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Diplomata: EUA, Rússia e outros países devem afirmar em conjunto que guerra nuclear não será travada

© AP Photo / Alexander ZemlianichenkoAnatoly Antonov, embaixador russo nos EUA, em Moscou, na Rússia, no dia 20 de julho de 2018
Anatoly Antonov, embaixador russo nos EUA, em Moscou, na Rússia, no dia 20 de julho de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 28.09.2022
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Rússia, Estados Unidos e outros países devem concordar em uma declaração conjunta de que uma guerra nuclear não pode ser travada, disse o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov.
As afirmações foram publicadas em um artigo de sua autoria na revista The National Interest nesta quarta-feira (28).
No texto, intitulado "Crise dos mísseis em Cuba 2.0 na Ucrânia?", ele discorre uma série de argumentações a respeito do conflito ucraniano (e uma eventual escalada das tensões durante a operação militar especial da Rússia no país).
"Acredito que qualquer americano concordará comigo que não devemos permitir que a situação explosiva da década de 1960 se repita", escreveu Antonov. "É importante que não apenas a Rússia e os Estados Unidos, mas também outros Estados nucleares, confirmem em uma declaração comum que uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser travada."
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O embaixador russo apontou que os Estados Unidos estão empurrando a situação na Ucrânia para um confronto direto entre as principais potências nucleares, e que isso teria consequências imprevisíveis.
"Hoje, é óbvio que os EUA estão diretamente envolvidos nas ações militares do regime de Kiev. Washington está empurrando a situação para um confronto direto das principais potências nucleares repletas de consequências imprevisíveis", alertou.
Ele afirmou que Estados Unidos e Rússia não chegaram ao limiar de cair no abismo do conflito nuclear, mas que Washington deve parar de ameaçar Moscou.
"Quero acreditar que, apesar de todas as dificuldades, nós e os americanos ainda não nos aproximamos de um limiar perigoso de cair no abismo do conflito nuclear. É importante parar de nos ameaçar", sinalizou Antonov.
Segundo o diplomata, os políticos dos EUA estão delirando se pensam que Moscou não defenderá os territórios da Federação da Rússia e aqueles que, eventualmente, se tornarem parte dela.
"Gostaria de acrescentar que certos políticos americanos estão iludidos se pensam que nossa prontidão para defender nosso território não se aplica à Crimeia ou a territórios que possam se tornar parte da Rússia com base na livre expressão da vontade popular", disse.
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A crise dos mísseis que dá o título ao texto aconteceu quando o então líder cubano, Fidel Castro, convenceu a União Soviética a instalar mísseis balísticos na ilha, sob o argumento de que eles serviriam como instrumentos de dissuasão militar. Na época, Washington também tinha mísseis do tipo na Turquia, próximo à Rússia.
Após aviões americanos identificarem a instalação dos mísseis soviéticos, Washington e Moscou se ameaçaram mutuamente e o impasse – que durou 14 dias – deixou o mundo à beira de uma guerra nuclear. O acordo para a retirada dos mísseis de Cuba só foi alcançado quando os EUA prometerem publicamente não invadir a ilha. Secretamente, os EUA também concordaram em retirar seus mísseis da Turquia
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