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Analista: 'atores hostis' tentam se aproveitar do incidente com míssil na Polônia em seu benefício

© AP Photo / Mídia AssociadaSoldados ucranianos usam lançador com mísseis Javelin dos EUA durante exercícios militares na região de Donetsk, Ucrânia, 12 de janeiro de 2022
Soldados ucranianos usam lançador com mísseis Javelin dos EUA durante exercícios militares na região de Donetsk, Ucrânia, 12 de janeiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 18.11.2022
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Os países-membros da OTAN estão esvaziando os estoques de suas forças armadas com objetivo de armar a Ucrânia para uma luta por procuração com a Rússia, dizem especialistas em defesa e relações exteriores depois que um míssil ucraniano que caiu na Polônia minou a confiança no regime de Kiev.
O regime de Kiev testou a paciência de seus apoiadores ocidentais na noite de terça-feira (15), quando o presidente ucraniano Vladimir Zelensky exigiu que a OTAN interviesse militarmente contra as forças russas, após a queda de um míssil lançado pela Ucrânia que deixou duas pessoas mortas na vila polonesa de Przewodow.
Depois de vários relatos anônimos de Washington e da mídia polonesa de que mísseis russos atingiram o membro da OTAN, foi confirmado que o míssil foi disparado de uma bateria terra-ar ucraniana, embora Kiev continue a negar isso.
Isso levou a apelos de muitos políticos – incluindo de alguns do Partido Republicano dos EUA – para cortar os envios de dezenas de bilhões de dólares em assistência militar à Ucrânia que têm drenado os estoques militares dos países ocidentais.
O analista político e comentarista Adriel Kasonta, ex-presidente do Comitê de Assuntos Internacionais do instituto de pesquisa Bow Group, chamou as tentativas de envolver a OTAN para o conflito de "tragédia", acrescentando que "muitos atores que têm sido hostis ao longo dos anos e ao longo da operação especial na Ucrânia conduzida pela Rússia [estão] tentando usar este trágico incidente em seu benefício".
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A Croácia anunciou na terça-feira que enviará 14 helicópteros Mi-8 de fabricação soviética do seu inventário total de 25 unidades, embora eles devessem ser retirados do serviço em 2026 e a Força Aérea ficará sem peças de reposição para esses helicópteros em 2023.
A República Tcheca doou 40 tanques de batalha T-72 de seu Exército, enquanto mais 90 unidades de T-72 estão sendo renovadas por uma empresa privada e os serviços serão pagos pelos EUA e Países Baixos.
O analista destacou que o incidente mostrou que a Polônia precisava de reforçar suas próprias capacidades militares, em vez de despejar seus armamentos no "buraco negro" ucraniano.
"Se a defesa antiaérea polonesa era boa, estava atendendo ao padrão militar, deveria ver o que aconteceu. Prever o que aconteceu e fornecer respostas", observou Kasonta.
No entanto, o comentarista acredita que o governo polonês é "malicioso e inteligente" o suficiente para tirar proveito da "situação triste" na vila de Przewodow.
"Eles vão dizer, ouça, precisamos de mais dinheiro", disse Kasonta. "Precisamos de mais equipamentos para estrarmos melhor preparados para a possibilidade [de ocorrência] de tais incidentes no futuro. Então eles vão ordenhar a vaca e pedir aos EUA para enviarem mais equipamentos ou, a fim de fortalecer o flanco oriental, enviarem mais tropas americanas".
Mas os cidadãos dos países europeus estão "relutantes em sofrer" pela Ucrânia, que não é membro da União Europeia (UE) nem da OTAN, ressaltou ele.
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David T. Pyne, ex-oficial do Departamento de Defesa dos EUA, disse à Sputnik que o incidente do míssil na Polônia mostrou que os países da OTAN deviam concentrar-se na sua própria defesa, não na militarização da Ucrânia.
"Mesmo depois que ele ter sido apresentado com evidências de que era um de seus próprios mísseis, o presidente ucraniano Zelensky continuou a alegar que era um ataque terrorista russo à Polônia na esperança de que pudesse persuadir a OTAN a escalar sua guerra por procuração contra a Rússia", disse Pyne.
Desde o início de sua operação militar em 24 de fevereiro, a Rússia tem repetidamente alertado a OTAN e outros aliados dos EUA contra o fornecimento de armas à Ucrânia, advertindo que os carregamentos de armas para uma zona de conflito são alvos legítimos. Moscou também disse que o fluxo de armas do Ocidente apenas prolonga o conflito, em que Washington está determinado a lutar até "o último ucraniano".
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