Explosões do Nord Stream são uma 'tremenda oportunidade' para os EUA, diz Blinken
© AFP 2023 / NICHOLAS KAMMO secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fala durante uma coletiva de imprensa conjunta com a ministra canadense das Relações Exteriores, Melanie Joly, na Sala Benjamin Franklin do Departamento de Estado em Washington, DC, 30 de setembro de 2022
© AFP 2023 / NICHOLAS KAMM
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Com a sabotagem do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) Washington pode intervir como o principal fornecedor de gás natural liquefeito (GNL) da Europa, explicou o governo Biden.
Os EUA veem a sabotagem dos gasodutos Nord Stream como uma "tremenda oportunidade" para afastar o continente da energia russa, disse o secretário de Estado Antony Blinken a repórteres na sexta-feira (30). Com a aproximação do inverno (Hemisfério Norte), Blinken disse que os EUA querem que a Europa diminua o uso de combustível.
Falando a repórteres em Washington, Blinken se gabou de que os EUA são agora "o principal fornecedor [de gás natural liquefeito] para a Europa". Além de enviar seu próprio combustível para a Europa, Blinken disse que os EUA estão trabalhando com líderes europeus para encontrar maneiras de "diminuir a demanda" e "acelerar a transição para energias renováveis".
"É uma tremenda oportunidade para remover de uma vez por todas a dependência da energia russa e, assim, tirar do [presidente russo] Vladimir Putin [a capacidade de usar] a energia como arma e um meio de avançar seus projetos imperiais", declarou Blinken.
Os EUA provavelmente serão quem vai ganhar mais com a destruição dos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, que foram danificados por uma série de explosões ao largo da ilha dinamarquesa de Bornholm no início desta semana. Washington tenta há anos convencer os líderes europeus a trocar o gás russo por seu GNL, e a gravidade dos danos aos dutos submarinos agora significa que a Europa está "indefinidamente privada" do gás russo por essa rota, afirmou a operadora russa de energia Gazprom na sexta-feira.
Em um discurso ainda na sexta-feira, o presidente Vladimir Putin atribuiu as explosões aos "anglo-saxões", um coloquialismo russo para a aliança transatlântica EUA-Reino Unido.
"É óbvio para todos quem se beneficia disso", explicou Putin. "Aqueles que se beneficiam são os que o fizeram", afirmou ele.
Embora o caminho esteja agora aberto para os EUA venderem seu GNL mais caro para a Europa, o déficit não pode ser coberto da noite para o dia. Os exportadores dos EUA alertaram durante o verão europeu que não vão poder enviar gás suficiente para atender à demanda no continente, e muitos dos terminais de importação da Europa ainda estão em construção ou em planejamento.
Enquanto isso, as contas de energia estão disparando em toda a Europa. Na Alemanha, que enfrenta a perspectiva de uma rápida "desindustrialização", manifestantes saíram às ruas para exigir a reabertura do Nord Stream 2, poucos dias antes das explosões. A escassez de alimentos foi prevista na Alemanha e a lenha está em alta demanda em todo o continente, enquanto os cidadãos lutam para aquecer suas casas.
"Há muito trabalho duro a fazer para garantir que países e parceiros passem pelo inverno", disse Blinken, sugerindo, tal como fizeram os líderes da União Europeia (UE), que a Europa trabalhe para poder "reduzir a demanda" por gás.