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Relatório explica razões do colapso do governo afegão em 2021 em meio à retirada dos EUA
Relatório explica razões do colapso do governo afegão em 2021 em meio à retirada dos EUA
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O governo do Afeganistão recebeu mensagens contraditórias nos meses que antecederam a saída das forças dos EUA do país, mas também houve outras causas, de... 18.11.2022, Sputnik Brasil
2022-11-18T09:08-0300
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A principal razão da queda do governo do Afeganistão em agosto de 2021 foi sua recusa em acreditar que as forças dos EUA realmente deixariam o país, revela um relatório publicado na quarta-feira (16).Como resultado disso, "o governo afegão estava fundamentalmente despreparado para administrar a luta contra o Talibã [organização sob sanções da ONU], enquanto os militares dos Estados Unidos e seus empreiteiros se retiravam", uma declaração negada pelo Departamento de Estado, que assegura que Washington trabalha para combater a corrupção e lutar por valores democráticos e direitos humanos.De acordo com John Sopko, inspetor-geral especial para a Reconstrução Afegã (SIGAR, na sigla em inglês) americano, o Talibã excluiu o governo afegão das negociações com Washington.Os EUA acreditavam que isso poderia ser um passo para integrar o Talibã no governo em Cabul, como pedido pelo último, mas o resultado foi um revigoramento da campanha militar dos talibãs, fortalecida pela exclusão do governo afegão e a percepção de que Washington estava retirando seu apoio. O SIGAR concluiu que o Talibã não queria realmente um compromisso, e a inteligência dos EUA previu em abril de 2021 que o grupo militante poderia atingir a vitória.Além disso, o próprio presidente afegão Ashraf Ghani foi visto como destoado e "não diplomático". Ele teria governado com um pequeno grupo de legalistas e era feroz com rivais, o que limitou a quantidade de informação que os mediadores políticos estavam dispostos a fornecer a ele. Seu governo, nota o inspetor-geral dos EUA, era tão centralizado e mergulhado em "corrupção endêmica", que isso impediu que as áreas mais rurais entendessem como o país estava realmente sendo governado.Isso reduziu o campo de visão de Ghani e o tornou ignorante sobre o que acontecia no país, especialmente nos meses que antecederam a queda de seu governo, segundo o relatório.Por fim, John Sopko disse que os EUA tiveram sucessos incrementais em criar um governo estável, mas nunca conseguiram o tornar autossustentável.Em fevereiro de 2020 a então administração de Donald Trump (2017-2021) assinou com o Talibã um acordo de retirada das tropas dos EUA do Afeganistão, que estipulou que ela seria completada até 1º de maio de 2021. A nova administração de Joe Biden adiou o prazo para o final de agosto desse ano, quando a operação foi realmente completada, mas o Talibã seguiu atacando as posições do governo afegão, diz na quinta-feira (17) o portal Military Times.
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Relatório explica razões do colapso do governo afegão em 2021 em meio à retirada dos EUA
O governo do Afeganistão recebeu mensagens contraditórias nos meses que antecederam a saída das forças dos EUA do país, mas também houve outras causas, de acordo com um inspetor americano.
A principal razão da queda do governo do Afeganistão em agosto de 2021 foi sua recusa em acreditar
que as forças dos EUA realmente deixariam o país, revela um relatório
publicado na quarta-feira (16).
"Mesmo quando os Estados Unidos expressaram oficialmente seu desejo de sair do Afeganistão nos anos que antecederam sua retirada, mensagens contraditórias enviadas por funcionários americanos
minaram os esforços para transmitir a seriedade das intenções dos EUA às autoridades afegãs, que acreditavam otimistamente que eram possíveis cenários alternativos", apontou o relatório.
Como resultado disso, "o governo afegão estava fundamentalmente despreparado para administrar a luta contra o Talibã [organização sob sanções da ONU], enquanto os militares dos Estados Unidos e seus empreiteiros se retiravam", uma declaração negada pelo Departamento de Estado, que assegura que Washington trabalha para combater a corrupção e lutar por valores democráticos e direitos humanos.
De acordo com John Sopko, inspetor-geral especial para a Reconstrução Afegã (SIGAR, na sigla em inglês) americano, o Talibã excluiu o governo afegão das negociações com Washington.
Os EUA acreditavam que isso poderia ser um passo para
integrar o Talibã no governo em Cabul, como pedido pelo último, mas o resultado foi um revigoramento da campanha militar dos talibãs, fortalecida pela exclusão do governo afegão e a percepção de que Washington estava retirando seu apoio. O SIGAR concluiu que o Talibã não queria realmente um compromisso, e a inteligência dos EUA previu em abril de 2021 que o grupo militante poderia atingir a vitória.
Além disso, o próprio presidente afegão
Ashraf Ghani foi visto como destoado e "não diplomático". Ele teria governado com um pequeno grupo de legalistas e era feroz com rivais, o que limitou a quantidade de informação que os mediadores políticos estavam dispostos a fornecer a ele. Seu governo, nota o inspetor-geral dos EUA, era tão
centralizado e mergulhado em "corrupção endêmica", que isso impediu que as áreas mais rurais entendessem como o país estava realmente sendo governado.
Isso reduziu o campo de visão de Ghani e o tornou ignorante sobre o que acontecia no país, especialmente nos meses que antecederam a queda de seu governo, segundo o relatório.
Por fim, John Sopko disse que os EUA tiveram sucessos incrementais em criar um governo estável, mas nunca conseguiram o tornar autossustentável.
Em fevereiro de 2020 a então administração de Donald Trump (2017-2021) assinou com o Talibã um acordo de retirada das tropas dos EUA do Afeganistão, que estipulou que ela seria completada até 1º de maio de 2021. A nova administração de Joe Biden adiou o prazo para o final de agosto desse ano, quando a operação foi realmente completada, mas o Talibã seguiu atacando as posições do governo afegão,
diz na quinta-feira (17) o portal Military Times.