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Influência de Bolsonaro vai ser um 'ponto de interrogação' na política brasileira, diz especialista
Influência de Bolsonaro vai ser um 'ponto de interrogação' na política brasileira, diz especialista
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A derrota de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições no Brasil contém uma "incógnita" sobre o perfil que o maior líder político da oposição vai adotar... 01.11.2022, Sputnik Brasil
2022-11-01T08:43-0300
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Depois de um segundo turno eleitoral disputado no Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai retornar ao Palácio do Planalto pela terceira vez, embora liderando uma sociedade dividida e com sólido apoio ao atual presidente, Jair Messias Bolsonaro. Para o cientista político argentino Julio Burdman a derrota de Bolsonaro no segundo turno representa uma "incógnita" sobre o perfil que o maior líder político da oposição deve adotar, após reunir 58,2 milhões de votos dos brasileiros (49,1%) contra 60,3 milhões (50,9%) alcançados pelo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT). O resultado da votação de 30 de outubro revelou que um estado e 248 cidades, que haviam demonstrado simpatia por Lula no primeiro turno, mudaram de voto e se inclinaram a favor do bolsonarismo. A principal revelação foi no município de Grupiara, no estado de Minas Gerais. Lá, Bolsonaro passou de 46% dos votos no primeiro turno para 59,4% na segunda instância eleitoral. Apesar da vitória, Lula não conseguiu reverter os resultados nas cidades onde o bolsonarismo venceu no pleito de 2 de outubro.Além disso, o bolsonarismo foi vitorioso no estado de São Paulo, considerado o centro financeiro do país e de grande importância para a América Latina. Essa vitória não é apenas estratégica, mas histórica, uma vez que a nova gestão de Tarcísio Gomes de Freitas romperia com a liderança do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), de centro-esquerda, no estado de São Paulo, mantida desde 1994. A estreita margem entre os candidatos também fez com que a eleição fosse a mais disputada desde a volta da democracia no país em 1985, superando inclusive as eleições de 2014 em que a ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016) saiu vitoriosa com 51,6% contra o adversário Aécio Neves, que obteve 48,3% dos votos. A política brasileira depois de Bolsonaro Segundo Burdman, "Bolsonaro havia criado uma corrente de opinião muito forte" no país e "conseguiu arrastar" uma parte importante dos partidos conservadores, como o partido Republicanos, o Partido Liberal (PL) e o União Brasil (União), que forma a fusão entre o Democratas (Dem) e o Partido Social Liberal (PSL). O argentino considerou que a lealdade demonstrada pelo eleitorado brasileiro poderia se manter firme, de modo que os legisladores teriam que agir de acordo, embora também exista a possibilidade de que prevaleça "uma cultura política brasileira que é muito negociadora". Na opinião de Burdman, até Bolsonaro tinha "uma cultura política que absorvia os partidos da oposição dentro desse esquema de negociação permanente no Congresso". Enquanto Bolsonaro defende um tipo de coalizão "mais intransigente", o que levanta questionamentos. Perguntado sobre a influência de Bolsonaro em nível regional, Burdmam comentou que seu espaço internacional "é um pouco restrito à direita radical", a figuras como o deputado Javier Milei na Argentina ou o ex-candidato presidencial chileno José Antonio Kast. O silêncio da derrota As fortes críticas e insinuações de Bolsonaro ao sistema eleitoral, e o não reconhecimento imediato de sua derrota, fazem com que tanto os brasileiros quanto a comunidade internacional prestem atenção ao processo de transição entre os dois governos. O especialista considerou difícil um movimento semelhante ao ocorrido nas eleições presidenciais norte-americanas em 2020, quando o então presidente Donald Trump (2017-2021) relutou em reconhecer sua derrota eleitoral contra o democrata Joe Biden, porque "as instituições no Brasil não se submeteriam a uma tentativa de pôr em dúvida" os resultados eleitorais recentes. Ainda na segunda-feira (31), caminhoneiros e outros manifestantes realizaram pelo menos 60 bloqueios em 12 estados do país, em protesto contra a vitória de Lula.
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Influência de Bolsonaro vai ser um 'ponto de interrogação' na política brasileira, diz especialista
08:43 01.11.2022 (atualizado: 08:44 01.11.2022) A derrota de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições no Brasil contém uma "incógnita" sobre o perfil que o maior líder político da oposição vai adotar daqui para a frente, disse o cientista político argentino Julio Burdman à Sputnik.
Depois de um
segundo turno eleitoral disputado no Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai retornar ao Palácio do Planalto pela terceira vez, embora liderando uma sociedade dividida e com
sólido apoio ao atual presidente, Jair Messias Bolsonaro.
