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Conflito na Ucrânia se difere da Crise dos Mísseis porque há colapso da ordem mundial, diz senador
Conflito na Ucrânia se difere da Crise dos Mísseis porque há colapso da ordem mundial, diz senador
Sputnik Brasil
A Crise dos Mísseis tem sido bastante mencionada pela escala de tensões no conflito ucraniano, entrentanto, autoridades do cenário político latino-americano... 14.10.2022, Sputnik Brasil
2022-10-14T13:29-0300
2022-10-14T13:29-0300
2022-10-14T13:47-0300
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Nas últimas semanas tem se falado muito sobre o risco nuclear que o mundo enfrenta e, como referência, grandes líderes dizem que a última vez que aconteceu uma ameaça desse porte no mundo foi em 1962 durante a Crise dos Mísseis entre EUA e União Soviética.Embora possa haver semelhanças entre o conflito na Ucrânia e a Crise dos Mísseis, há uma diferença inevitável: atualmente, há um colapso na ordem mundial que indica a necessidade de um mundo multipolar.Richer afirmou que no quadro das tensões de 1962 havia maior clareza nas regras do jogo entre EUA e União Soviética, o que não está acontecendo no momento, pois o direito internacional que surgiu após a Segunda Guerra Mundial "está quebrado"."No conflito na Ucrânia há uma transição para uma nova ordem internacional. Sempre que o modelo está sendo alterado, há perigos potenciais que vão durar por um tempo. Os EUA estão tentando, com o apoio armamentista que estão dando a Kiev, enfatizar a situação e levar ao mesmo nível que estava durante a Crise dos Mísseis", alertou.Da mesma forma, o ex-chanceler boliviano, Fernando Huanacuni Mamani, considerou que neste momento existe uma "emergência de um mundo multipolar".Mamani considerou que a atual ordem mundial, estabelecida por Washington, viola a soberania dos povos e em resposta a isso surgem "processos revolucionários" e que o atual conflito é novamente "encorajado pela busca de hegemonia dos EUA e da OTAN".Ao mesmo tempo, Huanacuni acredita que com a crise ucraniana, EUA e OTAN estão aproveitando para dar uma nova estrutura ao comércio de gás, uma vez que o combustível é um recurso energético importantíssimo para a União Europeia."O comércio de gás está sendo reconfigurado, sempre em processo de violação de soberania e apropriação de recursos naturais [...]. Não podemos continuar nessa hegemonia unipolar do imperialismo que saqueia os recursos naturais, mas devemos lutar por uma verdadeira liberdade dos povos, com respeito aos países. [...] Eles veem um processo colonial e racista de inferiores e superiores. Isso [o conflito de agora] é uma grande oportunidade para resolver isso, os canais diplomáticos têm que entrar em ação", afirmou.Crise dos MísseisA Crise dos Mísseis foi uma drástica escalada de tensão que ocorreu em 1962 entre duas potências nucleares, os EUA e a União Soviética, após a descoberta de que os russos haviam implantado foguetes de alcance intermediário com ogivas nucleares em território cubano.A disputa durou de 14 a 28 de outubro, quando foi anunciado o desmantelamento e a transferência para o território soviético dos mísseis balísticos que estavam na ilha. Da mesma forma, os EUA se comprometeram a não invadir Cuba militarmente e retiraram os mísseis que tinham na Turquia e na Itália, instalados em 1958.
https://noticiabrasil.net.br/20220801/mundo-vive-a-maior-tensao-geopolitica-desde-a-crise-dos-misseis-diz-secretario-geral-da-onu--23938312.html
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crise dos mísseis em cuba, união soviética, eua, rússia, arma nuclear, multipolaridade, unipolar
crise dos mísseis em cuba, união soviética, eua, rússia, arma nuclear, multipolaridade, unipolar
Conflito na Ucrânia se difere da Crise dos Mísseis porque há colapso da ordem mundial, diz senador
13:29 14.10.2022 (atualizado: 13:47 14.10.2022) A Crise dos Mísseis tem sido bastante mencionada pela escala de tensões no conflito ucraniano, entrentanto, autoridades do cenário político latino-americano acreditam que a questão vai além visto que há um colapso na ordem mundial.
