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Países árabes não devem condenar a adesão de novos territórios à Rússia, diz analista

© Sputnik / Aleksandr Galperin / Acessar o banco de imagensJá em outubro de 2017, na sequência da histórica visita do rei saudita à Rússia, foi comunicado que o país árabe também ia comprar os sistemas russos
Já em outubro de 2017, na sequência da histórica visita do rei saudita à Rússia, foi comunicado que o país árabe também ia comprar os sistemas russos - Sputnik Brasil, 1920, 30.09.2022
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Ahmed Moustafa, diretor do Centro de Estudos e Tradução da Ásia, com sede no Cairo, conversou com a Sputnik sobre a adesão de novos territórios à Rússia.
Segundo o especialista, os países árabes provavelmente não farão declarações condenatórias sobre a adesão das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL), bem como as regiões de Kherson e Zaporozhie à Rússia.
Isso acontece, segundo ele, devido às relações "fortes" destas nações com Moscou. Os comentários foram feitos após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e os chefes da RPD, da RPL e das regiões de Kherson e Zaporozhie, assinarem acordos sobre a adesão dos territórios à Rússia.
Transmissão de discurso de Vladimir Putin, presidente russo, durante cerimônia de assinatura do acordo de integração à Rússia das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) e das regiões de Kherson e Zaporozhie, em Ekaterinburgo, na Rússia, em 30 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 30.09.2022
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Segundo Ahmed Moustafa, as relações entre Rússia e os países árabes são fortes, e apesar do apoio dos EUA aos Estados do Golfo, eles se beneficiaram da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) com a Rússia e do aumento dos preços do petróleo em particular.
"O que, por sua vez, foi uma grande compensação para eles por muitos anos, em que o petróleo foi vendido muito abaixo do preço justo, não do preço de mercado", disse Moustafa.
Ele observou que os países árabes, o Egito em particular, provavelmente não tomarão nenhuma decisão contra Moscou.
Vladimir Putin, presidente russo, discursa durante cerimônia de assinatura do acordo de integração à Rússia, após referendos favoráveis da República Popular de Donetsk (RPD), da República Popular de Lugansk (RPL) e das regiões de Kherson e de Zaporozhie, no Salão de São Jorge do Grande Palácio do Kremlin, em Moscou, na Rússia, em 30 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 30.09.2022
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"Os árabes, mesmo no início da crise, estão cautelosos em tomar qualquer decisão contra a Rússia que possa afetá-los negativamente, especialmente um país como o Egito que importa uma grande quantidade de trigo russo e ucraniano", comentou.
O diretor acrescentou que alguns países do mundo árabe podem manifestar reservas, mas acrescentou que "os povos árabes estão com a Rússia" em geral.
Moustafa disse que Putin "é um bom estudante de psicologia ocidental e joga com isso profissionalmente", acrescentando que muitos árabes compararam o presidente russo com o ex-presidente egípcio Gamal Abdel Nasser Hussein "em sua guerra contra o sionismo, o nazismo e o Ocidente".
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A adesão de novos territórios à Rússia "agravará a situação econômica" na Ucrânia e no Ocidente, disse o especialista, acrescentando que "os países europeus hostis à Rússia voltarão à Idade Média".
"Os pobres recorrerão novamente ao corte de árvores e madeira das florestas para aquecimento, e isso também não ajudará. Isso, por sua vez, aumentará o peso da vida na Europa e o colapso do sistema europeu baseado no individualismo egoísta", explicou.
Em sua análise, a Europa sempre "resolveu suas batalhas e disputas em países distantes, no mundo árabe, na África, na Ásia ou na América Latina. Desta vez, a Europa está consumindo a amargura da guerra, com grandes empresas parando a produção, além do desemprego", disse Moustafa.
De 23 a 27 de setembro, a RPL e a RPD, assim como as regiões de Kherson e Zaporozhie, realizaram referendos sobre a possibilidade de se tornar parte do território russo.
A esmagadora maioria da população, exausta pela intensificação dos ataques das forças ucranianas, apoiou a adesão à Rússia.
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