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Jornalistas brasileiras falam com a Sputnik Brasil sobre referendo na República Popular de Lugansk

© Sputnik / Ana Lívia EstevesVanessa Martins da Silva, jornalista do Brasil, mostrando crachá de observadora internacional nos referendos de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhie
Vanessa Martins da Silva, jornalista do Brasil, mostrando crachá de observadora internacional nos referendos de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhie - Sputnik Brasil, 1920, 25.09.2022
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Duas jornalistas brasileiras, que foram convidadas para serem observadoras internacionais no referendo de Lugansk, falaram com exclusividade com a repórter Ana Lívia Esteves, da Sputnik Brasil, sobre os pleitos de integração à Rússia.
A convite do governo da Rússia, as jornalistas Gabriela Beraldo e Vanessa Martina da Silva (editora da revista Diálogos do Sul) estão acompanhando o referendo sobre a adesão à Rússia, que começou em 23 de setembro, na República Popular de Lugansk (RPL).
Em conversa com a repórter da Sputnik Brasil, elas falaram sobre o trabalho como observadoras internacionais (são mais de 200 repórteres e editores de diferentes países) ao lado de jornalistas dos Países Baixos, Estônia e do Egito, assim como a lisura do pleito, o nazismo na Ucrânia, e a importância da autodeterminação dos povos.

"São duzentos observadores, de vários lugares do mundo, e é importante que a gente pode, como estamos fazendo agora pra você, contar o que a gente tá vendo. Porque são visões que não tem repercussão na mídia internacional. Todas as agências repercutem a mesma versão", disse Vanessa Martina da Silva durante a entrevista.

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As jornalistas brasileiras disseram que haviam acompanhado de perto o centro de votação e conversado com as pessoas e os mesários. Elas também explicaram que, como outros observadores internacionais, elas fazem parte de grupo de repórteres que visitam um número específico de lugares onde estão ocorrendo as votações.

"Temos que checar se as pessoas estão sendo coagidas a votar, se o voto é secreto, se as pessoas estão participando dos ritos burocráticos", afirmou Vanessa Martina da Silva.

Ela apontou que esse trabalho é uma forma de atestar que este não é um referendo falso, "como a comunidade internacional tem sustentado". Ela relatou que as pessoas estão muito animadas para votar, e felizes, e mostrando isso, "então quando a comunidade internacional diz que esse é um referendo falso, ou que as pessoas estão sendo coagidas a votar, não é nada disso que a gente está vendo".
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A editora também destacou o rigor das autoridades responsáveis pelo pleito, e disse que as pessoas estão sofrendo após oito anos de conflitos e opressão na região.

"Eles são vítimas do neonazismo ucraniano, e a comunidade internacional rebate esses argumentos, mas nunca vieram aqui para atestar, para ver quais são as vítimas, civis ou militares, ninguém nunca perguntou. Isso é uma questão muito complicada o que está acontecendo aqui", disse Vanessa Martina da Silva.

Gabriela Beraldo relatou que entende este referendo é, sobretudo, uma forma de resolver uma antiga demanda da região, que vive "um conflito que existe há oito anos, e agora tem uma oportunidade de resolvê-lo". Segundo ela, "é preciso colocar essa parte no debate internacional sobre o conflito ucraniano".
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"Nosso trabalho aqui é visitar, entender as versões, conversar com as pessoas, descobrir as informações, esse lado da história e fazer o trabalho de vir aqui e falar, houve um referendo, ele tinha uma base popular, porque foi isso o que a gente observou durante esses dois dias", afirmou Gabriela Beraldo.
Ambas as jornalistas defenderam o respeito à soberania dos povos e à autodeterminação, enfatizando, como disse Gabriela Beraldo, "que está é uma forma política de se expressar". Elas apontaram que, como observadoras internacionais, não registraram qualquer constrangimento por parte das autoridades para que população vá às urnas, e ainda lembraram que o comparecimento ao pleito é voluntário.
Conforme relatou Vanessa Martina da Silva, "essa autodeterminação, essa vontade das pessoas se expressarem, elas podem dizer não, elas podem dizer que não querem ser parte da Rússia. Ou pode ter uma enorme abstenção, que dependendo poderia significar algo. Mas impedir esse processo, que é o que a Ucrânia está fazendo, impedindo que em determinadas regiões as pessoas possam votar, então isso é um desrespeito ao Direito Internacional".
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