OTAN não pode aceitar Ucrânia como membro agora, mas vai continuar apoiando Kiev, diz Stoltenberg
12:36 30.09.2022 (atualizado: 13:49 30.09.2022)
© AFP 2023 / KENZO TRIBOUILLARDO secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, dá uma entrevista coletiva sobre adesão de quatro regiões à Rússia, 30 de setembro de 2022
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O assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, discutem nesta sexta-feira (30) referendos russos e proteção de infraestrutura após sabotagem, informou a Casa Branca.
A Casa Branca informou que Sullivan e Stoltenberg, após a realização dos referendos de adesão à Rússia e os ataques aos gasodutos Nord Stream 1 e 2 (Corrente do Norte 1 e 2) se reuniram nesta sexta-feira para discutir qual vai ser a posição da Aliança Atlântica.
"Eles discutiram sua preocupação compartilhada com as tentativas ilegítimas da Rússia de supostamente anexar território ucraniano por meio de referendos falsos e expressaram seu firme compromisso com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. Na sequência da aparente sabotagem dos gasodutos Nord Stream no mar Báltico, eles discutiram a proteção de infraestruturas críticas", disse a Casa Branca em comunicado.
O secretário-geral da OTAN confirmou que a aliança não vai tomar parte no conflito ucraniano, mas que apesar disso vai continuar enviando a assistência necessária a Kiev e afirmou que membros da OTAN não vão reconhecer à adesão dos territórios.
Além disso, Stoltenberg disse que a aliança não pode garantir que a Ucrânia passe a ser considerada membro no momento. Ele afirmou que, embora todos os países possam pedir para entrar para o bloco, a adesão só pode ser aceita com a aprovação de todos os membros.
Ainda hoje, no contexto da adesão oficial de ex-territórios ucranianos à Rússia, Vladimir Zelensky, o presidente ucraniano, pediu que a aliança analisasse com urgência sua solicitação para entrar para o bloco.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken afirmou que Washington vai tomar medidas junto ao Conselho de Segurança da ONU para responsabilizar a Rússia pelos referendos.
"Também estamos tomando medidas hoje no Conselho de Segurança das Nações Unidas para responsabilizar a Rússia pelos falsos referendos, e a suposta anexação da Rússia impede o Conselho de Segurança de cumprir suas responsabilidades. Vamos pedir à Assembleia Geral da ONU onde cada país tem um voto para deixar claro que é inaceitável redesenhar as fronteiras pela força, e que cada país tem interesse em condenar tais medidas", disse ele em entrevista coletiva conjunta com a ministra canadense das Relações Exteriores, Melanie Joly.
Nesta manhã, o governo Biden também anunciou que novas medidas contra a Rússia seriam adotadas, segundo matéria da NBC.
Os referendos de adesão à Rússia das repúblicas de Donbass, Donetsk (PRD) e Lugansk (RPL), e regiões de Kherson e Zaporozhie foram realizados de 23 a 27 de setembro. Todos os quatro territórios que organizaram referendos votaram a favor de fazer parte da Rússia como divisões federais.
Ministros das Relações Exteriores do G7
Os ministros das Relações Exteriores do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e o chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, condenaram em uma declaração conjunta a adesão das quatro regiões à Rússia.
"Nós, os ministros das Relações Exteriores do G7 do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos da América e o Alto Representante da União Europeia, estamos unidos em nossa condenação nos termos mais fortes possíveis da guerra da Rússia. de agressão contra a Ucrânia e suas contínuas violações da soberania, integridade territorial e independência da Ucrânia", diz o comunicado.
Os ministros também pediram a outros países que condenassem a Rússia e prometeram novas sanções à Rússia.