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IBGE: pobreza entre pretos e pardos é quase 2 vezes maior que entre brancos

© FolhapressPessoas em fila em frente a agência da Caixa Econômica Federal na avenida Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo (SP), em 11 de outubro de 2022
Pessoas em fila em frente a agência da Caixa Econômica Federal na avenida Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo (SP), em 11 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 11.11.2022
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Levantamento aponta que pessoas pretas e pardas continuam com menor acesso a emprego, educação, segurança e saneamento básico.
Dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que as desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil persistem.
Segundo um levantamento feito pelo instituto, pessoas pretas e pardas continuam com menor acesso a emprego, educação, segurança e saneamento básico.
No mercado de trabalho, em 2021, as taxas de desocupação foram de 11,3% para os brancos, de 16,5% para os pretos e de 16,2% para os pardos. Já a taxa de subutilização naquele ano foi de 22,5% entre brancos, 32% entre pretos e 33,4% entre pardos. A taxa de informalidade atingiu 40,1% da população brasileira em 2021. Por cor ou raça, o percentual de brancos na informalidade foi de 32,7%. Entre pretos e pardos, os percentuais foram de 43,4% e 47%, respectivamente.
No quesito rendimento médio, brancos receberam cerca de R$ 19 por hora em 2021, pretos receberam R$ 10,9 e pardos, R$ 11,3. Entre pessoas com nível superior, brancos ganharam em média 50% a mais que pretos e 40% a mais que pardos. Além disso, brancos ocuparam mais cargos de chefia que pretos e pardos em 2021. Enquanto os pretos e pardos ocuparam 29,5% dos cargos de chefia, brancos ocuparam 69%. No recorte entre classes mais elevadas, o percentual de pretos em cargos de chefia caiu para 14,6%, e o de brancos subiu para 84,4%.
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Segundo o IBGE, a taxa de pobreza entre pretos e pardos foi quase duas vezes maior que a de brancos em 2021. Considerando a linha de US$ 5,50 diários (ou R$ 486 mensais per capita), a taxa de pobreza foi de 18,6% entre brancos, 34,5% entre pretos e 38,4% entre pardos. Na linha da população na extrema pobreza, que considera aqueles que vivem com US$ 1,90 diários (ou R$ 168 mensais per capita), as taxas foram de 5% para brancos, 9% para pretos e 11,4% para pardos.
O levantamento apontou ainda a desigualdade nas condições de moradia. Segundo o IBGE, 20,8% das pessoas pardas e 19,7% das pessoas pretas residiam em domicílios próprios, porém sem documentação da propriedade, enquanto o percentual entre brancos ficou em 10,1%. Em paralelo, o valor hipotético de aluguel dos domicílios próprios com pessoas brancas responsáveis era de R$ 998 em 2021, enquanto o de pessoas pretas era de R$ 571 e o de pardas, R$ 555.
"Os domicílios das populações preta e parda têm menos acesso a saneamento e menor número de cômodos, então isso reflete em um valor menor desses domicílios", escreveu o analista Bruno Perez na pesquisa.
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