https://noticiabrasil.net.br/20221208/para-presidente-da-abimde-fim-do-teto-de-gastos-e-esperanca-para-industria-de-defesa-do-brasil-26333905.html
Para presidente da Abimde, fim do teto de gastos é esperança para indústria de defesa do Brasil
Para presidente da Abimde, fim do teto de gastos é esperança para indústria de defesa do Brasil
Sputnik Brasil
Em entrevista à Sputnik Brasil, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Roberto Alves Gallo, falou... 08.12.2022, Sputnik Brasil
2022-12-08T16:09-0300
2022-12-08T16:09-0300
2022-12-08T16:26-0300
notícias do brasil
brasil
exclusiva
américas
américa do sul
américa latina
indústria
indústria de defesa
indústria nacional
força militar
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e5/0b/18/20255992_0:161:3071:1888_1920x0_80_0_0_a17cc9d893217f11ff396c1ab4953aaf.jpg
Com o início da operação especial da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro, o mundo parece ter despertado para a importância da manutenção de uma indústria de defesa capaz de responder aos desafios globais, com diversos países anunciando investimentos ostensivos, ao longo dos próximos anos, em suas capacidades militares e de dissuasão.Na verdade, desde 2021, os gastos da indústria bélica no mundo batem recordes, superando US$ 2 trilhões, com EUA, China, Índia, Reino Unido e Rússia liderando o ranking de maiores orçamentos em defesa, concentrando 61,7% do total. Além disso, oito países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) atingiram a meta da aliança militar de gastar 2% ou mais do PIB em suas forças armadas em 2021.Enquanto ocorre a 7ª Mostra da Base Industrial de Defesa do Brasil (Mostra BID Brasil), entre terça-feira (6) e hoje (8), em Brasília (DF), com as principais empresas de defesa expondo o que há de moderno no setor, o presidente da Abimde, Roberto Alves Gallo, explicou à Sputnik Brasil qual é o estágio da indústria de defesa brasileira, apontando que o país precisa acompanhar a tendência global de expansão dos gastos bélicos para se manter competitivo dentro de um mercado em contínua modernização.Faltam investimentos...Segundo Roberto Alves Gallo, o Brasil é, de fato, a maior potência regional em armamento, mas isso é também um problema, porque mascara os investimentos baixos no setor. Ele apontou que não será possível discutir orçamento de defesa e crescimento enquanto o Brasil não apresentar um plano de Estado para retomar a industrialização no setor.A expectativa da Abimde para o governo que assumirá o país em janeiro de 2023 está principalmente relacionada à possibilidade do teto de gastos, instituído em 2016 pelo governo de Michel Temer (MDB), passar por uma revisão.Para ele, por outro lado, existe alguma expectativa "com a PEC [Proposta de Emenda à Constituição] que vem por aí [da Transição]. Talvez ela permita [...] que o orçamento de defesa cresça um pouco". O fato é que a indústria de defesa brasileira está fragilizada porque carece de uma política de compras regulares.Segundo o especialista, nos países mais desenvolvidos nessa área, projetos estatais de armamentos são de longo prazo. "Os investimentos no Brasil flutuam um pouco mais porque os orçamentos não são plurianuais, diferentemente de outros países. Essa é uma característica de longa data do Brasil", afirmou.Mercado aquecido no mundo inteiroEm 2021, o orçamento do Ministério da Defesa foi de R$ 116,8 bilhões. Desse montante, R$ 70,6 bilhões foram destinados para o item "Defesa Nacional", que inclui gastos administrativos, como pensões militares. No ano passado, a despesa com a previdência dos militares chegou a R$ 24,9 bilhões.Enquanto crescem as despesas, a indústria do setor esbarra nas limitações orçamentárias impostas pelo teto de gastos, sobrando pouco para investir em equipamentos e condições para o desenvolvimento do setor. O presidente da Abimde apontou que defesa e segurança pública são dois assuntos correlatos, que precisam de investimento constante do Estado.Para ele, as perspectivas da indústria bélica do Brasil "são moderadamente positivas dentro do mercado local e bastante altas para o mercado internacional". Ele revelou que o segmento como um todo "espera que a nossa base industrial de defesa e de segurança possa manter a relação de um para quatro: ou seja, para cada R$ 1 vendido no Brasil, vendemos R$ 4 para fora".Nesse sentido, existem áreas de prioridade que devem alavancar as vendas brasileiras, como no setor de cibersegurança. Roberto Alves Gallo explicou que existem "áreas tradicionais [para a indústria brasileira] dentro do mercado global, relacionadas aos veículos blindados e aeronaves, que são os grandes programas nacionais".Ele ainda apontou outros programas militares que abrangem o segmento naval, como "o projeto das corvetas [da classe] Tamandaré", as forças terrestres, com a ampliação do número de blindados, e mesmo a Força Aérea Brasileira (FAB), com o programa dos caças Gripen.Quem são os parceiros militares do Brasil?Segundo o especialista, os avanços da indústria de defesa do Brasil são notórios. No ano passado, o setor superou 1,5 bilhão de dólares (R$ 7,8 bilhões) na comercialização de produtos para o exterior e fechou o ano próximo da meta de 2 bilhões de dólares (R$ 10,4 bilhões). Nesse sentido, outro ponto positivo foi a diversificação do setor.O portfólio do Ministério da Defesa conta com 146 empresas cadastradas e é composto por aeronaves, embarcações, ferramentas cibernéticas para proteção de dados, radares, sistemas seguros de comunicação e armamentos, entre outros itens de alta tecnologia.Para Roberto Alves Gallo, a 7ª Mostra BID Brasil conseguiu revelar duas novidades do mercado brasileiro que devem fazer sucesso no exterior. Ele apontou, "entre muitas novidades", os novos rádios transmissores feitos pela Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel, estatal vinculada ao Comando do Exército).Segundo Roberto Alves Gallo, o Brasil tem uma indústria de defesa forte e consolidada, com abertura para um mercado internacional bastante diversificado para lançar os novos produtos. Ele revelou que a maior parte das exportações bélicas brasileiras está concentrada no golfo Pérsico e no Sudeste Asiático.E, ainda assim, há bastante países no continente africano, e mesmo na América do Norte e América Latina, interessados na produção de armas do Brasil. Embora o forte das exportações esteja concentrado no Oriente Médio, tem-se conseguido abrir mercado em países como Portugal e República Tcheca.
