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Politico explica por que Alemanha e França seguem relutantes em apoiar Ucrânia

© AP Photo / Natacha PisarenkoO chanceler alemão, Olaf Scholz (à esquerda), aperta a mão do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky (à direita), enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, sorri, no Palácio Mariinsky em Kiev, Ucrânia, 16 de junho de 2022
O chanceler alemão, Olaf Scholz (à esquerda), aperta a mão do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky (à direita), enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, sorri, no Palácio Mariinsky em Kiev, Ucrânia, 16 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 27.09.2022
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A Alemanha e a França não respondem ao conflito na Ucrânia de forma adequada, mas fazem-no por razões diferentes, escreveu o colunista do Politico John R. Deni. Segundo Deni, a Alemanha tenta afastar-se o mais possível das relações amigáveis com Moscou, já a França espera desempenhar o papel de mediador entre Moscou e Kiev.
A decisão do presidente russo Vladimir Putin sobre uma mobilização parcial no país vai levar ao envio, já nas semanas e meses que vêm, de até 300 mil combatentes para a Ucrânia. Nesse contexto, segundo sublinha o colunista do Politico John Deni, o aumento da ajuda ocidental é agora "vital" para Kiev.
Contudo, nem todas as potências ocidentais estão dispostas a contribuir — especialmente quando se trata da França ou da Alemanha.
Conforme o jornalista, o "motor franco-alemão" conduziu a União Europeia por mais de 70 anos. No entanto, hoje em dia este motor "estagnou" em meio ao desafio mais grave à segurança europeia desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
"A economia mais poderosa do continente e as suas Forças Armadas mais poderosas não conseguem lidar com isso. E é muito baixa a probabilidade de Berlim ou Paris mudarem seu rumo no prazo necessário para Kiev", diz a publicação.
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Conforme o colunista, pouco depois de as tropas russas terem sido enviadas para a Ucrânia, os líderes da Alemanha e da França reconheceram as dimensões da crise. Em particular, o presidente francês, Emmanuel Macron, chamou atenção para os danos que a Rússia causou à paz e à estabilidade europeias, salientando que, em resposta às ações da Rússia, o Ocidente "não permitirá fraqueza" nas esferas militar, econômica e energética.
Ao mesmo tempo, o chanceler alemão Olaf Scholz disse que Putin "destruiu a arquitetura da segurança europeia", chamando o conflito na Ucrânia de "ponto de viragem" e que o país precisa de ser apoiado "da melhor forma possível".
No entanto, desde os primeiros dias do conflito, as ações dos líderes "não têm correspondido às suas próprias retóricas".
"Há vários meses que a Alemanha adia o envio de equipamento militar para a Ucrânia, que outros aliados fornecem. Depois de prometer fornecer lançadores de foguetes, obuses autopropulsados e sistemas de defesa aérea, o ritmo lento dos fornecimentos pôs em causa os compromissos de Berlim. Além disso, Kiev critica a relutância de Berlim em fornecer armas pesadas, incluindo tanques e veículos de combate de infantaria".
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Nesse contexto, a França, de acordo com o colunista, está deliberadamente reduzindo a sua assistência à Ucrânia, esperando desempenhar o papel de mediador após o fim das hostilidades.
"Embora Paris tenha enviado armas ofensivas a Kiev, a França forneceu à Ucrânia ainda menos armas do que a Alemanha e treinou significativamente menos militares ucranianos em comparação com outros países, tais como o Reino Unido", enfatiza a publicação.
É óbvio que ambos os países não estão respondendo à crise de forma adequada — "mas por razões completamente diferentes". Por mais de meio século, nas relações com a Rússia, a Alemanha manteve uma abordagem baseada na cooperação e no comércio. Apesar de Berlim estar agora tentando rever esta antiga estratégia, "as mudanças nunca são fáceis".
Ao mesmo tempo, para a França, no contexto atual não se trata de mudanças, mas de status quo. Segundo salienta Deni, as tentativas de Macron de encontrar uma posição intermediária entre o Ocidente e a Rússia baseiam-se em "ilusões residuais da grandeza francesa".
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Na maior parte do continente, o papel da França como líder na promoção da "autonomia estratégica" europeia nos últimos anos tem sido percebido como uma tentativa velada de restaurar a grandeza francesa e promover os próprios interesses do país. No entanto, ao tentar apresentar a França como mediadora entre a Ucrânia e a Rússia, Macron, em vez disso, "minou a reputação de Paris como defensora dos valores e interesses ocidentais".

O jornalista acredita que, visto que o desejo de restaurar a antiga grandeza da França persiste e a política externa alemã, perseguida por 50 anos, não mudará da noite para o dia, nenhuma destas potências europeias vai desempenhar um papel de líder na ajuda à Ucrânia a curto prazo. O colunista do Politico também enfatiza que, pelos vistos, a operação especial da Rússia na Ucrânia provavelmente vai continuar nos próximos meses, senão anos. Contudo, é improvável que a Ucrânia possa continuar a luta sem a assistência ocidental em larga escala e a longo prazo.
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