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Le Pen critica Borrell por ameaçar 'aniquilar' Exército russo: devemos nos apegar à diplomacia

© AFP 2023 / Vincent KesslerA líder do partido Reagrupamento Nacional francês, Marine Le Pen
A líder do partido Reagrupamento Nacional francês, Marine Le Pen - Sputnik Brasil, 1920, 16.10.2022
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Em um discurso na quinta-feira (13) em que ele comparou a União Europeia (UE) a um "jardim" paradisíaco ladeado por "selvas", o chefe da política externa da UE alertou que as Forças Armadas da Rússia seriam destruídas caso Moscou usasse armas nucleares na Ucrânia.
A França provavelmente entraria em guerra com a Rússia se Josep Borrell estivesse encarregado da política externa e de segurança do país, disse a líder do partido Reagrupamento Nacional, Marine Le Pen.

"Acredito que devemos nos apegar às ferramentas da diplomacia. Porque quando ouço as declarações do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell – se ele tomasse decisões por nós, acho que já teríamos entrado na guerra", disse a líder da oposição francesa à BFM TV, neste domingo (16).

Le Pen advertiu contra cruzar a linha de assistência à Ucrânia e se tornar um participante direto no conflito entre Moscou e Kiev. "Os franceses não querem isso, eu não quero isso", enfatizou. "Tenha cuidado para não dar um passo muito grande que nos levaria à guerra", salientou ela.
A política também expressou consternação pelo termo "paz" praticamente ter desaparecido do vocabulário dos participantes da crise, e pediu negociações, lembrando sua ideia de Paris sediar uma conferência global de paz.
Borrell alertou na quinta-feira que o Exército da Rússia seria "aniquilado" pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) se Moscou usasse armas nucleares na Ucrânia.

"Existe a ameaça nuclear, e [Vladimir] Putin diz que não está blefando. Bem, ele não pode blefar", disse Borrell em um evento da Academia Diplomática Europeia em Bruges. "Tem que ficar claro que as pessoas que apoiam a Ucrânia e a União Europeia e os Estados-membros, e os Estados Unidos e a OTAN também não estão blefando. E qualquer ataque nuclear contra a Ucrânia dará origem a uma resposta — não uma resposta nuclear, mas uma resposta tão poderosa do lado militar — que o Exército russo será aniquilado e Putin não deveria estar blefando", disse Borrell.

Chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, durante coletiva de imprensa em Bruxelas - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2022
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Algumas autoridades e a mídia ocidentais passaram semanas discutindo o perigo crescente de uma guerra nuclear depois de distorcer deliberadamente os comentários feitos pelo presidente russo no mês passado sobre declarações de altos funcionários da OTAN a respeito da possibilidade ou mesmo a admissibilidade de usar armas de destruição em massa contra a Rússia.
A doutrina nuclear da Rússia proíbe expressamente o uso de armas nucleares, a menos que as armas de destruição em massa sejam usadas contra ela primeiro, ou no caso de um ataque convencional tão severo que a própria existência do país esteja ameaçada. A doutrina nuclear dos EUA não possui tais restrições, e o Pentágono rejeita explicitamente a exclusão do conceito de um primeiro ataque nuclear.
A França gastou centenas de milhões de euros com a ajuda militar à Ucrânia, incluindo sistemas de artilharia pesada rebocada e autopropulsada, veículos e caminhões blindados, sistemas de mísseis antitanque e antiaéreos, radares, equipamentos de engenharia e armas ligeiras. Moscou pediu repetidamente a Paris e outros países ocidentais que suspendam as entregas de armas, apontando para o perigo que representam na escalada da crise e na criação de uma rede multibilionária de contrabando de armas.
O ministro das Forças Armadas da França, Sebastien Lecornu, anunciou no sábado (15) que Paris vai fornecer treinamento geral de combate, logística e equipamentos para 2.000 soldados ucranianos, que vão ser designados para unidades francesas por "várias semanas".
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