Nas últimas semanas tem se falado muito sobre o risco nuclear que o mundo enfrenta e, como referência,
grandes líderes dizem que a última vez que aconteceu uma ameaça desse porte no mundo foi em
1962 durante a Crise dos Mísseis entre EUA e União Soviética.
Embora possa haver semelhanças entre o conflito na Ucrânia e a Crise dos Mísseis, há uma diferença inevitável: atualmente, há um colapso na ordem mundial que indica a necessidade de um mundo multipolar.
"Há semelhanças, mas há diferenças entre o conflito na Ucrânia e a Crise dos Mísseis. A semelhança é a tensão produzida pelo confronto entre a Rússia e o bloco ucraniano, os EUA e a, mas por trás disso, há é uma diferença muito importante além do perigo: neste momento acho que há uma percepção de que as regras do jogo estão em crise, especialmente a ordem unipolar estabelecida por Washington", disse Hugo Richer, senador paraguaio à Sputnik.
Richer afirmou que no quadro das tensões de 1962 havia maior clareza nas regras do jogo entre EUA e União Soviética, o que não está acontecendo no momento, pois o direito internacional que surgiu após a Segunda Guerra Mundial "está quebrado".
"No conflito na Ucrânia há uma transição
para uma nova ordem internacional. Sempre que o modelo está sendo alterado, há perigos potenciais que vão durar por um tempo. Os EUA estão tentando, com o apoio armamentista que estão dando a Kiev,
enfatizar a situação e levar ao mesmo nível que estava durante a Crise dos Mísseis", alertou.
Da mesma forma, o ex-chanceler boliviano, Fernando Huanacuni Mamani, considerou que neste momento existe uma "emergência de um mundo multipolar".
"Há Rússia, China, Índia; há vários países que podemos chamar de bloco BRICS [os já mencionados, mais Brasil e África do Sul]. Aqui está um novo desafio para a humanidade porque os processos revolucionários dos povos pedem um processo democrático em que a soberania é respeitada, ao contrário do modelo hegemônico dos EUA, que viola a soberania", refletiu o ex-chanceler em entrevista à Sputnik.
Mamani considerou que a atual ordem mundial, estabelecida por Washington, viola a soberania dos povos e em resposta
a isso surgem "processos revolucionários" e que o atual conflito é novamente "
encorajado pela busca de hegemonia dos EUA e da OTAN".
"Em 1962, Cuba vendia açúcar para os Estados Unidos, mas Washington reduziu ao mínimo suas compras, gerando a maior crise da ilha. Então a União Soviética começou a comprar açúcar em troca de combustível. Hoje estamos testemunhando algo semelhante, estamos vendo como, aproveitando o conflito na Ucrânia, eles estão freando e subjugando o processo histórico de cada povo", disse o ex-chanceler.
Ao mesmo tempo, Huanacuni acredita que com a crise ucraniana, EUA e OTAN estão aproveitando para dar uma nova estrutura ao comércio de gás, uma vez que o combustível é um recurso energético importantíssimo para a União Europeia.
"O comércio de gás está sendo reconfigurado, sempre em processo de violação de soberania e apropriação de recursos naturais [...]. Não podemos continuar nessa hegemonia unipolar do imperialismo que saqueia os recursos naturais, mas devemos lutar por uma verdadeira liberdade dos povos, com respeito aos países. [...] Eles veem um processo colonial e racista de inferiores e superiores. Isso [o conflito de agora] é uma grande oportunidade para resolver isso, os canais diplomáticos têm que entrar em ação", afirmou.
13 de setembro 2022, 11:28
A Crise dos Mísseis foi uma drástica escalada de tensão que ocorreu em 1962 entre duas potências nucleares, os EUA e a União Soviética,
após a descoberta de que os russos haviam implantado foguetes de alcance intermediário com ogivas nucleares em território cubano.
A disputa durou de 14 a 28 de outubro, quando foi anunciado o desmantelamento e a transferência para o território soviético dos mísseis balísticos que estavam na ilha. Da mesma forma, os EUA se comprometeram a não invadir Cuba militarmente e retiraram os mísseis que tinham na Turquia e na Itália, instalados em 1958.