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Analista: ataques contra Ucrânia mostram que ponte da Crimeia foi 'linha vermelha' e Kiev cruzou-a

© Sputnik / Denis Abramov / Acessar o banco de imagensNavio ligeiro de mísseis Grad Sviyazhinsk dispara míssil Kalibr
Navio ligeiro de mísseis Grad Sviyazhinsk dispara míssil Kalibr - Sputnik Brasil, 1920, 11.10.2022
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Rússia realizou ontem (10) ataques de mísseis de longo alcance contra infraestrutura de energia, comunicações e instalações de comando militar na Ucrânia. O bombardeio ocorreu dois dias depois que as forças de segurança ucranianas realizaram um ataque terrorista contra a ponte da Crimeia.
Em uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia na segunda-feira (10), o presidente russo Vladimir Putin disse que os ataques de mísseis de Moscou foram uma resposta não só ao ataque à ponte da Crimeia, mas a uma longa lista de atos terroristas executados por Kiev nos últimos meses visando a infraestrutura russa e até mesmo as próprias cidades e pessoas da Ucrânia.
"Acho que a Rússia alertou que um ataque à infraestrutura crítica, como a ponte da Crimeia, representaria uma linha vermelha e que, se a Ucrânia a cruzasse, a natureza do conflito seria transformada. E então eu acho que estamos vendo uma manifestação disso. Rússia não blefa", disse Scott Ritter, ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e analista militar independente.
"Não sei o que a Ucrânia pensava que iria conseguir ao atacar a ponte da Crimeia. Não sei se o sentimento momentâneo de realização vale este preço. Essa é uma pergunta que só a Ucrânia pode responder quando a extensão total da retaliação for entendida. Mas essa retaliação pode ser estendida ao longo do tempo e provavelmente será devastadora. Esta é uma tragédia para a nação ucraniana. Não estou dizendo que a Rússia fez isso injustificadamente – estou dizendo que não precisava acontecer. E a culpa recai completamente sobre a Ucrânia por atacar a ponte da Crimeia", acrescentou Ritter.
O analista apontou que, durante os oito meses que decorreram até este momento, Moscou tem restringido em grande parte a operação militar especial aos alvos militares ucranianos. Mesmo os ataques de segunda-feira visavam alvos legítimos sob as leis da guerra, observa Ritter.
"Estes são alvos legítimos de infraestrutura. Estes são alvos legítimos de comando e controle. Isto não é um ataque a centros populacionais civis inocentes. Portanto há uma diferença distinta entre a forma como a Rússia aborda o conflito estratégico e a Ucrânia aborda o conflito estratégico", disse ex-oficial de inteligência.
Independentemente do que aconteça a seguir, Scott Ritter notou que era importante enfatizar que os EUA e seus aliados são "100% responsáveis pela totalidade deste conflito", começando com o golpe do Euromaidan em 2014 até a sua falta de vontade ou incapacidade de obrigar Kiev a aplicar os acordos de Minsk, que ele disse comprovar "uma vergonha destinada a ganhar tempo para que a OTAN pudesse treinar militares ucranianos [para torná-los] capazes de resolver a situação de Donbass pela força militar".
"Isso é a culpa do Ocidente. O Ocidente treinou os militares ucranianos. O Ocidente nunca recuou da expansão da OTAN. O Ocidente rejeitou a solução diplomática [proposta] pela Rússia em dezembro do ano passado, e então o Ocidente transformou o que poderia ter sido um envolvimento militar limitado em um conflito estratégico em larga escala entre o Ocidente coletivo, incluindo a OTAN, e a Rússia em solo ucraniano […] Esta é uma guerra entre a OTAN, e outros aliados europeus, que usam a Ucrânia como um substituto para combater a Rússia. Eles são 100% responsáveis por tudo o que aconteceu e acontecerá na Ucrânia", concluiu Ritter.
Prédio do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Moscou, 2 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 11.10.2022
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