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Rússia monitora doutrina nuclear dos EUA em meio à crescente ameaça de armas atômicas, diz MRE

© US Air Force / Joe DavilaUm interceptador terrestre decola da Base Aérea de Vandenberg, Califórnia, 5 de dezembro de 2008
Um interceptador terrestre decola da Base Aérea de Vandenberg, Califórnia, 5 de dezembro de 2008 - Sputnik Brasil, 1920, 29.10.2022
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A Rússia está monitorando de perto o desenvolvimento de documentos doutrinários dos EUA e está preocupada com sua "formulação vaga", bem como com um aumento no número de cenários possíveis que permitem o uso de armas nucleares, disse o vice-chanceler russo Aleksandr Grushko neste sábado (29) à Sputnik.
Na quinta-feira (27), o Departamento de Defesa dos EUA publicou sua Revisão da Postura Nuclear (NPR, na sigla em inglês) e observou que o documento reafirma que o papel fundamental das armas nucleares dos EUA é impedir um ataque nuclear aos Estados Unidos, seus aliados e parceiros.
Segundo a NPR, os EUA só considerariam o uso de armas nucleares em circunstâncias extremas para defender seus interesses vitais e os de seus aliados e parceiros.
"Posso dizer que estamos monitorando muito de perto, militar e politicamente, o desenvolvimento das estratégias dos países nucleares ocidentais, incluindo Reino Unido, França e Estados Unidos. Também estamos monitorando o que está acontecendo com os meios de entrega e com essas armas", disse Grushko.
O responsável disse ainda que as formulações utilizadas nas doutrinas nucleares norte-americanas são "vagas" e que é crescente o número de cenários possíveis que permitem o uso de armas nucleares, acrescentando que a mesma ideia se aplica à estratégia nuclear francesa.
"Nossa doutrina militar [russa] e documentos correspondentes sobre o uso de armas nucleares são muito precisos e não permitem interpretações duplas. Ela diz que, fora de um conflito nuclear, o armamento nuclear só pode ser usado se houver uma ameaça à existência do país. É isso. Este é um critério absolutamente claro", acrescentou Grushko.
O diretor-executivo da Associação de Controle de Armas, Daryl Kimball, disse que os EUA enviaram uma "mensagem ambígua" ao mundo com sua nova NPR em um momento em que há uma aparente demanda para diminuir a importância das armas nucleares e a ameaça de seu emprego em um conflito potencial.
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