Cúpula EUA-África não pode interromper a cooperação entre a Rússia e o continente, diz MRE russo
10:12 13.12.2022 (atualizado: 10:23 13.12.2022)
© AFP 2023 / ASHRAF SHAZLYO vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, fala à imprensa após sua reunião com o presidente sudanês na capital Cartum, 16 de março de 2019
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A cúpula EUA-África que acontece em Washington, de 13 a 15 de dezembro, segundo a Casa Branca, vai reunir 49 delegações de países africanos e uma da União Africana, e vai ser dedicada ao estreitamento dos laços entre os Estados Unidos e os países da região para a promoção de interesses comuns.
Moscou não acredita que a cúpula EUA-África venha a prejudicar a cooperação entre a Rússia e a África, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov.
"Essas cúpulas foram realizadas pelos chineses, turcos, pela União Europeia [UE] e alguns outros países. Acho que tudo isso é rotina; foi adotado por muitos países. Agora realizaremos a segunda cúpula desse tipo. Este é um formato muito útil. O importante é a base sobre a qual essas relações são construídas. Estamos construindo-as com base na igualdade e no respeito mútuo, e como outros países, especialmente países ocidentais, farão o trabalho — acho que os africanos descobrirão", disse o diplomata.
Ele também observou que a Rússia está "interessada" em como a cúpula EUA-África vai avançar, seu "conteúdo substantivo, discussões e o documento final", então Moscou "estará observando de perto".
Anteriormente, em entrevista à Sputnik, especialistas descreveram a próxima cúpula EUA-África como uma tentativa desesperada de conter a crescente influência chinesa na África, com Pequim sendo a maior parceira comercial e investidora direta do continente.
A cooperação entre a Rússia e a África também se tornou mais ativa nos últimos anos. Em 2019, o primeiro fórum Rússia-África ocorreu em Sochi. A segunda está marcada para julho de 2023. O embaixador-geral do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Oleg Ozerov, expressou sua esperança de que a cúpula levasse as relações russo-africanas "a um nível diferente de interação", observando que "a maioria dos países africanos percebem a Rússia como uma aliada contra a dominação neocolonial ocidental".