Projeção OCDE: China será única grande economia a ter aumento do PIB em 2023; Brasil terá redução
© AFP 2023 / Stephane de SakutinO secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, fala durante uma reunião ministerial na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na sede da OCDE em Paris, em 9 de junho de 2022
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De acordo com as projeções da Organização Para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o gigante asiático será a única grande potência econômica do mundo que terá crescimento do PIB maior em 2023 do que em 2022.
Pequim terá um crescimento excepcionalmente fraco de 3,2% neste ano, entretanto, medidas tomadas pelo governo chinês devem ajudar a recuperar o crescimento para 4,7% em 2023, relata o jornal O Globo citando o relatório da organização que será lançado amanhã (27) intitulado de "Pagando o Preço da Guerra".
Se comparado às expectativas de expansão econômica, a entidade aponta desaceleração em todas as outras grandes economias para o ano que vem, contudo, os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e severos devido às mudanças climáticas e às secas na Europa e na China, há um risco claro de novos picos nos preços dos alimentos que colocariam pressão progressiva sobre a inflação e aumento da insegurança alimentar.
"A China enfrenta desafios significativos para lidar com sua contínua retração imobiliária em meio a níveis elevados de dívida corporativa. Se bem-sucedido, um sólido crescimento econômico pode ser retomado, como projetado na parte final de 2022 e em 2023. No entanto, os riscos permanecem de uma retração sustentada impulsionada por uma demanda doméstica privada significativamente mais fraca. Isto estaria associado a um crescimento global muito mais lento, mas também empurraria os preços da energia e de outras commodities para baixo", diz o relatório da organização citado pelo jornal Valor Econômico.
Já para o Brasil, as projeções da OCDE não são tão animadoras visto que miram em uma expansão de apenas 0,8% do PIB em 2023, 0,4 ponto percentual abaixo da previsão anterior, de junho. Para este ano, a instituição projeta que o Brasil crescerá 2,5%, quase dois pontos acima da estimativa de junho.
Ainda segundo o relatório, a OCDE prevê um crescimento global modesto de 3% em 2022, desacelerando ainda mais para 2,2% em 2023. O número está bem abaixo do ritmo de crescimento econômico projetado antes do conflito entre Rússia e Ucrânia e representa cerca de US$ 2,8 trilhões (R$ 14,9 trilhões) de perdas no mundo no ano que vem.
O grupo também antevê recessão na Alemanha e na Rússia em 2023. Em Berlim, a previsão é de crescimento de 1,2% este ano, mas a economia alemã entraria em recessão, com contração de 0,7% em 2023. E, após uma contração de 5,5% em 2022, a OCDE reduziu a estimativa para o próximo ano em Moscou, que deve registrar resultado negativo de 4,5% em 2023.
Para os Estados Unidos o prognóstico é de 1,5% para este ano e 0,5% para o ano que vem.
Além dos efeitos do conflito Rússia-Ucrânia nos preços, o aumento das taxas de juros pelos Bancos Centrais para conter a inflação e as consequências da pandemia de COVID-19 também afetam a economia mundial, acrescentou a organização.