https://noticiabrasil.net.br/20221205/irrevogavel-para-analista-teto-de-gastos-pode-ser-derrubado-pelo-efeito-lula-26278327.html
https://noticiabrasil.net.br/20221129/r-198-bilhoes-fora-teto-gastos-analista-caminhos-lula-pec-transicao-26177963.html
https://noticiabrasil.net.br/20221202/japao-busca-aumentar-orcamento-de-defesa-para-quase-us-320-bilhoes-em-5-anos-diz-midia-26237154.html
https://noticiabrasil.net.br/20220303/orcamento-de-defesa-da-china-deve-crescer-cerca-de-7-em-2022-21677047.html
https://noticiabrasil.net.br/20220607/embraer-negocia-venda-de-avioes-kc-390-para-a-india-22968291.html
https://noticiabrasil.net.br/20220901/embraer-lanca-testes-de-voo-do-1-kc-390-da-forca-aerea-portuguesa-video-24518306.html
brasil
oriente médio
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2022
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e5/0b/18/20255992_170:0:2901:2048_1920x0_80_0_0_379f76cd197d0948824aa7551fb499ce.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
brasil, exclusiva, américas, américa do sul, américa latina, indústria, indústria de defesa, indústria nacional, força militar, gripen, oriente médio e áfrica, oriente médio, exército, defesa, ministério da defesa
brasil, exclusiva, américas, américa do sul, américa latina, indústria, indústria de defesa, indústria nacional, força militar, gripen, oriente médio e áfrica, oriente médio, exército, defesa, ministério da defesa
Para presidente da Abimde, fim do teto de gastos é esperança para indústria de defesa do Brasil
16:09 08.12.2022 (atualizado: 16:26 08.12.2022) Especiais
Em entrevista à Sputnik Brasil, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Roberto Alves Gallo, falou sobre as capacidades de defesa do país e as perspectivas do setor, tendo em vista que os investimentos em segurança nacional dispararam globalmente.
Com o início da operação especial da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro, o mundo parece ter despertado para a importância da manutenção de uma indústria de defesa capaz de responder aos desafios globais, com diversos países anunciando investimentos ostensivos, ao longo dos próximos anos, em suas capacidades militares e de dissuasão.
Na verdade, desde 2021, os
gastos da indústria bélica no mundo batem recordes,
superando US$ 2 trilhões, com EUA, China, Índia, Reino Unido e Rússia liderando o ranking de maiores orçamentos em defesa, concentrando 61,7% do total. Além disso, oito países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)
atingiram a meta da aliança militar de gastar 2% ou mais do PIB em suas forças armadas em 2021.
Enquanto ocorre a 7ª Mostra da Base Industrial de Defesa do Brasil (Mostra BID Brasil), entre terça-feira (6) e hoje (8), em Brasília (DF), com as principais empresas de defesa expondo o que há de moderno no setor, o presidente da Abimde, Roberto Alves Gallo, explicou à Sputnik Brasil
qual é o estágio da indústria de defesa brasileira, apontando que
o país precisa acompanhar a tendência global de expansão dos gastos bélicos para se manter competitivo dentro de um mercado em contínua modernização.
Segundo Roberto Alves Gallo, o Brasil é, de fato, a maior potência regional em armamento, mas isso é também um problema, porque mascara os investimentos baixos no setor. Ele apontou que não será possível discutir orçamento de defesa e crescimento enquanto o Brasil não apresentar um plano de Estado para retomar a industrialização no setor.
"Não é assunto de nenhum espectro político. É assunto de Estado, e o governo que vier tem que ter essa responsabilidade", comentou.