Para o cientista político argentino Julio Burdman a
derrota de Bolsonaro no segundo turno representa uma "incógnita" sobre o perfil que o maior líder político da oposição
deve adotar, após reunir 58,2 milhões de votos dos brasileiros (49,1%) contra 60,3 milhões (50,9%) alcançados pelo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT).
Burdman considera que é uma "incógnita como será o bolsonarismo sem Bolsonaro" após essas eleições tensas. O analista não descartou protestos pelos resultados eleitorais, mas não acredita que eles constituam um "obstáculo para a transição".
O resultado da votação de 30 de outubro revelou que um estado e 248 cidades, que haviam demonstrado simpatia por Lula no primeiro turno, mudaram de voto e se inclinaram a favor do bolsonarismo.
A principal revelação foi no município de Grupiara, no estado de Minas Gerais. Lá, Bolsonaro
passou de 46% dos votos no primeiro turno para 59,4% na
segunda instância eleitoral.
Apesar da vitória, Lula não conseguiu reverter os resultados nas cidades onde o bolsonarismo venceu no pleito de 2 de outubro.
30 de outubro 2022, 19:57
Além disso, o bolsonarismo foi vitorioso no estado de São Paulo, considerado o centro financeiro do país e de grande importância para a América Latina.
Essa vitória não é apenas estratégica, mas histórica, uma vez que a nova gestão de Tarcísio Gomes de Freitas romperia com a liderança do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), de centro-esquerda, no estado de São Paulo, mantida desde 1994.
A estreita margem entre os candidatos também fez com que a eleição fosse a
mais disputada desde a volta da democracia no país em 1985, superando inclusive as eleições de 2014 em que a ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016) saiu vitoriosa com 51,6% contra o adversário Aécio Neves, que obteve 48,3% dos votos.
A política brasileira depois de Bolsonaro
Segundo Burdman, "Bolsonaro havia criado uma corrente de opinião muito forte" no país e "conseguiu arrastar" uma parte importante dos partidos conservadores, como o partido Republicanos, o Partido Liberal (PL) e o União Brasil (União), que forma a fusão entre o Democratas (Dem) e o Partido Social Liberal (PSL).
No entanto, para o especialista "vale perguntar se os partidos bolsonaristas, seus parlamentares e suas lideranças estaduais continuarão bolsonaristas quando Bolsonaro não estiver mais no cargo".
30 de outubro 2022, 21:48
O argentino considerou que a lealdade demonstrada pelo eleitorado brasileiro poderia
se manter firme, de modo que os legisladores teriam que agir de acordo, embora também exista a possibilidade de que prevaleça "uma
cultura política brasileira que é muito negociadora".
Na opinião de Burdman, até Bolsonaro tinha "uma cultura política que absorvia os partidos da oposição dentro desse esquema de negociação permanente no Congresso". Enquanto Bolsonaro defende um tipo de coalizão "mais intransigente", o que levanta questionamentos.
Perguntado sobre a
influência de Bolsonaro em nível regional, Burdmam comentou que seu espaço internacional "é um pouco
restrito à direita radical", a figuras como o deputado Javier Milei na Argentina ou o ex-candidato presidencial chileno José Antonio Kast.
"Partidos da centro-direita sul-americana, como o Juntos por el Cambio [Juntos pela Mudança] na Argentina, a aliança entre Blancos e Colorados [Brancos e Coloridos] no Uruguai, a tradicional centro-direita no Chile, não são referenciados em Bolsonaro", disse Burdman, acrescentando que, além disso, a região atualmente "está mais inclinada para os partidos de centro-esquerda".
31 de outubro 2022, 02:23
As fortes críticas e insinuações de Bolsonaro ao sistema eleitoral, e o não reconhecimento imediato de sua derrota, fazem com que tanto os brasileiros quanto a comunidade internacional prestem atenção ao processo de transição entre os dois governos.
O especialista considerou difícil um movimento semelhante ao ocorrido nas
eleições presidenciais norte-americanas em 2020, quando o então presidente Donald Trump (2017-2021)
relutou em reconhecer sua derrota eleitoral contra o democrata Joe Biden, porque "as instituições no Brasil não se submeteriam a uma tentativa de pôr em dúvida" os resultados eleitorais recentes.
Burdman concluiu que existe "a possibilidade de haver algum tipo de mobilização social de algum setor da população que está muito revoltado com Lula e que apoia Bolsonaro", o que pode ter algum impacto, embora menor.
Ainda na segunda-feira (31), caminhoneiros e outros manifestantes realizaram
pelo menos 60 bloqueios em 12 estados do país,
em protesto contra a vitória de Lula.