Arqueólogos encontram múltiplas oferendas astecas sob a Cidade do México (FOTOS, VÍDEO)
© Foto / INAH / Edith CamachoTúnel asteca encontrado no México
© Foto / INAH / Edith Camacho
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Pesquisadores que escavavam sob a capital do México desenterraram uma grande quantidade de objetos relacionados com uma cerimônia de sacrifício de seres vivos assistida por milhares de pessoas.
Arqueólogos descobriram um grande conjunto de objetos rituais astecas de 500 anos debaixo do solo da Cidade do México, que explicaria as cerimônias religiosas pré-colombianas, escreveu na quinta-feira (24) a agência britânica Reuters.
Os objetos foram encontrados em caixas de pedra junto de um templo que teria a altura de um prédio de 15 andares e que foi destruído nos anos após a conquista espanhola do México em 1521. Os pesquisadores encontraram oferendas do mar, incluindo mais de 165 estrelas-do-mar que já foram vermelhas e mais de 180 ramos completos de coral selados em caixas de pedra no centro exato do que era um palco cerimonial circular.
Antes de o trabalho ser interrompido pela pandemia da COVID-19, foi detectada em uma das caixas uma onça-pintada sacrificada virada para o oeste, vestida como um guerreiro associado ao patrono asteca Huitzilopochtli, o deus da guerra e do sol. Já em outubro foi descoberta nas garras do felino uma águia sacrificada presa, juntamente com minilanças de madeira e um escudo de junco encontrado ao lado do animal, que tinha sinos de cobre amarrados em torno de seus tornozelos.
Treasure trove of Aztec ritual offerings including a box of STARFISH, jaguar dressed like a warrior and sacrificial eagles are discovered in Mexico City - and could lead to emperor's long-lost royal tomb
— Sharon K. Gilbert (@sharonkgilbert) November 24, 2022
via https://t.co/YJ753LpO2g https://t.co/1n1Sxv9RWu
Um tesouro de ofertas rituais astecas incluindo uma caixa de estrelas-do-mar, uma onça-pintada vestida como um guerreiro e águias de sacrifício são descobertas na Cidade do México, e podem levar ao túmulo real do imperador há muito perdido
A caixa, datada do reinado do maior imperador asteca Ahuitzotl, que governou de 1486 a 1502, também revela uma misteriosa saliência no meio, sob o esqueleto da onça-pintada, indicando que há algo sólido embaixo. Ainda não se sabe o que é, mas os arqueólogos acreditam que se trata de algo "enormemente importante". Eles esperam ter de escavar pelo menos mais um ano para resolver a questão.
Foram ainda encontrados em um fosso crânios de 12 crianças de um a seis anos sacrificadas, datadas de décadas antes dos achados encontrados, mas também ligadas a Huitzilopochtli.
An extensive cache of Aztec ritual offerings found underneath downtown Mexico City, off the steps of what would have been the empire's holiest shrine, provides new insight into pre-Hispanic religious rites and political propaganda https://t.co/yYblYefFbA pic.twitter.com/HGsZzNs5nx
— Reuters (@Reuters) November 25, 2022
Um extenso esconderijo de ofertas rituais astecas encontradas sob o centro da Cidade do México, junto dos degraus do que teria sido o santuário mais sagrado do império, oferece uma nova visão dos ritos religiosos pré-hispânicos e de propaganda política
Segundo os arqueólogos, os sacerdotes astecas colocaram cuidadosamente as oferendas no lugar para uma cerimônia que envolvia o bater de tambores e que contava com a presença de milhares de espectadores.
"Pura propaganda imperial", comentou Leonardo López Luján, arqueólogo principal do Proyecto Templo Mayor do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México, que supervisiona a escavação, sobre o provável espetáculo.
Alguns cientistas acreditam que as oferendas em torno da onça-pintada podem representar o submundo aquático, onde os astecas acreditavam que o sol se afundava a cada noite, ou possivelmente parte da jornada de um rei após a morte, enquanto Joyce Marcus, arqueóloga especializada no México antigo da Universidade de Michigan, EUA, nota uma "visão de mundo, economia ritual, e as ligações óbvias entre expansão imperial, guerra, proeza militar e o papel do governante".
Diana Moreiras, acadêmica asteca da Universidade de British Columbia, Canadá, diz que as escavações dão uma visão mais abrangente sobre a sociedade asteca, que vai além dos relatos usados pelos conquistadores espanhóis para justificar a conquista e que permite ver o que a própria cultura pré-hispânica fazia.