A expectativa da Abimde para
o governo que assumirá o país em janeiro de 2023 está principalmente relacionada à possibilidade do teto de gastos, instituído em 2016 pelo governo de Michel Temer (MDB), passar por uma revisão.
5 de dezembro 2022, 15:56
"A principal dificuldade do setor para conseguir o seu desenvolvimento é orçamentária. Nós temos uma redução paulatina no orçamento de defesa, que tem caído nos últimos dez anos", disse Roberto Alves Gallo.
Para ele, por outro lado, existe alguma expectativa "com a PEC [Proposta de Emenda à Constituição] que vem por aí [da Transição]. Talvez ela permita [...] que o orçamento de defesa cresça um pouco". O fato é que a indústria de defesa brasileira está fragilizada porque carece de uma política de compras regulares.
Segundo o especialista, nos países mais desenvolvidos nessa área, projetos estatais de armamentos são de longo prazo. "Os investimentos no Brasil flutuam um pouco mais porque os orçamentos não são plurianuais, diferentemente de outros países. Essa é uma característica de longa data do Brasil", afirmou.
29 de novembro 2022, 21:11
Mercado aquecido no mundo inteiro
Em 2021, o orçamento do Ministério da Defesa foi de R$ 116,8 bilhões. Desse montante, R$ 70,6 bilhões foram destinados para o item "Defesa Nacional", que inclui gastos administrativos, como pensões militares. No ano passado, a despesa com a previdência dos militares chegou a R$ 24,9 bilhões.
Enquanto crescem as despesas, a indústria do setor esbarra nas limitações orçamentárias impostas pelo
teto de gastos, sobrando pouco para investir em equipamentos e condições para o desenvolvimento do setor. O presidente da Abimde apontou que defesa e segurança pública são dois assuntos correlatos, que precisam de investimento constante do Estado.
Para ele, as perspectivas da indústria bélica do Brasil "são moderadamente positivas dentro do mercado local e bastante altas para o mercado internacional". Ele revelou que o segmento como um todo "espera que a nossa base industrial de defesa e de segurança possa manter a relação de um para quatro: ou seja, para cada R$ 1 vendido no Brasil, vendemos R$ 4 para fora".
2 de dezembro 2022, 16:59
Nesse sentido, existem áreas de prioridade que devem alavancar as vendas brasileiras, como no setor de cibersegurança. Roberto Alves Gallo explicou que existem "áreas tradicionais [para a indústria brasileira] dentro do mercado global, relacionadas aos veículos blindados e aeronaves, que são os grandes programas nacionais".
Ele ainda apontou outros programas militares que abrangem o segmento naval, como "o projeto das corvetas [da classe] Tamandaré", as forças terrestres, com a ampliação do número de blindados, e mesmo a Força Aérea Brasileira (FAB), com o programa dos caças Gripen.
"Quando a gente olha para o setor de segurança pública, os gastos são concentrados em armamento, punições, armas leves, e a gente não espera uma mudança significativa no que é comprado. O que tem crescido, por outro lado, é a demanda cibernética, que vai desde o policial que usa uma câmera em seu uniforme ao desenvolvimento de aeronaves de combate", disse.
Quem são os parceiros militares do Brasil?
Segundo o especialista, os avanços da indústria de defesa do Brasil são notórios. No ano passado, o setor superou 1,5 bilhão de dólares (R$ 7,8 bilhões) na comercialização de produtos para o exterior e fechou o ano próximo da meta de 2 bilhões de dólares (R$ 10,4 bilhões). Nesse sentido, outro ponto positivo foi a diversificação do setor.
O portfólio do Ministério da Defesa conta com 146 empresas cadastradas e é composto por aeronaves, embarcações, ferramentas cibernéticas para proteção de dados, radares, sistemas seguros de comunicação e armamentos, entre outros itens de alta tecnologia.
Para Roberto Alves Gallo, a 7ª Mostra BID Brasil conseguiu revelar duas novidades do mercado brasileiro que devem fazer sucesso no exterior. Ele apontou, "entre muitas novidades", os novos rádios transmissores feitos pela Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel, estatal vinculada ao Comando do Exército).
"Outro avanço importante é a empresa AEROS, sempre com importantes conquistas na modernização dos sistemas de torres de combate, assim como avanços na área cibernética, com as primeiras soluções de criptografia pós-quântica", disse ele.
Segundo Roberto Alves Gallo, o Brasil tem uma indústria de defesa forte e consolidada, com abertura para um mercado internacional bastante diversificado para lançar os novos produtos. Ele revelou que a maior parte das exportações bélicas brasileiras está concentrada no golfo Pérsico e no Sudeste Asiático.
E, ainda assim, há bastante países no continente africano, e mesmo na América do Norte e América Latina, interessados na produção de armas do Brasil. Embora o forte das exportações esteja concentrado no Oriente Médio, tem-se conseguido abrir mercado em países como Portugal e República Tcheca.
1 de setembro 2022, 10:22