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'Atiraram no próprio pé': teto de preço não deverá afetar mais que 20% do petróleo russo, diz mídia

© Foto / Bureau of Land Management California / Domínio públicoPlataformas petrolíferas (imagem referencial).
Plataformas petrolíferas (imagem referencial). - Sputnik Brasil, 1920, 21.10.2022
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Além dos custos aos países que sancionam, a maior parte das fontes citadas pela Reuters teoriza que de 80% a 90%, ou uma proporção ainda maior do petróleo russo, deverá escapar das tentativas do G7 de limitar seu preço.
A Rússia tem acesso a suficientes petroleiros para evitar a maior parte do efeito da imposição do teto de preço ao seu petróleo, indica um artigo de sexta-feira (21) da agência britânica Reuters.
Após meses de discussão, o G7 chegou a um acordo para impor um teto de preço ao hidrocarboneto russo, apesar das críticas dos principais atores petrolíferos mundiais, que temem uma queda no comércio mundial.
Esta primeira previsão dos futuros efeitos de tal política estima que de 80% a 90% do petróleo russo deverá escapar do mecanismo após sua imposição em 5 de dezembro, fazendo com que de um milhão a dois milhões de barris diários sejam afetados. Isso poderia reduzir ligeiramente as receitas russas, mas também privar o mundo de 1% ou 2% do fluxo petrolífero mundial, agravando questões como a inflação e a recessão mundiais.
Apesar de o responsável citado pela Reuters referir que alguns navios alteram seus países de origem e as entidades comerciais saírem dos auspícios do G7 para evadir o plano, ele acredita que as mais longas viagens e medíocres seguros e financiamentos forçarão a Rússia a eventualmente vender o petróleo dentro do esquema.
Já Andrea Olivi, diretor global de carga úmida na Trafigura, gigante do comércio de mercadorias, vê a Rússia usando uma "frota-sombra" de seguros, uma opinião também tida pelo banco americano JP Morgan, segundo o qual, os navios chineses e indianos também ajudarão. Nesse caso, as exportações russas que cairão sob o teto de preço apenas afetarão 600.000 barris diários, explica o JP Morgan.
Posto de transporte petrolífero Sheskharis em Novorossiysk, Rússia, foto publicada em 11 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2022
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Os comerciantes de serviços do petróleo russo também já deixaram países europeus para a Ásia, nota Norbert Rucker, economista-chefe da gerente de ativos suíço Julius Baer.
Para Daniel Ahn, ex-economista-chefe do Departamento de Estado dos EUA e membro do Centro Internacional Woodrow Wilson para Acadêmicos, os países que sancionaram a Rússia sobrestimaram o controle que tinham sobre o mercado petrolífero mundial, e que agora estão mudando a política de forma a reduzir o dano que fazem a si mesmos.
"Tudo o que vai fazer é redirecionar o petróleo [...] e tornar a vida difícil para todos os outros, que é o que está acontecendo agora mesmo. Vai ser menos prejudicial do que uma proibição total de importação por via marítima. Eles atiraram no próprio pé, mas agora estão tentando tapar um pouco com um curativo."
A Rússia tem visto um aumento dos preços dos seus hidrocarbonetos após ter começado a operação militar especial na Ucrânia e as consequentes sanções ocidentais, mais que compensado pela redução na sua exploração. Isso contribuiu para maiores níveis inflacionários e um agravamento do custo de vida nos países ocidentais. O objetivo das sanções e mecanismos de teto de preço é reduzir as receitas do governo russo.
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