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Pesquisador do Datafolha é agredido por apoiador de Bolsonaro, diz mídia

© Folhapress / Zanone FraissatO presidente Jair Bolsonaro (PL) durante evento em São Paulo. 23 de agosto de 2022.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) durante evento em São Paulo. 23 de agosto de 2022. - Sputnik Brasil, 1920, 21.09.2022
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Um pesquisador do instituto Datafolha foi agredido nesta terça-feira (20) por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) no interior de São Paulo. O profissional estava ouvindo eleitores para o novo levantamento sobre as eleições de outubro, que será divulgado na quinta-feira (22).
Conforme noticiou a Folha de S.Paulo, o pesquisador ouvia um morador em Ariranha, São Paulo, quando foi abordado pelo bolsonarista Rafael Bianchini. Aos gritos, o homem exigiu que fosse ouvido pelo Datafolha e proferiu xingamentos.
A Folha, que faz parte do mesmo conglomerado que o Datafolha, destacou que "os pesquisadores do instituto recebem um treinamento padronizado, que determina que pessoas que se oferecem para serem entrevistadas devem ser obrigatoriamente evitadas, para que a amostra seja aleatória".
Segundo o jornal, o homem berrou "só pega Lula" e "vagabundo" para o pesquisador.
Quando o pesquisador finalizou a entrevista que estava fazendo, foi atingido nas costas. O tablet usado para a pesquisa foi derrubado ao chão. Ele também foi atacado pelo filho do bolsonarista quando tentou reagir às agressões.
O instituto repudiou o ataque e denunciou o cenário de acirramento da violência política que o Brasil vive durante estas eleições. Segundo o Datafolha, os entrevistadores tem sido alvo de diversas tentativas de intimidação por apoiadores de Bolsonaro.
"O pesquisador estava desempenhando seu trabalho e foi covardemente agredido fisicamente. Nada justifica qualquer tipo de agressão. Estamos acompanhando um aumento da hostilidade em relação aos pesquisadores e isso é muito preocupante", afirma Luciana Chong, diretora do Datafolha.
Bolsonaro tem tentado desacreditar institutos de pesquisa e afirmar que está na liderança da corrida eleitoral e que vencerá em primeiro turno apesar das amostras indicarem o contrário.
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O clima de hostilidade na eleição brasileira deste ano já é evidente, com candidatos sendo vítimas de ameaças com arma de fogo e casos de assassinatos por motivação política. Nesta terça-feira, foi noticiado que mais um apoiador de Bolsonaro agrediu um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desta vez no Rio Grande do Norte. Isso veio à tona no mesmo dia que uma pessoa que estendia uma bandeira de Lula na janela teve seu apartamento alvejado, em Pernambuco.
A coligação do ex-presidente Lula, líder nas pesquisas de intenção de voto, protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma representação solicitando providências contra a escalada de intolerância e violência política.
"A escalada de violência não é ao acaso, é fruto do modus operandi idealizado e aplicado por Jair Messias Bolsonaro através da construção do ideário de intolerância e polarização; do subsídio armamentista, armando a população; e da efetiva concretização da violência", diz a ação, com mais de 60 páginas listando casos de violência política e declarações e ações do presidente.
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