos. Eles usam, nas ajudas ao desenvolvimento, mecanismos de contabilidade financeira criativa e duvidosa para fugir de seus deveres.
Segundo Mitchhell e Birshall, quando o assunto é voltado a outros tipos de ajuda, como as mudanças climáticas, os países ricos ficam muito aquém do que prometeram, minimizando os recursos que os países em desenvolvimento precisam para avançar e enfrentar a crise climática.
Essas discrepâncias de financiamento prejudicam a credibilidade dos países ocidentais, aumentando ainda mais a competição entre o Ocidente e a China pela influência global.
Os autores adicionam que "para cumprir seus princípios e promessas, o Ocidente deve ser honesto e sério sobre a ajuda ao desenvolvimento e os recursos climáticos."
Desde 1960, o Comitê de Assistência ao Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), define as metas para ajuda ao desenvolvimento, devendo os países mais ricos publicar estatísticas de auxílios usando critérios uniformes, a fim de promover o "crescimento econômico e o bem-estar dos países emergentes''.
No entanto, de acordo com os pesquisadores, os governos europeus começaram a inflar a ajuda destinada ao desenvolvimento mundial ao calcular o dinheiro gasto com refugiados ucranianos na Europa, fazendo com que os
orçamentos de ajuda financeira pareçam mais generosos do que realmente são.
Este ano, ao hospedar refugiados ucranianos, a Europa desembolsou cerca de US$ 30 bilhões (cerca de R$ 155 bilhões) o que levou países europeus a cortarem financiamentos para países mais pobres. À medida que os países ocidentais cortam o apoio à infraestrutura pública em nações mais pobres, a China,
um membro não-OCDE, toma a dianteira. "Os empréstimos chineses excederam a ajuda ocidental em certos países em desenvolvimento, proporcionando à China uma maior vantagem diplomática,"
disseram os autores ao Foreign Affairs.
Para eles, o Ocidente mente ao contabilizar as doações de vacinas não usadas (às vezes acima de seu custo real), ou exageram em relação a empréstimos subsidiados oferecidos aos países de baixa renda.
"Os países mais ricos nos últimos anos inflaram os valores reais do quanto eles ajudaram os países em desenvolvimento. Noruega, Suécia e Reino Unido cortaram a ajuda às nações pobres para pagar pelo acolhimento de refugiados. Mas, em seus relatórios ao Comitê de Assistência ao Desenvolvimento da OCDE e aos seus eleitores, afirmam que a ajuda financeira não diminuiu."
Samantha Power, administradora da
Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, sigla em inglês), levantou essa preocupação no Centro de Estudos Estratégicos (CSIS, sigla em inglês) em julho.
"Quando as necessidades são maiores, os fundos de assistência estagnam ou são cortados. Alguns países modificam as regulamentações de gastos de desenvolvimento para evitar críticas, enquanto cortam investimentos."