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Jornalista britânico sobre bombardeios ucranianos contra Donbass: 'Maior encobrimento da Europa'

© Sputnik / Sergei Averin / Acessar o banco de imagensApartamento destruído em prédio residencial de Donetsk após bombardeios das Forças Armadas da Ucrânia, em 27 de novembro de 2022
Apartamento destruído em prédio residencial de Donetsk após bombardeios das Forças Armadas da Ucrânia, em 27 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 02.12.2022
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O jornalista britânico Johnny Miller, correspondente da rede iraniana Press TV em Donbass, falou a respeito dos bombardeios perpetrados pela Ucrânia contra os civis da região, que estão sendo negligenciados pela mídia ocidental — no que classificou de possivelmente o "maior encobrimento da Europa".
Reunindo materiais investigados, apurados e produzidos na região, o repórter publicou algumas impressões em seu perfil pessoal de Twitter na quinta-feira (1º), após um bombardeio de tropas ucranianas no local próximo à área em que morava em Donetsk.
Ele mostrou um vídeo (com legendas em inglês) no qual uma mulher explica a situação de Donbass.

"Eles começaram a nos bombardear em 2014. Os aviões vieram. Eu estava na minha casa de campo colhendo morangos. Eu os vi sobrevoando [a região]. Fiquei pensando se Donetsk não os tinha deixado pousar. E acabou que eles estavam jogando bombas no aeroporto [...]. Agora, claro, o conflito se aprofundou. Um lado quer tomar Donetsk, e o outro não vai deixá-los [os ucranianos]", diz a senhora na gravação.

Esta adorável mulher também dá uma explicação concisa de como esse conflito começou como uma guerra civil. E de como a grande maioria se sente em Donetsk. Um olhar atento notará as marcas de estilhaços no carro enquanto ela se afasta. Isso é o que faz a matança.
O jornalista inglês acrescentou fotos de corpos de civis mortos nas ruas na semana passada e disse, em seguida, que a grande mídia europeia chegou a cobrir alguns dos assassinatos em Donbass em 2014, mas que, desde então, os veículos retiraram seus jornalistas.

"Problema resolvido. Sem repórteres aqui, eles podem apenas insinuar que é tudo propaganda russa", ironizou. E prosseguiu: "Eles não querem que você saiba que a Ucrânia está matando seu 'próprio povo' no leste. Porque eles não querem que você saiba que há uma paz a ser alcançada. Ao ouvir as pessoas de ambos os lados. E eles não mandam jornalistas para cá. Porque se eles estivessem aqui, eles não teriam escolha a não ser relatar exatamente o que estou relatando! É uma loucura quando as pessoas me dizem que isso não está acontecendo! Dois dos meus apartamentos, em áreas diferentes, foram atingidos. Eu vi os corpos na rua. Estive nos funerais das crianças! Fui alvo de gritos nos locais das bombas por ser britânico! Visto que os países da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] agora fornecem armas/munições."

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O repórter prosseguiu dizendo que cobriu diversos conflitos, mas que as ações do atual governo da Ucrânia "não são normais".
Ele diz que seu próprio país, o Reino Unido, bombardeou inúmeros outros países ao longo dos útimos anos, matando muitos civis. Mas não acredita que autoridades britânicas mirassem civis diariamente, como política de Estado.

"A Ucrânia, com apoio integral da OTAN, está fazendo isso! O fato inescapável é que a Ucrânia tem tentado limpar etnicamente a população russa de Donbass porque ela resistiu a seus ditames. E a OTAN e a União Europeia, em vez de buscarem a paz, estão apoiando tentativas de limpeza étnica na Europa. Isso é inevitável [de se negar]. Houve um encobrimento maior na história da Europa moderna do que isso? Um país bombardeando seus próprios civis por oito anos. E a maioria das pessoas nem mesmo sabendo disso. E quem se pronunciar é acusado de ser algum tipo de agente ou propagandista!", denunciou.

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